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sexta-feira, 25 de julho de 2025

(EE) Sessão 07

Novo Acordo com Arturus

Crise iminente

    O estado de saúde de Van se deteriorava rapidamente, colocando-o em perigo iminente. Contudo, ele não era o único em situação delicada. À medida que o suporte psíquico do qual Star havia se beneficiado se esvaía, sua força vital também diminuía. Logo, TR se viu com dois companheiros em estado de coma.

    Como a situação de Star era menos grave que a de Van — o guerreiro psi encontrava-se no limiar entre o coma e a lucidez — TR resolveu atendê-lo primeiro. Com uma comunicação psíquica e o uso dos equipamentos médicos disponíveis no veículo, Star pôde ser salvo e despertar por alguns instantes. Tempo suficiente para ele canalizar sua energia psíquica, já recuperada, e usá-la para regenerar seu corpo ferido.

    Van não teve a mesma sorte. Seu estado era pior, e o grupo precisaria levá-lo para um especialista. James estava retornando da atmosfera após a tempestade ter diminuído e comunicou ao grupo que havia pousado na entrada da caverna.

    Sem o piloto titular para comandar o veículo, Tiago Robertos assumiu o volante do VTT e o conduziu o mais rapidamente possível para fora da caverna. O caminho era estreito e sem muitas oportunidades de desvio, mas os solavancos contra as paredes e as passagens rápidas sobre superfícies irregulares tornaram a viagem extremamente turbulenta e desconfortável. Van, que já se encontrava ferido, ficou ainda mais perto do fim.

    O grupo embarcou rapidamente na Imperatriz Errante. James acionou os motores e decolou para a órbita. Decisões precisaram ser tomadas rapidamente. Os viajantes discutiram acirradamente sobre como e para onde levar o companheiro ferido, e acabaram concluindo que Arturus seria a melhor chance.

 

sexta-feira, 18 de julho de 2025

(EE) Sessão 06

Zona Subterrânea: Ecos de Hades

Triangulação nas Profundezas

    Os viajantes retornaram ao veículo para recuperar as energias, após enfrentarem um dos sentinelas ao lado do estranho terminal. Em conversa com James, decidiram tentar novamente, mas desta vez fariam um esforço para desativar os terminais antes que os inimigos pudessem ser ativados.


     James montou uma triangulação com seus drones, a fim de estabelecer um sinal mais forte e estável nas profundezas do polo. Com isso, o capitão da Imperatriz Errante conseguiria manter o controle de um de seus drones com mais precisão e acompanhar o grupo em tempo real. A preparação levou várias horas. Dois dos drones que haviam explorado as cavernas mais profundas estavam mais lentos do que o habitual e demoraram para assumir suas posições.

    A reaproximação à base inimiga foi cautelosa. Eles notaram que o robô abatido por Star — engolido anteriormente pela energia estranha — estava de volta ao seu terminal. Van seguiu até o terminal do robô que Star havia destruído na incursão passada. O doutor foi ágil e conseguiu desativá-lo. Contudo, hesitou antes de partir para a próxima estação. Somente quando James avançou para um dos terminais é que Van ocupou o quarto. O tempo perdido foi precioso. Os inimigos foram ativados antes que os viajantes completassem o protocolo de desativação, tornando o confronto físico inevitável.

    Assim que o construto próximo a James foi ativado, um sinal estranho foi emitido para seu drone, que chegou até a Imperatriz Errante. Era um vírus, que James conseguiu conter com suas habilidades antes que se espalhasse pelo sistema. Entretanto, ele perdeu o controle do drone momentaneamente.

    Star e TR enfrentaram um tiroteio visceral contra os robôs ativados. Van já havia sido atingido pelas costas e caiu ao chão, embora ainda estivesse vivo. James recuperou o controle do drone e correu até a estranha porta para tentar abri-la.

    Quando a atenção dos drones foi dividida, com o grupo flanqueando-os por ambos os lados, a vitória foi assegurada. Os dois robôs foram abatidos por TR e Star, que, embora tenha sido atingido, foi protegido do pior por seu traje. Como ocorrera anteriormente, as máquinas abatidas desapareceram após serem englobadas por sua própria fonte de energia. James desativou o núcleo que alimentava os quatro terminais, impedindo que os robôs fossem reativados. Depois disso, burlou o sistema de segurança da porta e conseguiu abri-la.

