sábado, 27 de fevereiro de 2016

(IL) 1.1 A Festa da Fartura

O primeiro dia da Festa da Fartura


Finwe, um bastardo meio-elfo, filho de um nobre calcati, chegava na cidade de Principado Antigo pela Estrada de Moldazi. Ele carregava a harpa da família de seu pai, um instrumento bem trabalhado e obviamente construído para a nobreza. Certamente um resquício dos tempos gloriosos do clã. A intenção do meio-elfo era vender o instrumento e conseguir recursos para seguir sua jornada. Por isso ele abraçava a harpa como se fosse sua própria filha.

Ao chegar na cidade, o aventureiro parou em uma banca de um comerciante e perguntou-lhe sobre quem poderia negociar aquele instrumento. Ao ouvir que deveria procurar alguém no centro, o bardo ainda falou com uma criança que queria ouvi-lo tocar. Assim, Finwe dirigiu-se até a fonte central, onde talvez houvesse alguém disposto a negociar a harpa.

Durante sua caminhada, quando estava quase no centro da cidade, o meio elfo ouviu um grito a sua frente. Buscando rapidamente a origem do barulho, ele só conseguiu ver alguém ou alguma coisa usando uma capa de retalhos xadrez se perder na multidão, enquanto uma mulher caía abraçada sobre o corpo de um homem.

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Ark, um meio-elfo e Jhin, um elfo florestal, são amigos desde que acordaram em algum lugar sem saber como haviam chegado lá, ou ter qualquer lembrança de seus passados. Ambos, contudo, possuíam habilidades excepcionais. O primeiro para o roubo e o subterfúgio, e o segundo para a sobrevivência. Além disso, eles compartilhavam uma pré disposição para o roubo.

Os dois estavam em Principado Antigo procurando uma oportunidade de conseguir valores. Eles sabiam que a Festa da Fartura era um momento muito favorável para eles, e assim cuidavam com atenção cada moeda trocada.

A primeira ação daquele dia de festival foi o roubo de um nobre. Dois guardas estavam próximos, mas uma ação conjunta do ladrão e do rastreador tornou o roubo uma tarefa muito fácil: Jhin distraiu os guardas por alguns segundos, enquanto Ark pegou a algibeira.

Foi logo após o roubo que Ark percebeu um meio-elfo abraçado em uma harpa com alguns diferenciais. Ele logo percebeu que se tratava de um item de valor, e foi até seu comparsa para dar a notícia e também para dividir o roubo. Durante a conversa dos dois um grito foi ouvido no centro da cidade. Como não estava muito longe, Ark usou um suporte de uma tenda ao seu lado para ver de uma posição mais alta que duas pessoas estavam no chão, sangrando, enquanto uma mulher gritava.

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Zac, um aprendiz de mago que foi expulso por seu tutor, Argos, vagava pelas planícies em direção à Principado Antigo, decepcionado consigo mesmo. Ele sabia onde seus pais moravam, mas estava envergonhado em retornar para casa após ser banido de sua mais importante conquista. Assim, sabendo da Festa da Fartura, o jovem humano desejava afogar suas mágoas no mais barato barril de álcool que encontrasse.

Ele se dirigiu para uma estalagem no sul da cidade. Lá ele trocou algumas frutas que havia conseguido há pouco com uma conhecida de sua família por uma garrafa de um forte destilado anão. Ao sentar-se a mesa, o mago percebeu um homem grande e forte, armado com um gládio, que lhe encarava com expressão de poucos amigos. Foi então que um gole do destilado anão lhe deu coragem...

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Krom, um guerreiro calcati que se viu obrigado a sair de seu lar ao perder a família, cruzava o Rio Traço em uma balsa ao lado de um criador de gado. O frágil velhote humano falava como se já conhecesse Krom há anos, embora o guerreiro não demonstrasse nenhum interesse no assunto.

Ao se aproximarem da cidade de Principado Antigo, o velhote se despediu timidamente do guerreiro, e este seguiu sua jornada por informações sobre Nicodemus, o mago maligno que causou a destruição de sua vida.

Krom se destacava do aldeão tradicional, e seu porte físico e expressão de poucos amigos chamava a atenção de todos a sua volta. Ele se dirigiu até uma taverna, onde perguntou sobre seu procurado e, não obtendo resposta satisfatória, sentou-se para beber por alguns instantes. 

Não tardou, contudo, para que um pobre jovem surgisse na taverna, pedisse uma bebida muito forte e pagasse com a pouca comida que carregava. Este jovem, o aprendiz de mago Zac, bebeu um pouco e desafiou Krom ao perguntar-lhe por que lhe encarava. Então, para evitar uma briga, o guerreiro levantou-se e saiu da taverna.

