terça-feira, 23 de dezembro de 2014

(OV) Aventura 3 - Alguns segredos do Vale dos Perdidos

PARTE 1 - A PROCURA DO CURANDEIRO


Após o confrontamento com Jikruagran, Sandor, Gódrick e Lanâncoras conseguiram sair do covil do monstro. Contudo, o bardo estava muito preocupado com a situação do druida. O trio tratou se apressar-se de volta a entrada principal do templo para resgatar Kardio, que ainda estava lá. Lanâncoras em forma de águia distraiu o guarda para que a dupla pudesse entrar e resgatar o mago que, embora estivesse vivo, apresentava leves sinais do veneno e muita dor pelas perfurações que sofreu dos ataques da aranha.

A despedida de Gódrick e a visão do novo destino


Após saírem do templo de Jikruagran, o grupo saiu apressadamente dos limites de Burburg. Sando estava preocupado que o veneno que Lanâncoras e Kardio haviam em seus corpos voltasse a agir e eles morresem, bem como também preocupava-se com o pacto que fez com a criatura maligna.

Contudo, Gódrick parecida compenetrado em batalhar. Após se afastarem a uma distância segura da cidade, o guerreiro empunhou suas duas espadas e afirmou que deixaria o grupo. Ele havia traçado uma nova missão para si: Mataria Adrabuk usando Eternata, sua nova arma preferida. O grupo estava muito ferido e abatido para detê-lo. Assim, Gódrick preparou seu cavalo e partiu em direção ao sul.

Sandor, Kardio e Lanâncoras agora estavam preocupados em determinar o trajeto mais adequado para continuarem sua missão. Antes disso, porém, precisavam descansar e tentar recuperar uma parte de suas forças. Enquanto decidiam os turnos de guarda, ainda tiveram tempo de ver um pelotão de orcs entrando na cidade de Burburg. O turno de guarda foi então realizado por Sandor e Lanâncoras, enquanto o mago, o mais ferido de todos, repousava.

Foi durante seu repouso que Kardio teve as assombrosas visões que lhe instigaram a traçar o novo destino do grupo:

O mago viu-se em uma região com forte nevoeiro. Em seguida, uma pequena brecha se abriu, mostrando-lhe uma abertura escura em uma grande parede de madeira, ou uma árvore. Aproximando-se, ele pôde ver que as raízes de tal árvore espalhavam-se por uma grande área e, de repente, inúmeras sombras com rostos desconhecidos voavam de dentro daquela abertura.

Kardio acordou-se assustado e revelou a seus companheiros que um novo mal estava na floresta, para onde Gódrick se dirigia.

O trio estava indeciso naquele momento. Kardio mostrava interesse em seguir diretamente em busca de Gódrick, e Sandor queria voltar até a Vila do Fumo. Foi então que o bardo viu-se obrigado a revelar a seus companheiros sobre o pacto que havia feito com Jikruagran. Compartilhando da preocupação de Sandor, o grupo decidiu dirigir-se até a Vila do Fumo pela estrada principal. Eles partiriam ainda neste início de manhã e tentariam evitar a noite no Campo Amaldiçoado, como fizeram da outra vez.

Dificuldades que levam ao curandeiro


O curandeiro

Cavalgar, mesmo que na carona, suportando a dor do ferimento de duas garras de aranha de 15 cm não é uma tarefa fácil e, por isso, Kardio era o fator limitante na velocidade em que o grupo se deslocava. Embora a intenção dos aventureiros era a de chegar ao limite leste do Campo Amaldiçoado antes do anoitecer, a lesão de Kardio deixava claro que não seria possível, e o passo foi reduzido. Preocupados, o trio optou por mandar Lanâncoras a frente a procura do curandeiro Shazam, enquando Sandor e o mago subiam a colina na velocidade que eram capazes.

Um denso nevoeiro tomou conta da colina em que estavam Sandor e Kardio durante a noite. O mago foi capaz de armar sua magia de alarme pare detectar a presença de criaturas malignas enquanto Sandor mantinha-se firme em alerta. Porém, a magia de Kardio foi dispersada quando Lanâncoras retornou - ao menos com boas notícias: Ele havia achado o curandeiro Shazam. Porém, o grupo deveria dirigir-se até ele.

