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domingo, 28 de setembro de 2025

(LA) Sessão 11

Investigando a Água Sombria

Os Fungos da Chuva

Os dedos do Guia tocavam o solo e sentiam a água escura correr. O líquido seguia seu percurso pelos veios irregulares do chão e empoçava nos cantos e junto à parede da taverna. Aos poucos, perdia sua tonalidade estranha e voltava a parecer água comum.

A capa do Guia manchava-se com a água sombria. O forte odor que queimava suas narinas distinguia-se da chuva comum. Ao mesmo tempo, o restante do grupo percebeu que o pálido brilho avermelhado dos artefatos se tornara azul durante o evento da aurora.

Como experiência, Rector e Garuk colocaram a esfera e o prisma sob a chuva. Suavemente, a água apagou a chama interna dos cristais, que perderam seu calor. Haftor tentou o mesmo com o artefato anão, mas o objeto manteve o brilho, resistindo aos efeitos da chuva.

O napol, o sekbete e o anão se concentravam nos efeitos que a água sombria provocava nos artefatos, quando o Guia notou um fungo negro crescendo no canto da casa, onde a chuva se empoçava.

O Guia já tinha visto aquele cogumelo escuro de veios claros em Caridrândia. Elfos sombrios usavam as propriedades do fungo para extrair veneno.

Fungo preto

Rector coletou dois fungos e os armazenou em um de seus frascos.

Preocupado, o Guia ordenou que Berta fosse avisar os aldeões para não consumirem os cogumelos que nasciam da chuva. A mulher partiu assustada, pedindo que Haftor protegesse sua taverna enquanto ela estivesse fora.

Memórias de uma Aurora Passada

O Guia e Garuk perguntaram a Berta se ela lembrava de outro evento como o que haviam presenciado: aurora azul, chuva escura, crescimento de fungos. A mulher não soube dizer.

Depois de perguntarem pela pessoa mais velha do vilarejo, o Guia e Garuk foram até a casa do sapateiro Wilfred, um humano “com uns 200 anos”, conforme Berta.

A abordagem da dupla não foi nada sutil. Eles bateram à porta e acordaram o velho humano no meio da noite. Em seguida, arrombaram a entrada.

O Guia descobriu que Wilfred lembrava-se de uma chuva parecida, ocorrida muitos anos antes, à qual atribuía uma maldição da Grande Mãe.

— Eu era uma criança, tinha uns dez anos. Meus pais pareciam preocupados, mas não me lembro bem — disse o velho.

Sem conseguir extrair mais informações, Guia e Garuk retornaram à taverna e convocaram o grupo para visitar Wilfred pela manhã.

Rector, Haftor e Olgaria foram bem mais educados em sua conversa com o sapateiro. Com isso, conseguiram um pouco mais de informações. O velho humano repetiu parte do que havia dito, mas revelou estar na casa dos noventa anos, o que forneceu uma linha do tempo mais clara aos aventureiros.

A memória de Wilfred sobre a chuva sombria relacionava o fenômeno fortemente com um evento da Grande Mãe — ou Ganis, como Haftor a conhecia.

Haftor encomendou um par de botas ao velho senhor. Sua proposta animou o homem, que disse jamais ter feito um serviço para os anões.

Com a esfera sem brilho em mãos, Rector perguntou se Wilfred já tinha visto um objeto parecido.

— Ah, eu acho que sim. Tinha um colecionador de uma coisa dessas a leste de Telas, há algumas décadas — disse o sapateiro. Após verificar seus registros em um grande livro empoeirado, completou: — Aqui está: Rodérico! Este é o nome do homem que colecionava pedras parecidas. Não sei se ainda vive, mas talvez sua filha tenha mantido a coleção.

Enquanto aguardava a conversa do trio com Wilfred, o Guia percebeu que os cogumelos que haviam nascido à noite estavam murchos. O sekbete queimou um deles e presenciou uma estranha chama verde. Porém, foi a sensação de ardência em suas entranhas, causada pelo odor da queima, que o desestabilizou. Não fosse sua resistência, poderia ter sucumbido ao veneno.

Quando todos se reuniram novamente, o Guia comentou suas experiências com Rector e perguntou se os fungos coletados pelo napol também haviam murchado.

— Os elfos sombrios devem ter algum método para guardá-los e evitar que murchem — comentou, ao que o napol sugeriu que a luz poderia ser um catalisador para sua deterioração, considerando que Caridrândia é escura.

Orcos Devem Ser Impedidos

O grupo partiu em viagem para Trisque. A decisão foi tomada durante a estadia na Vila da Encruzilhada, considerando que não levaria muito mais tempo ir até Trisque e retornar do que partir diretamente para a Torre Branca do Sul.

O cocheiro misterioso

A viagem levou dois dias. A poucos quilômetros de Trisque, já à noite, os aventureiros cruzaram com uma caravana suspeita: duas carruagens puxadas por dois cavalos cada. Os condutores usavam máscaras que cobriam totalmente seus rostos.

Rector sobrevoou o lugar e encontrou um napol, batedor da caravana. O meio pássaro disse que escoltava comerciantes.

O grupo saiu da estrada para dar passagem ao comboio, mas o Guia ficou atento. Ele não reconheceu ninguém, mas o odor de orco foi inconfundível.

O sekbete anunciou sua descoberta, e Rector ordenou que Sombra investigasse mais. A criatura imaginária voou até a carruagem e viu que cada uma carregava oito orcos armados, sentados em bancos de madeira. As carruagens eram quase como celas.

Haftor não se conteve:

— Orcos são maus. Orcos são o mal encarnado — afirmou o anão, concluindo que deviam ser eliminados.

O restante do grupo argumentou que não sabiam para onde a caravana se dirigia. Mas o paladino apelou para seu código de honra: — Se forem para o Vilarejo da Encruzilhada, poderão destruí-lo. Não permitirei isso.

Sem contra-argumentos, os aventureiros resolveram atacar. Mesmo sem plano, partiram para um ataque direto.

Rector voltou a indagar o napol escolta. Ele respondeu que estava sendo bem pago e não se importava com quem eram os transportados.

Enquanto isso, a batalha no solo começava. Garuk, como sempre, investiu sobre os inimigos sem cerimônia. Mas a flecha do Guia voou mais rápido do que o berserker corria: o sekbete atingiu um dos cocheiros com um disparo certeiro e alertou a carruagem da frente.

As portas das duas carruagens se abriram e orcos começaram a sair enfurecidos, ávidos por combate. Haftor, Haldur e Olgaria logo chegaram ao cerne do confronto. Porém, o paladino foi ferido por uma lança e recuou para se recompor. Seu irmão tentou defendê-lo e degolou um inimigo no caminho.

Mas os números não eram favoráveis. A batalha estava apenas começando…

Arredores de Trisque, Terras Selvagens, dias 30 do mês da Paixão a 3 do mês do Sangue do ano de 1502.

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