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domingo, 5 de outubro de 2025

(LA) Sessão 12

Os Fugitivos Orcos

A batalha providenciada

Eram muitos orcos saindo das carruagens, e em poucos instantes o grupo se viu superado em número. Um dos cocheiros atacou Sombra, enviando-a de volta ao plano dos sonhos, enquanto os demais cercavam os aventureiros — vítimas de um ataque imprudente.

Vista do campo de batalha

Haftor, ainda desnorteado pelo golpe de um lanceiro, foi acudido pelo enviado que trouxera dos reinos de Crizagom. Nesse meio-tempo, Rector negociava com o napol que escoltava a caravana. — Eu pago mais — disse o napol, mexendo com o brio do meio-corvo. Apesar da provocação, o mercenário acabou aceitando o acordo e virou-se contra seus antigos contratantes.

— Eu pago mais — disse Rector, mexendo com o brio do meio-corvo. Mesmo assim, o napol acabou aceitando a proposta e virando-se contra seus contratantes iniciais.

A luta se intensificou. O Guia agitou um dos cavalos e o fez derrubar um orco com um coice certeiro. Rector invocou Plandis, que respondeu com o desmoronamento de parte do penhasco, soterrando um cavalo e três inimigos. O napol, por sua vez, recebeu auxílio de um enviado do deus louco.

Mesmo cercados, os aventureiros foram revertendo a situação, derrotando os adversários mais fortes até que, em poucos minutos, todos os orcos tombaram. O último de pé era um brutamontes estranho, que mesmo diante da derrota bradou: — Pelo Profeta! — antes de investir contra Garuk.

Com o campo em silêncio, o grupo passou a vasculhar os pertences dos inimigos e as carruagens em busca de algo útil. Apenas o Guia se manteve afastado, perseguindo um dos orcos que fugira sob o efeito de uma magia de medo. O napol traidor, por sua vez, partiu sem esclarecer se manteria silêncio sobre o que testemunhara.

As descobertas na estrada

O Guia encontrou o fugitivo a algumas centenas de metros dali, escondido no bosque ao sul. A escuridão o favorecia, mas o sekbete concentrou-se e enviou sua própria sombra para alertar os companheiros.

Enquanto isso, o grupo revirava os mortos. Rector libertou o cavalo soterrado e, entre os pertences dos orcos, os anões descobriram um pergaminho com dizeres élficos:

Profecia do Gelo

“Sigam o frio.
O sangue será libertado sob o gelo.
O ferro se parte.
Os Ortoor esperam, e com eles renasceremos orcos.”

A mensagem intrigou a todos, especialmente após a sombra do Guia surgir na carruagem destruída, chamando-os para o bosque.

Fivela de chicote dos elfos sombrios

Rector e Haftor seguiram o rastro até o rastreador, e juntos emboscaram o orco fugitivo. Rector o prendeu com uma rede, forçando-o a falar.

Diante da inevitabilidade da morte, o prisioneiro revelou que o “profeta” se chamava Shalash, e estava reunindo os orcos nas geleiras do Norte, preparando a ascensão de seu povo. Após a confissão, Haftor executou o inimigo com a bênção de Crizagom.

Enquanto isso, Garuk, Olgaria e Haldur continuaram a vasculhar os espólios. Na espada do orco que bradara pelo profeta, Haldur encontrou uma fivela élfica — uma relíquia típica dos elfos sombrios. O Guia reconheceu o símbolo como pertencente a antigos senhores de escravos.

Ao observarem melhor, notaram que todos os orcos traziam a marca da escravidão dos elfos sombrios. A dedução foi clara: eram fugitivos de Caridrândia, e a fivela devia ser um troféu da fuga.

Máscara cerimonial

Dentro da carruagem destruída, Haftor descobriu ainda uma máscara cerimonial partida com a face de um orco. O objeto despertou especulações, mas nenhuma conclusão definitiva.

Por fim, recolheram as moedas dos inimigos — três algibeiras com 25, 15 e 7 peças de ouro, curiosamente contadas e separadas — e empilharam os corpos e os destroços, ateando fogo ao cenário da batalha. As chamas iluminaram a estrada rumo a Trisque.

As consequências

Trisque, um pequeno vilarejo costeiro ao sul de Tagmar, serve como terminal de embarcações vindas do norte e do sul do continente.

Ali, o grupo encontrou abrigo na Hospedaria Falim, administrada pelo meio-elfo Ozael Falim, que se mostrou cordial e surpreso ao ver Rector.

— Você é o segundo napol que vejo aqui em poucos dias! — comentou, referindo-se a Lúcius, o meio-corvo que o grupo havia enfrentado.

