Para Krevlan
A casa de Rykk
O grupo aceitou o plano proposto por Grutingrafgnaw: investigar uma subestação de energia em Krevlan, um distrito de Orelan que emanava anomalias magnetosféricas.
A draconiana descreveu as anomalias como ondas de energia vindas do subsolo, relacionando-as aos picos de violência que vinham ocorrendo ao redor da cidade. Ela repudiava a versão de que a mudança de comportamento era puramente social — acreditava que as anomalias estavam afetando diretamente os habitantes locais.
A estação de Krevlan constava como desativada nos registros oficiais. Segundo Grutin, seria um local adequado e seguro para iniciar a investigação. No entanto, sua localização ficava em uma região carente da cidade, habitada principalmente por riforianos marginalizados — o que não deixava de representar um risco.
Finalmente, o grupo pôde descansar. Hothspoth era o mais exaurido: a radiação sepulcral o atingira com mais intensidade, e ele ansiava por recuperar as forças.
O solariano, porém, amanheceu desconfiado. Lembrando-se da proximidade entre Rykk e Grutenkrag no dia anterior, vasculhou o casaco do emissário em busca de escutas — e encontrou uma!
O pequeno dispositivo, do tamanho de uma unha, estava preso ao casaco que Rykk usara na visita ao MiNI. Hothspoth o alertou, e o draconiano pediu que o robô serviçal colocasse a veste para lavar em uma máquina barulhenta, para eliminar o sinal.
A seguir, os aventureiros reuniram-se com Grutin e contaram sobre a escuta. A draconiana ficou decepcionada — parecia ainda nutrir alguma esperança de que o chefe de seu filho não estivesse envolvido com a Lança de Hierofante.
A confirmação da traição de Grutenkrag fez com que Grutin demonstrasse preocupação com seu marido, o engenheiro aeroespacial Karrogriekgnaw:
“Seu pai está confinado nos laboratórios da Frozen Trove há seis dias. Não é seguro contatá-lo; todos os canais de comunicação são monitorados.”
Rykk se mostrou preocupado, mas logo o grupo precisou se concentrar na missão de Krevlan.
Grutin forneceu um cartão de acesso de nível 2 para o filho. O emissário não reconheceu o nome — Sirina — nem a foto da draconiana no cartão, mas estimou que seria suficiente para entrar na instalação.
Com tudo pronto, o grupo descansou. Rykk apresentou aos companheiros sua sala de jogos, e a tarde transcorreu em paz. A missão começaria às 23 horas.
O despiste
Utilizando o veículo voador de Rykkgnaw, os aventureiros seguiram pela via flutuante de Orelan até Krevlan, um subúrbio industrial abandonado.
A arquitetura local deixava claro que o bairro fora planejado para riforianos — seres de estatura humana, menores que os draconianos. Embora isso os deixasse mais à vontade, o abandono do lugar logo dissipava qualquer sensação de conforto.
A três quarteirões do destino, Rykk precisou se livrar da escuta. Para despistar o ouvinte, ofereceu seu casaco grampeado a um mendigo perneta. O riforiano recusou, insultando-o de “draconiano usurpador”. Mesmo assim, acabou ficando com a veste ao vê-la abandonada em um banco.
A subestação estava próxima. Tubos pressurizados com gases aquecidos denunciavam o preparo para o inverno — apesar de Triaxus viver um verão anormalmente longo.
Como Grutin alertara, uma gangue abordou o grupo.
O confronto com os riforianos
— “Ei, draconiano! Pára aí!” — gritou um riforiano alto e curvado.
— “Por quê?”, respondeu Rykk.
— “Porque eu não gostei da tua cara.”
A hostilidade era evidente, e qualquer tentativa de negociação foi inútil.
Enquanto conversavam, Hothspoth e Flynn perceberam manchas escuras na pele do inimigo — sinais da Síndrome da Marcha Definhante.
— “Você está doente! Podemos ajudar!”, insistiu Flynn.
— “Eu não preciso da tua ajuda”, retrucou o riforiano, armando a arma. “Eu quero que você e sua laia sumam daqui!”
O conflito foi inevitável.
O tiroteio começou com Rykk errando um disparo e quase acertando Flynn. Hothspoth reagiu rápido, atingindo o líder com um dardo tranquilizante. O efeito demorou, mas seria inevitável.
Ed armou seu rifle e buscou cobertura, enquanto Rykk alçou voo para obter vantagem de altura. Flynn e Kassius mantiveram-se na linha de frente. O combate foi intenso: uma bomba de gás ácido foi lançada, e os inimigos usavam canos e sucata como armas improvisadas.
Hothspoth liberou sua Supernova; Flynn respondeu com seu punho solar. Ambos tentavam sobreviver enquanto desviavam de tiros dos próprios aliados.
A gangue foi rapidamente dominada. Kassius matou um deles, e o efeito do veneno de Hothspoth incapacitou o líder. Os dois últimos riforianos tentaram fugir.
— “O Chakar tá morto, cara, vam'bora daqui!” — gritou um deles.
Ed, impassível, disparou contra o fugitivo, acertando-lhe a coxa. O inimigo mancou e prosseguiu, vivo, mas fora de combate.
A batalha terminou. O grupo havia vencido — e capturado um refém.
Triaxus, Cidade de Orelan — Quinta-feira, 22 de Desnus de 325 DL.

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