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Servill, um sacerdote de Sevides dos arredores de Principado Antigo, sempre visita a cidade na Festa da Fartura para demonstrar sua fé. Além disso, o pequenino aproveita a ocasião para trocar cevada por metais com os anões.

A viagem das colinas a nordeste até a cidade foi tranquila. havia movimento em virtude do festival e o pequenino pode dirigir-se direto para o local marcado, uma taverna no sul da cidade.

Ao chegar na taverna, o pequenino por pouco não foi atropelado por um humano maior do que o normal. Ele passou por ele e entrou no estabelecimento, onde encontrou o anão. Os dois fizeram o negócio rapidamente e, na saída, o pequenino percebeu que o jovem que se embebedava em uma das mesas era, na verdade, o filho de um fazendeiro local, Zac. Servill tentou consolá-lo por alguns instantes, mas o filho do fazendeiro não parecia muito receptivo.

Logo que saiu para verificar os produtos que havia trocado, um grito no centro da cidade chamou a atenção de todos. Servill correu para a fonte, aproveitando-se do espaço que o guerreiro que também se dirigia para lá abria ao passar pelas pessoas.

O ataque no centro da vila


Finwe correu até o local do acidente. Ele gritava que era médico e então o povo dava-lhe acesso. Ao chegar ao local do atentado, o meio-elfo perguntou o que havia acontecido. A mulher, que estava em prantos e com pouca voz, disse apenas que não pode ver quem fizera aquela barbaridade.

O bardo identificou, sem dificuldade, que um dos homens estava morto e que o ferimento no outro se tratava de um corte realizado possivelmente por garras afiadas. Contudo, ele não sabia, naquele momento, que tipo de garra poderia ser a causa.

Enquanto o bardo médico cuidava do paciente, Krom aproximou-se indagando o que havia acontecido. Dois guardas chegaram e também questionaram a mesma coisa. A confusão estava formada, e ninguém sabia exatamente como dois homens estavam em poças de sangue no chão.

Durante as discussões, Servill se aproximou do homem ferido que era tratado por Finwe. Ele pegou sua mão e, com a bênção de Sevides, fez ele recobrar os sentidos.

Ao mesmo tempo da chegada de Servill, o Duque de Marimonte, líder da cidade, chegou abrindo caminho na multidão com ajuda de seus guardas.

Cidade de Principado Antigo, reino de Conti. Basvo, 30º dia do mês da Semente, A Festa da Fartura, do no de 1500.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

(HH) 15.2: O Portal e a Serpente

O portal que a chave abriu

Stor conseguiu identificar uma passagem secreta dentro da lareira. Ao perceber isso, o mago imediatamente chamou o paladino que possui os talentos dos melhores ladrões e pediu-lhe para investigar a área. Após não detectar nenhuma armadilha mundana, o escolhido de Tymora retirou com força a plataforma ao fundo da lareira, possibilitando que se visse um novo fundo, desta vez com uma pequena abertura do tamanho da chave que Tom havia encontrado.

Dalaran não sabia se existia alguma armadilha mágica no mecanismo, mas mesmo assim colocou a chave na fechadura e a observou mesclar-se com o fundo, tornando-se algum tipo de maçaneta. Ao puxá-la, o paladino viu um fundo negro, em redemoinho, e que não era possível ver o fundo. Ele, imediatamente, bradou que se tratava de um portal. Stor chegou a mesma conclusão e, um instante depois, concluiu que o portal deveria ser unidirecional, ou seja, ia, mas não voltava.

O livro em druídico
Várias tentativas foram feitas para tentar descobrir para onde o portal levava: pedras iluminadas foram arremessadas, objetos com encantamentos de localização, a mão mágica tentar levar algo através dele... nada disso foi capaz de determinar nada sobre a natureza daquele teletransporte. Como última alternativa, Zeed abriu o grande tomo que encontrara na biblioteca e procurou por diagramas que pudessem fornecer alguma informação útil. Contudo, vários minutos depois, o bardo chegou a conclusão de que não seria possível extrair nada de interessante daquele tomo em tão pouco tempo, e o guardou.

O grupo estava dividido sobre o rumo a se tomar. Enquanto Zeed estava interessado em entrar no portal para o destino desconhecido, Stor e Demétria pareciam preocupados com o que poderia acontecer ou onde poderiam ir parar. Já Dalaran estava mais preocupados com a missão que haviam se comprometido a cumprir, uma vez que se o portal fosse de fato unidimensional e os levasse para muito longe dali, não haveria mais tempo para realizar a missão para Helús. Rédon, embora não estivesse compromisso de honra com a mesma missão, parecia compartilhar da opinião do paladino.