Sandor e Lanâncoras montaram guarda naquela noite esforçando-se para manter a fogueira acesa. Para garantir isso mesmo sob pressão das sombras uivantes que circundavam o acampmente, o druida teve de livrar-se de sua capa e de uma tocha ao usá-las como combustível para o fogo. Felizmente apenas isso foi o suficiente e o grupo conseguiu vencer a noite sem nenhum enfrentamento - o que poderia ter sido letal, dada a situação fragilizada dos heróis.

Nesta noite o mago teve a segunda visão: Eternata, a espada amaldiçoada, lutava contra muitas criaturas. Ela cortava a carne de monstros que deviam ser orcs, até o momento que deparou-se com outra poderosa lâmina. o combate entre as armas era violento mas, no fim, Eternata acabou jogada ao chão. Em seguida, o rosto de Gódrick pôde ser visto em uma das sombras saindo daquela mesma abertura que Kardio havia visto em seu sonho no dia anterior.No dia seguinte o grupo seguiu as orientações de Lanâncoras e subiu a colina, de onde tinha uma visão ampla do Vale dos Perdidos, e então dirigiu-se até a floresta junto ao Rio Alívio. O druida conhecia a região, e foi capaz de levá-los corretamente até a cabana, em meio a floresta, do curandeiro Shazam. O velho elfo os acolheu e levou-os para dentro, onde preparou unguentos que foram capazes de fechar um dos ferimentos de Kardio.

Para extrair o veneno, o elfo utilizou-se do veneno da própria aranha, que Sandor havia coletado do monstro morto. Em uma mistura incompreensível, o velho formou um líquido esverdeado, que utilizou para umedecer um pano junto a lâmina de sua espada. Perguntando se Kardio estava preparado para o tratamento, o velho cravou a adaga em seu ferimento. Uma dor incomunicável foi inevitável...

PARTE 2 - A BUSCA PELO INGREDIENTE


Com o tratamento pouco ortodoxo de Shazam, Kardio não foi capaz de mater-se acordado. Ao levar o golpe de faca ele ficou inconsciente e permaneceu assim por muitas horas. Durante este tempo o velho xamã parecia cansado, e recolheu-se para repousar.

O ingrediente que falta para a poção


Após algumas horas o mago começou a recobrar sua consciência. Antes disso, porém, ele teve a oportunidade de perceber que o ritual executado pelo xamã também possui efeitos capazes de libertá-lo de seu corpo. Acordado, o grupo passou a discutir com Shazam se Lanâncoras ainda corria risco de vida por ter sido envenenado. Com um ritual mais simples, o xamã constatou que o veneno não está ativo no corpo do druida e que, assim, ele não é capaz de perceber se ele existe ou mesmo de retirá-lo.

Porém o xamã estaria preparado caso o veneno se manifestasse. Ele possuía em seu livro uma receita de poção que seria capaz de conter o veneno da aranha. Ele mostrou seu material para Kardio e disse-lhe para copiar. Ao procurar o material, Shazam percebeu que possuía todos os materiais, exceto um: a concha esmeralda, que pode ser encontrada no fundo do Lago da Paz. Shazam os informou que para conseguir este material é preciso catá-lo no fundo do lago, que é protegido por uma serpente do lago.

Navegando em busca do lago


Após algum tempo pensando, o grupo decidiu dirigir-se até o lago. O Shazam lhes disse que na foz do Rio Alívio existe uma pequena balsa para duas pessoas que poderia ser utilizada pelo grupo. Seguindo o leito do rio, o grupo partiu em direção ao lago. Ao chegarem no ponto indicado, dividiram-se de forma que Sandor fosse a frente no barco e Kardio atrás. Lanâncoras em forma de pássaro ocupava menos espaço e os acompanhava, ou no barco, ou sobrevoando.

Após algumas horas de navegação não muito longe das margens a noite se aproximava. O grupo chegou a conclusão que deveria se aventurar mais no interior do lago para procurar as conchas. Dando prosseguimento a este plano, Lanâncoras sobrevoava um pouco mais a frente e tentava enxergar algo. Porém, foi quando pararam por alguns instantes devido aos movimentos agitados do lago normalmente calmo que Sandor pode perceber um brilho no fundo do lago. Logo começaram a planejar uma forma de chegar lá, uma vez que logo em seguida perceberam a serpente.