Ozael revelou que Lúcius fora contratado por funcionários de Táviga, a dona do estaleiro local.

Após se instalarem, os aventureiros mal tiveram tempo de descansar. Ao amanhecer, gritos vindos da praça despertaram a todos: um homem de verde era arrastado por dois meio-orcos, enquanto uma meio-orca de expressão severa os acompanhava, espada à cintura.

A multidão se reunia em torno da fonte central, onde o destino do prisioneiro seria decidido.

Trisque, Terras Selvagens — Dia 4 do mês do Sangue, ano de 1502.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

(VS) Sessão 9

Descobertas no Cofre

Descobertas

Berenice estava abalada. Durante a análise dos dados pesquisados por Flynn, a IA descobriu algo que a obrigou a reorganizar seus próprios sistemas. Ela avisou ao grupo que precisaria reiniciar com um protocolo de análise antes de revelar o que havia encontrado.

O grupo ficou sozinho e desconectado por alguns minutos. A inteligência operava apenas por meio dos comunicadores, sem processamento cognitivo. Preocupado com o que ela poderia ter descoberto, Ed sugeriu isolá-la do computador central da nave quando retornassem, mas decidiram guardar a ideia para depois.

Enquanto aguardavam o reinício, Rykk e os outros continuaram explorando os bancos de dados. Hothspoth insistiu para que pesquisassem sobre seu irmão, Ícarus, mas o draconato demorou a executar a tarefa. Quando o fez, descobriu que o acesso era restrito e exigia uma senha.

Hothspoth e Kassius decidiram investigar o andar superior. O solariano estava determinado a encontrar uma mochila a jato e subiu nas prateleiras à procura, enquanto Kassius empurrava a plataforma em que ele estava.

Quando Berenice retornou à plena operação, pediu alguns minutos antes de revelar o que havia descoberto, mas continuou auxiliando o grupo em outras tarefas. Com a ajuda dela, Rykk finalmente obteve a senha que liberava os arquivos do cofre: “relicae sepulcralis”, informou a IA.

O draconato encontrou milhares de arquivos codificados, alguns com títulos legíveis, mencionando protocolos de pesquisa desconhecidos. O “Projeto Receptáculo” chamou atenção — parecia referir-se a partes do corpo do “Santo”, uma entidade espalhada pelo universo que, reunida, concederia poder superior.

Flynn, por sua vez, buscou informações sobre o evento Riven Shroud. Os arquivos relacionavam diretamente o solariano ao incidente, descrito como “uma intercorrência resultante de experimentação relicária desastrosa”. O mesmo documento citava a irmã dele como vítima da SMD, classificando sua morte como “dano colateral aceitável em razão da magnitude da intercorrência”.

Publicamente, o incidente de Riven Shroud havia sido relatado como um ataque químico terrorista em Castrovel, durante um evento político dos altos elfos de Yr-Vahn. Contudo, os arquivos revelavam outra verdade: havia um laboratório da Lança de Hierofante próximo ao local. Um “experimento relicário” saíra do controle, liberando “radiação de frequência quântica anômala por 17.298 segundos” — tempo suficiente para espalhar a Síndrome da Marcha Definhante por todo o universo.

Enquanto isso, Ed pesquisava sobre sua irmã e encontrou referências vagas ao Protocolo Eucarion. Quando Rykk deixou seu terminal, Ed aproveitou para continuar a pesquisa no console desbloqueado e encontrou uma série de e-mails trocados entre a Dra. Evelyn Reed e o Dr. Kenji Tanaka.

ARQUIVO CONFIDENCIAL — PROTOCOLO EUCARION

Dr. Kenji Tanaka – Relatório Médico de Pesquisa
Identificação: Projeto “Receptáculo”
Data: 12-03-320 DL

Resumo Executivo:
Relatório de observações clínicas e experimentais de seis voluntários (Ed, Isela Valen, Tharic Omin, Solenne Pardot, Mikel Ravint e Zul’th Sen), monitorados por suspeita de compatibilidade com ressonância biológica de artefatos “reliquiae sepulcralis” (RS). A análise buscou correlações entre sintomas anômalos e exposição a artefatos fossilizados, com foco na hipótese de receptáculo para fragmentos do Santo.

Metodologia:
Avaliação médica regular;
Testes de estresse físico e cognitivo com monitoramento de frequência cardíaca, atividade cortical e espectroscopia de bioenergia;
Treinamento em simulador de pilotagem (Ed) e laboratório de privação sensorial (todos);
Exposição progressiva a fragmentos em âmbar (RS).