Finalmente, o grande grupo optou por descansar aquela noite na cabana e seguir viagem para o sul, como haviam antes planejado. Assim, eles se distribuíram, de forma que Dalaran e Demétria ficassem com um quarto particular. Zeed ainda tentou pedir ajuda para Lilen sobre as plantas que estavam no jardim e sobre a reserva botânica no quarto, mas Demétria e Dalaran ocupavam o local naquele momento e a o bardo e a batedora elfa deixaram para depois, dando por encerrado aquele dia.

A Serpente do lago no pântano

Na manhã seguinte, enquanto a maior parte do grupo ainda despertava lentamente, Tom Bash resolveu ir até a frágil passarela sobre o lago e remover uma das tochas permanentes que guiavam o caminho.

O bárbaro usou de toda a sua força para desenterrar a estaca do fundo do lago e, a fim de quebrá-la para ficar apenas com a parte da tocha permanente, resolveu usar a passarela como apoio enquanto a puxava. Contudo, Tom não previu que, por a estaca estar em condição muito melhor do que a passarela em que pisava, o objeto quebrado seria na verdade a própria passarela. Quando isso aconteceu, o bárbaro foi atirado na água com correnteza circular.

Nos instantes seguintes iniciou-se um combate feroz entre o bárbaro e a terrível e gigante serpente. Ela abocanhou o mulano mais de uma vez, impregnando o veneno corrosivo em seu corpo. Tom viu o a face dos deuses por um breve instante quando o monstro o agarrou e ergueu-o alto no ar, preparando para mergulhar. Não fosse por seus instintos tribais, felizmente herdado de seus compatriotas, ele não teria tido forças para atacar a serpente e se livrar de suas presas no último instante.
A cabana no meio do lago

Arrastando-se, Tom Bash chegou até a porta da cabana, onde alertou os outros. Stor, que estava mais perto, não hesitou em fechar a porta em frente ao bárbaro para evitar ser alvo do veneno da serpente. Enquanto isso o restante do grupo percebeu o ocorrido e se reagruparam no andar inferior. Naquele momento, Zeed enfureceu-se com o tiefling prisioneiro, que parecia divertir-se com a trapalhada do bárbaro.

Zeed planejava que todos fugissem pela passarela depois que ele conseguiu atingir o monstro com um encantamento de medo. Dalaran, porém, usou seus poderes para fazer a serpente atacá-lo e cruzou a passarela.

Com o monstro distraído com o paladino, todos os integrantes cruzaram a passarela - alguns com mais facilidade do que outros. Zeed libertou os prisioneiros, o que culminou na fuga do xamã e do tiefling. Finalmente, a cobra gigante foi morta com a ajuda da maior parte do grupo, mas com um golpe final vindo de Zeed.

Após o combate, o grupo resolveu assar o monsto e alimentar-se de sua carne. Para aliviar o gosto desconhecido de serpente gigante do pântano, Zeed utilizou seu encantamento para "temperar" a carne.

Embora tivesse soado como uma boa ideia a princípio, a carne da serpente se mostrou tão venenosa quanto suas presas. Stor, Demétria, Giles e Zeed sentiram-se bastante mal depois. Não fosse pelo dom de Tymora agraciado a Dalaran, todos teriam lembranças bem piores do encontro contra a serpente do lago.

(Floresta das Serpentes, Terras Centrais do Ocidente, dias 12 e 13 de Uktar, o Apodrecer, do ano de 1480)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

(HH) 15.1: A cabana no meio do lago

Discussões sobre o próximo destino

Após vencerem o combate contra os hobgoblins, o grupo resolveu descansar um pouco para interrogar o prisioneiro no dia seguinte. Eles aproveitaram o resto da tarde para vaculhar o acampamento e conversar sobre sua missão.

O interrogatório do prisioneiro não frutos como todos esperavam. Ele afirmava que Ruflon era seu deus e que não havia nada que poderia ser feito para ferí-lo, mas nenhuma informação útil foi extraída.

Zeed foi o primeiro a conversar com Lilen. Ele tentou explicar-se para a elfa, que lhe disse que tinha uma dívida de gratidão com ele, mas que não o considerava inocente da acusação que sofrera na Cidadela Élfica. O bardo, satisfeito com a resposta mas um tanto inconformado, saiu e foi à fogueira do acampamento se juntar ao resto do grupo.

Tom foi o próximo a falar com a elfa. O bárbaro disse a ela exatamente o que o grupo buscava contra o dragão. Lilen pareceu preocupada e lhe disse que o dragão ancião não possuía qualquer remorso e que não poderia ser enfrentado diretamente. Ela disse também que ele não mostrou atividade nos últimos anos, o que pode significar repouso ou cautela, pois há indícios de que outro dragão está se colocando no sul. Encerrada a conversa, o mulano e a elfa também retornaram ao entorno da fogueira do acampamento, onde Zeed e Demétria tocavam magnificamente e Dalaran cantava como podia.