Com alguns feitiços já lançados, Kardio não tinha muitas opções. Assim ele criou um servo invisível e ordenou que ele carregasse uma moeda com um brilho mágico para o fundo do lago. Esta estratégia serviu para distrair levemente a criatura enquanto Lanâncoras, corajosamente, mergulhou na forma humana para buscar as conchas. Foi capaz de trazer uma até a superfície e escapar na forma de pássaro, porém os outros dois, sobre o pequeno barco, viram a serpente esbarrar na madeira. Sandor, que havia recebido a concha esmeralda de Lanâncoras, foi obrigado a soltá-las para não cair no lago. Kardio, vendo o que tinha acontecido, tentou pegá-las e foi ele quem caiu na água, mesmo que Sandor tenha conseguido se recompor e resgatar as conchas.

Assim, o grupo está em uma noite com denso nevoeiro no centro do lago da paz, com a concha esmeralda que buscam nas mãos do bardo e com Kardio na água, aparentemente sendo alvo da grande serpente do lago que nada com velocidade em sua direção.

PARTE 3 - POÇÃO CRIADA, FERIDA NÃO CICATRIZADA


Kardio estava na água e a serpente avançava. Ao tentar nadar em direção à jangada em que Sandor estava, o mago percebeu que a serpente na verdade mirava o barco, e então se afastou um pouco. O barco ergueu-se no ar e Sandor, que estava em uma das pontas, virou-se e, caiu na água. Com esforço o bardo conseguiu segurar uma das conchas em sua mão, embora a outra tenha ficado sobre o barco.

Lanâncoras aguardava uma oportunidade para pegar a concha das mãos do bardo e levá-la para longe do monstro. Foi depois que a serpente voltou-se para o bardo e partiu para atacá-lo que a oportunidade surgiu. Sandor, para defender-se, utilizou sua voz potente para afugentar o monstro. A técnica funcionou por um tempo, pois a criatura se afastou, abrindo espaço para que o druida, em forma de águia, conseguisse pegar a concha esmeralda.

Contudo o plano não deu certo. Antes que pudesse pegar altitude suficiente a serpente gigante saltou da água e pegou impecavelmente a concha esmeralda das patas do Lanâncoras-águia, levando-a mais uma vez para o fundo. Restava um na superfície agora, e ela estava sobre a surrada jangada em que chegaram até este ponto.

Com o tempo que Lanâncoras ganhou, Kardio e Sandor conseguiram subir novamente na jangada. O mago então ocupava-se em conjurara seu servo invisível para empurrá-los de volta a margem. Sandor procurava a concha esmeralda nos cantos da jangada. Quando Kardio ajudou-o iluminando o barco a concha foi encontrada, mas não demorou para que a serpente voltasse a atacá-los. A jangada não parecia que aguentaria muitos golpes como este que havia sofrido agora. Kardio, então, teve um ideia da qual não sabia o que esperar: ele retiraria a magia da concha e esperava, que, assim, a serpente iria parar de atacar. Ao mesmo tempo, esperava que a concha pudesse fazer o mesmo efeito na poção que criariam.

E deu certo - pelo menos a primeira parte. Quando Kardio suprimiu a magia existente na concha esmeralda, seu pequeno brilho esverdeado se foi, e com ele a perseguição do monstro do lago. Assim o grupo teve mais tranquilidade para voltar às margens do lago e recompor-se.

A poção que cura?


Recompondo-se na foz do Rio Alívio após encontrarem seus cavalos e pertences intactos. o grupo resolveu partir novamente rio acima até a cabana de Shazam. Ele saberia o que fazer com a concha sem magia, e esperavam ouvir boas notícias sobre seu efeito na receita mágica.

Foram mais algumas horas de caminhada até que, no meio da tarde, o grupo chegou à cabana do velho Shazam. Ele os recebeu e, quando viu a concha, logo exclamou: "- Que interessante, nunca tentei criar a poção com a concha sem magia". Um pouco desapontados, mas ainda confiantes na habilidade do curandeiro, o grupo aguardou em sua cabana enquanto ele mesmo preparava a poção em um grande caldeirão. Para relaxarem como precisavam, o curandeiro ofereceu a todos um chá de sua especialidade. Kardio e Sandor aceitaram, o que os fez dormir como pedras, mas Lanâncoras preferiu a meditação ao ar livre da floresta.