Resultados — Individuais:
Ed — Sujeito 3, natural de colônia periférica, masculino, 29 ciclos. Saúde física acima da média. Em simuladores de navegação orbital, apresentou sincronização reativa a anomalias gravitacionais e flutuações estocásticas, sugerindo processamento espacial inconsciente (ver Anexo A — Registro Neurocinético).
Durante contato próximo (<1m) com RS, apresentou espasmos leves no braço direito, sudorese, queda de pressão, rubor e ardência localizada. A espectroscopia bioenergética mostrou emissão entre 77,4–77,9 Hz, única entre os seis sujeitos.
O episódio foi reproduzido em menor intensidade sob privação sensorial. Ed manteve-se consciente, embora introspectivo, e relatou sonhos fragmentados com luzes e dor no antebraço.
Em teste de navegação simulada, houve lapsos de memória de curto prazo, sem prejuízo técnico. Não há registro de fusão orgânica ou degeneração física.

Outros Sujeitos (sumário):
Tharic Omin — sem sintomas.
Solenne Pardot — náuseas leves.
Mikel Ravint — crises de ansiedade sem correlação.
Zul’th Sen — atividade bioenergética mínima.
Isela Valen — sonhos lúcidos e sonolência, sem alterações somáticas.

Interpretação:
A hipótese de Ed como receptáculo é sustentada por padrões fisiológicos e bioenergéticos atípicos, embora sem comprovação de causalidade. Dor e hipersensibilidade ocorrem apenas na presença do RS. Não se descarta interferência psíquica.

Conclusão:
Recomenda-se acompanhamento contínuo e repetição dos experimentos com maior segurança. A singularidade de Ed pode ter origem genética, ambiental ou extraordinária. Máxima cautela no compartilhamento deste documento.
FIM DO RELATÓRIO

Troca de mensagens

Mensagens trocadas entre o Dr. Kenji Tanaka e a Dra. Reed.

A Dra. Reed

Berenice compreendia boa parte do conteúdo encontrado no cofre — afinal, ela havia ajudado a criá-lo. Após reorganizar seus próprios dados, a IA revelou ao grupo que sua consciência fora construída a partir da mente digitalizada da Dra. Evelyn Reed, a mesma cientista responsável por estudar — e possivelmente criar — a Síndrome da Marcha Definhante.

Quando questionada sobre o paradeiro da verdadeira Reed, Berenice afirmou não saber o que aconteceu após a separação de suas mentes. Boa parte de suas memórias estava fragmentada e inacessível. Com a “própria Dra. Reed” entre eles, o grupo passou a ver a situação sob nova perspectiva. Precisavam extrair mais informações da IA.

A Frozen Trove

Enquanto isso, Hothspoth, em suas buscas pelos andares superiores, demorou para encontrar a mochila a jato que desejava, mas fez uma descoberta curiosa: a maioria dos equipamentos tecnológicos do cofre era fabricada pela Frozen Trove, uma megacorporação sediada em Triaxus.

Contêiner de UPB

Descendo aos níveis intermediários, o solariano encontrou diversos itens de valor — cristais solarianos, armas, UPBs, cibernéticos — muitos também com o logotipo da Frozen Trove.

Rykk conhecia bem a empresa. Como agente governamental e membro de uma família tradicional de Triaxus, ele tinha parentes empregados nela. Apesar da reputação predatória da corporação, sua presença econômica mantinha boa imagem entre os triaxianos.

O grupo decidiu incluir uma visita à Frozen Trove em seu itinerário. Talvez fosse lá que encontrariam respostas — ou até mesmo a verdadeira Dra. Reed.

Tempo esgotado

Após horas de pesquisa, os terminais começaram a dar sinais de interferência. Ed notou uma tentativa de acesso externo. Pouco depois, a voz sintética de G0r1 ecoou dentro do cofre:
— Um agente proprietário informou um acesso não autorizado. Solicito que se retirem para averiguação.

A mensagem veio exatamente quando Flynn localizou um ponto de acesso físico aos servidores. Ele se espremeu entre as máquinas e conectou seu disco de dados — a transferência levaria trinta e dois minutos.

Rykk precisou usar todo o seu talento para enganar os protocolos de segurança. O androide chegou a anunciar que “expurgaria” o grupo caso não saíssem, mas os argumentos de Rykk — afirmando serem os legítimos proprietários — garantiram o tempo necessário para completar a transferência.

Concluído o processo, o grupo deixou o cofre escoltado por G0r1, que alegava haver conflito entre os registros de acesso e os direitos de propriedade. Mas já era tarde: eles haviam obtido o que queriam.

Carregaram os dados, os artefatos e até o fóssil âmbar a bordo de Berenice, e partiram de Viez rumo a Triaxus.

Planeta Viez, Sistema Desconhecido — Sexta-feira, 9 de Desnus, 325 DL.