A música estava agradável e conseguia cumprir seu objetivo de animar os ânimos abatidos pelo péssimo local em que viajavam, mas Stor interrompeu quando encontrou uma oportunidade. O mago queria expressar sua preocupação com o grupo estar se dirigindo em direção a um monstro tecnicamente imbatível. Dalaran se mostrava muito otimista, mas o argumento de Lilen de que havia a possibilidade de existir um outro dragão ao sul fez o grupo rever sua estratégia.

A nova sugestão veio de um conjunto de ideias e consistia em retornar para o sul, afastando-se de Ruflon, e ir em direção ao outro dragão. O grupo esperava ter a sorte de encontrar por lá um outro dragão metálico que lhes seria simpático e talvez ajudasse a combater o maligno dragão negro.

A conversa durou vários minutos, pois a decisão ainda era difícil, até que o grupo chegou a um consenso e resolveu voltar ao Sul, deixar Lilen na estrada e então chegar até o covil do outro Dragão.

A cabana no meio do Lago

Partindo de volta ao sul, foi Tom quem tomou a frente e liderava o agora grande grupo formado por ele, Zeed, o prisioneiro hobgoblin, Dalaran, Stor, Lilen, Rédon e Giles.

A jornada pelo pântano não era tão fácil, pois o grupo não deixou muitos vestígios de sua passagem anterior que fosse visível para Tom ou Zeed. Assim, embora estivessem indo para o sul, o grupo não estava percorrendo o mesmo trajeto que fez na ida.

Ela já caminhavam há quase um dia quando se depararam com uma grande clareira na floresta pantanosa e viram um lago com uma cabana no centro. Uma pequena estrada de madeira levava até a construção em ruínas e chamas mágicas garantiam a iluminação no caso de escuridão.

Dalaran, Zeed e Stor foram verificar o que havia no interior da casa, enquanto todos os outros permaneceram do lado de fora. Ao se aproximarem, Stor usou seu corvo para verificar rapidamente o que havia no interior e percebeu movimentação. O grupo invadiu a casa foi diretamente perseguir a sombra percebida.

Ao chegarem na cozinha, o grupo se deparou com alguém subindo por um buraco. Eles fizeram a volta e subiram pela escada até o andar superior. O grupo passou por uma biblioteca e chegou a um jardim, quando encontrou-se com um tiefling que inicialmente não se comunicou em comum. Com alguns segundos de tensa negociação, Zeed conseguiu convencê-lo a falar, e o grupo descobriu que ali era a residência de um druida.

Quando Zeed fez o movimento para tocar em seu instrumento musical, o tiefling assustado tentou enfeitiçá-lo, mas Stor foi rápido o suficiente para anular a magia adversária e permitir que o bardo o paralisasse. Rendido, o estranho disse o que sabia: aquela era a residência de um druida, e ele estava tentando traduzir vários manuscritos em druidico.

Cabana no Lago
Enquanto tudo isso acontecia, Tom percebeu um movimento anormal no lago. Ele viu uma serpente gigante rodeando o lago, e logo se dirigiu para o interior da casa alertar os três. Quando ele chegou lá, todos já estavam na biblioteca, com um novo prisioneiro, e tentando descobrir alguma coisa interessante. Zeed pediu ao bárbaro que investigasse o restante da casa enquanto eles avaliavam a biblioteca.

Tom vasculhou os dois quartos e tudo o que encontrou foi um velho colar de ossos e uma pequena chave. Ele decidiu usar o colar e então levar a chave aos outros dois. Stor então foi com Tom reavaliar os dois quartos, quando encontraram um bordão de madeira negra e vários tapetes antigos. Eles não encontraram mais nada com utilidade nos outros quartos, embora Stor tenha separado alguns romances para Zeed. Enquanto isso, o bardo separou alguns livros em idiomas conhecidos. Ele carregou consigo um manuscrito sobre ervas venenosas e medicinais, além do grande tomo em druidico que o tiefling traduzia.

No andar inferior Stor começou a procurar por algum cofre ou outra fechadura em que a chave encontrada poderia servir. Como sabia que a fogueira na lareira tratava-se de magia, ele não temeu em enfiar a mão para perceber que havia um fundo falso. Faltava ver se havia alguma entrada para a chave.

(Floresta das Serpentes, Terras Centrais do Ocidente; dias 11 e 12 de Uktar, o Apodrecer, do ano de 1480)