Na manhã seguinte a poção estava pronta. Shazam entregou ao grupo um pequeno frasco, suficiente para uma única dose, de um líquido esverdeado. A recomendação era para que Lanâncoras só a bebesse no caso dos sintomas do veneno voltarem a afetá-lo. Contudo, nem mesmo o curandeiro tinha certeza se funcionaria sem a concha mágica em pleno, como foi o caso.

Com estas informações o grupo deixou a casa do velho curandeiro e partiu em direção a vila do Fumo e depois ao acampamento militar. Kardio tinha a intenção de encontrar com seu pai adotivo, Seth, um clérigo deste acampamento.

A situação não tão boa

Ao chegar na vila do fumo o grupo logo percebeu que algo estava diferente. Foram diretamente à casa do Conde Onor, onde pretendiam conversar sobre os planos de Kikruagran.

O conde, ao saber dos planos, ficou bastante enfurecido e ameaçou lançar os soldados que possuía até a cidade de Burburg, mas foi desencorajado pelo grupo. Kardio, então, surgiu com outra ideia: ele disse ser capaz de trazer uma pessoa de volta dos mortos. Assim, ele queria saber quem poderia ser bravo e poderoso o suficiente para enfrentar o monstro Jikruagran uma vez trazido de volta.

O conde refletiu um pouco, mas não parecia um escolha fácil. Então lhes disse que os maiores heróis que a Vila do Fumo já viu morreram na batalha de Formosa, uma cidade pequena no meio do Campo Amaldiçoado. Ele disse que um dos mártires desta batalha foi Drobern, um guerreiro que teve seu túmulo construído no meio do campo amaldiçoado. Com essas informações o plano parecia estar traçado: eles iriam até o campo amaldiçoado.

As novidades ruins não haviam parado de chegar. Quando Kardio então resolveu perguntar por Seth, o Conde lhes informou que ele estava inconsciente desde a batalha no acampamento. Nesta batalha, o acampamento militar foi destruído por um exército orc que atacou em dois frontes, enquanto o próprio Adrabuk liderava o fronte sul. Seth, assim como várias dezenas de outros soldados, foram mortos ou feridos. O General Ruv conseguiu reagrupar todas as tropas que haviam se perdido e formou um novo acampamento mais ao leste, às margens do Lago da Paz. Contudo, a estrada que leva à saída do Vale dos Perdidos agora estava sitiada e não havia como o povo, mesmo assustado, deixar a região.

Ao chegarem na casa onde o clérigo estava sendo tratado, Kardio se aproximou e percebeu que o rosto de Seth estava bastante ferido, e que seu olho direito estava coberto. Embora percebesse sinal de respiração, o clérigo estava inerte. O resto do dia do grupo foi então livre, para que pudessem pensar um pouco e descansarem para suas novas empreitadas. Lanâncoras retirou-se para uma meditação, Sandor foi até a taverna, onde obteve alguns detalhes do combate, como o de que o General Ruv havia desaparecido um dia depois de reagrupar o acampamento à beira do lago, e Kardio preparou-se e executou sua magia de premonições.

A magia de premonições de Kardio não correu exatamente como ele esperava. Em suas visões, o mago viu a silhueta de uma criatura humanóide. Em seguida o rosto cortado desta criatura mostrava claramente os olhos e o nariz um orc. Seu olho esquerdo era negro como o carvão, mas o direito era diferente. Uma pedra com um brilho escuro parecida ocupar o lugar do globo ocular. A visão então escureceu e o mago ouviu, mais uma vez, a voz da morte: "- Você deve me pagar o favor. Eu quero a pedra no olho daquela criatura".

PARTE 4 - A EXUMAÇÃO


Com uma nova missão em mente, o grupo agora pretendia descobrir mais informações sobre a "pedra do destino", como Kardio havia chamado aquela que aparecera em seu sonho.

Informações na Vila do Fumo


Kardio suspeitava que a criatura que apareceu em seu sonho tratava-se de Adrabuk, o gerneral orc que lidera as hordas que destruiram o acampamento militar. Para comprovar sua teoria, a dupla Kardio e Sandor resolveu juntar informações dentro da vila do fumo, especialmente com os soldados que ainda restavam, a fim de obter maiores detalhes sobre a criatura.

Pensando em encontrar algum soldado que tenha encarado pessoalmente o próprio Adrabuk, a dupla viu-se com duas opções: ir ao quartel ou ao hospital. Optaram pela primeira e rumaram até o quartel, onde foram recebidos por dois guardas através de uma grade. Sandor foi quem iniciou as conversas, questionando se algum dos dois havia enfrentado o general monstro. Um dos dois se acusou, dizendo, porém, que estava no flanco oposto ao ataque mortal. Ele então indicou o capitão Lacym, que estivera no flanco atacado pela tropa comandada pelo próprio Adrabuk no momento da queda do acampamento.

A dupla aguardou no pátio de treinamento do quartel enquanto o capitão concluía suas lições a um novo pelotão. Lacym era um homem alto, sem cabelos e com muitas cicatrizes pelo corpo. Ele ainda estava com sua mão em uma tipóia, uma consequência leve do massacre que sofreram os humanos no combate contra os orcs.

Lacym conversou com o grupo por alguns instantes, explicando para eles da visão terrível do orc gigante que comandava a horda de monstros que atacava o acampamento. Ele afirmava veementemente que os monstros surgiam do nada e que Adrabuk os comandava com força. Ele viu, no olho do orc, embora sombreado por um elmo dourado, o brilho desigual de dois olhos de cores diferentes. Um deles era como o olho de um orc normal. O outro, porém, possuía um brilho fosco e que escuro.

Certos de que se tratava da "pedra do destino", a dupla decidiu primeiro partir em direção a Campo Amaldiçoado, pois reviver Drobern ainda parecia a saída mais viável a fim de combater o orc maldito.

O Mausoléu do herói


A dupla começou sua jornada em direção ao Campo Amaldiçoado na tarde do mesmo dia em que conversaram com o capitão. Resolveram fazer uma parada estratégica na cabana de Shazam, na colina próxima ao Rio Alívio, a fim de não serem surpreendidos pelos perigos da noite na área amaldiçoada.


Chegaram a velha cabana e foram bem recebidos pelo hermitão, que os mandou entrar e serviu chá a Kardio. Ele questionou e foi informado por Sandor sobre a situação da vila do fumo e do Acampamento Militar. Com a preocupação tomando conta de sua face, ele logo afirmou que começaria a preparar sua mudança daquele lugar.

Kardio teve mais um de seus sonhos reveladores durante a noite na cabana de Shazam. Desta vez, com muito mais clareza do que nas outras, o mago viu-se aos pés da Torre Proibida. Orcs a patrulhavam, mas ele passava por todos como em teletransporte. Chegando ao topo, Kardio presenciou um grande orc mexendo em um baú. Enquanto a criatura ainda estava de costas, um poderoso raio, evidentemente mágico, a atingiu pelas costas, vindo também de algum lugar às costas de Kardio. O monstro virou-se e, antes que Sandor o acordasse na cabana, o mago ainda pôde ver uma pedra negra na mão do orc gigante.

Embora a dupla tenha levantado várias hipóteses sobre o que poderia ser o raio e a visão que Kardio teve, não demoraram a se resolver em partir para o Campo Amaldiçoado e o túmulo de Drobern. A jornada até a encruzilhada que indicava Formosa, Vila do Fumo e Burburg foi ágil. A partir dali, porém, o grupo reduziu o passo para que Kardio, com ajuda de suas magias, pudesse localizar o local com magia mais próximo do que poderia ser o túmulo do herói.

Os dois aventureiros encontraram um mausoléu fora da estrada que a magia de Kardio sugeria que deveria ser o túmulo de Drobern. Uma magia de dissipação lançada pelo mago permitiu que a dupla entrasse na área dentro do mausoléu, que não devia ter mais de 6 metros quadrados. Os dois túmulos presentes no local poderiam ser do herói, mas outra magia lançada por Kardio sugeria que o inferior tratava-se dele. Embora tenham notado que o chão do mausoléu parecia oco, a dupla resolveu não mexer, pois sabia dos perigos daquele lugar.

Antes de abrir o túmulo o mago certificou-se de dissipar qualquer encantamento que estaria presente no sarcófago. Para isso ele reestudou o encantamento durante uma hora e então ficou concentrado em sua manutenção até que a dupla deixasse o Campo Amaldiçoado. O corpo de Drobern, um homem vestindo boas armaduras, carregando uma espada luxuosa sobre o peito, estava tão intacto que nem parecia estar morto.

O grupo montou acampamento na saída do Campo Amaldiçoado, e Kardio começou a preparar seu feitiço de ressurreição. Contudo uma dúvida terrível surgiu no grupo. Sandor, enquanto olhava para o corpo coberto do defunto, teve a nítida sensação de que ele mexera-se. A preocupação tanto de que ele ser ergueria como um morto-vivo quanto o de que Kardio poderia perder horas de concentração em sua conjuração, para então ser interrompido por um "movimento do morto", puseram a dupla a repensar seu plano de ação.

PARTE 5 - O HERÓI REVIVIDO

O grupo de heróis consegue, enfim, ressuscitar o guerreiro lendário do Vale dos Perdidos, e parte com ele em direção a Vila do Fumo.

A ressurreição

O corpo de Drobern estava sob a grama alta na noite do Vale dos Perdidos. O estado de conservação era excelente, e não havia odor desagradável. Evidentemente que uma poderosa magia, talvez a provida pelo Campo Amaldiçoado, era a responsável por manter seu corpo naquele estado.

O grupo então tentava uma forma de ressuscitá-lo. Kardio, com seus poderes de providência divina, tentava manter-se calmo e concentrado durante todo um dia até que seu feitiço tomasse forma. Para garantir isso, tanto Sandor quanto Lanâncoras comprometeram-se de vigiar a área contra eventuais surpresas.

Lanâncoras observou que a poucos quilômetros de onde estavam, no pé da primeira montanha da cordilheira, havia um acampamento de ogros. Eles não pareciam muito organizados, mas mesmo assim eram capazes de planejar uma rota de patrulha. Um ogro sozinho, todos os dias, patrulhava um perímetro de vários quilômetros e que passava muito próximo ao acampamento dos aventureiros - tão próximo que os ameaçava. Contudo, o grupo resolveu permanecer quieto e sob a grama para que o monstro não os encontrasse, e assim o dia inteiro se passou para que o feitiço pudesse ser conjurado.

Na noite seguinte ao início das conjurações o mago Kardio invocou as forças do além para trazer de volta o espírito de Drobern ao seu corpo. Porém, a magia falhou instantâneamente, sendo o mago capaz de perceber que isto devia-se ao fato do espírito original daquele corpo não estar no além, mas ainda preso no mundo dos vivos.

O grupo permaneceu um pouco confuso por algumas horas, até que com o cair da noite um espírito surgiu perante eles: tratava-se do fantasma do próprio Drobern, fadado a vagar pelo campo amaldiçoado. Ele fora atraído pela tentativa de ressurreição, embora não soubesse disso naquele momento. Explicada a situação para o morto, o grupo o convenceu a retornar naquele local no dia seguinte, quando Kardio tentaria sua conjuração novamente.

O dia seguinte teve a mesma tensão na expectativa pelo patrulheiro ogro que passava a poucas centenas de metros pelo campo aberto, mas o grupo o evitou com a mesma tática: escondendo-se na vegetação alta. Enquanto isso, Kardio conjurava seu feitiço e, quando o tempo se esgotou, na manhã seguinte, o fantasma lá estava, preparado para retornar ao seu corpo. O feitiço não foi invocado tão facilmente quanto o mago esperava. Kardio foi surpreendido por uma poderosa falha na magia, que por pouco não o matou, mas enfim foi bem sucedido.

Drobern de volta a vida no Vale dos Perdidos


O guerreiro mostrou-se bastante confuso após sua ressurreição. Ele falou muito em um demônio que confrontava durante a Batalha de Formosa. O trio de aventureiros inicialmente pensava que tratava-se de Jikruagran, mas as palavras de Drobern pareciam se referir a um demônio gigante com chifres, mãos e asas, que saíra do chão durante a batalha. Mesmo assim, o grupo o convenceu de que aquele momento havia passado, e o levaram, primeiramente, até o mausoléu onde seu corpo estava sepultado.

Drobern se mostrou bastante comovido ao ver o túmulo, que segundo ele pertencia a sua esposa e escudeira, Eryn, também morta em combate. Depois destes instante no Campo Amaldiçoado, o grupo, agora com quatro membros, partiu em direção a cabana de Shazam, agora vazia, para descansar em um local seguro antes de partir para a Vila do Fumo colher informações que pudessem os levar ao general orc Adrabuk.

Drobern estava fora de ação há muitas anos - talvez mais de um século - e foi capaz de entrar tranquilamente na cidade sem ser reconhecido. Ele e Sandor permaneciam na vila enquanto Lanâncoras e Kardio aguardavam fora dos limites urbanos.