O Eco e o Obstáculo

    Um corredor metálico, estreito e escuro, conduziu os viajantes ainda mais fundo no subterrâneo de Hades. Estavam cada vez mais próximos do ponto de instalação do dispositivo, apesar da estranheza do local. No momento em que a porta foi aberta, TR sentiu novamente um eco psíquico — desta vez, mais forte, que o paralisou por alguns segundos. O guerreiro psi sabia que estavam se aproximando de algo incomum. Star não teve a mesma sensação, pois havia retornado ao VTT para recuperar as energias esgotadas no confronto com os sentinelas.

    Ao se aproximarem do ponto de instalação, os viajantes se decepcionaram. O local exato estava a cerca de 1,5 metro dentro da parede. Procuraram desesperadamente por passagens secretas ou qualquer sinal de uma sala além da parede metálica maciça, mas nada foi encontrado. Indignados com seu empregador, que aparentemente escolheu o ponto sem a devida atenção, decidiram avançar pelo túnel e descobrir o que havia mais à frente.

Laboratório Silente

    Com cautela, exploraram o túnel por mais 50 metros até encontrarem uma porta isolando o corredor. Van foi à frente e, ao se aproximar, ela se abriu automaticamente, revelando um enorme laboratório com 12 tubos de tamanho humano ou maior. Os tubos não eram iguais. Os quatro últimos pareciam destinados às máquinas sentinelas que protegiam o exterior, enquanto os demais pareciam abrigar criaturas orgânicas. Dois deles, inclusive, estavam repletos de um líquido espesso esverdeado que continha — ou parecia conter — alguma criatura, ou seus restos.

    O laboratório possuía um anexo. Ao subir uma escada à direita da entrada, o grupo chegou a outra porta, também fechada. Antes que pudessem entrar, Van foi acometido por uma pontada psíquica. Diferente de TR, versado em telepatia e capaz de barrar o choque mental emitido pelo ambiente, Van foi atingido em cheio. O doutor caiu desacordado e seu estado só piorava.

    Antes que Van — motorista do grupo — morresse naquele fim de mundo, os viajantes decidiram retornar ao veículo, na esperança de ajudá-lo em um local mais seguro. No caminho, instalaram o dispositivo sísmico no ponto mais próximo da coordenada recebida. Para mascarar o erro, fizeram um ajuste na calibragem do aparelho, tornando difícil notar o desvio se um técnico não estivesse procurando por ele.

    Enquanto isso, na superfície, James percebeu a aproximação de uma tempestade radioativa intensa, capaz de atravessar a radiação até o interior da nave. Preocupado com sua segurança e com a da Imperatriz Errante, o piloto reserva decidiu levar a nave de volta à órbita. O grupo aguardaria algumas horas até seu retorno — tempo que poderia ser precioso, pois a condição de Van continuava a se agravar...

Sistema Hades, data imperial 21-1100 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

(EE) Sessão 05

O último dispositivo

     Assim que o grupo finalizou os preparativos para deixar Erebus, alçaram voo e partiram sobre a atmosfera até chegarem ao polo de Hades.

     A aproximação orbital foi muito mais bem-sucedida do que as tentativas anteriores. Já experiente nas tempestades radioativas do polo, Van conseguiu balancear bem a potência de sua nave com as fortes ventanias, e a descida ocorreu com uma turbulência perfeitamente controlada.

     A aterrissagem não demonstrou menos talento. Auxiliado pelo mapeamento preciso de Tiago Robertos, Van conseguiu visualizar o terreno abaixo da nave e sobrevoar a superfície a cerca de 50 metros do solo. Fazendo combinações rápidas no intrincado painel de comandos da Imperatriz Errante, Van pousou a nave precisamente na clareira de sinal. Desta vez, sem qualquer prejuízo na chegada.

     Embora estivessem a cerca de duas horas dos pontos onde seria necessário fazer a instalação dos dispositivos restantes, o grupo achou mais prudente pousar a nave na clareira. Com isso, Van, Star e TR embarcaram no VTT e seguiram para a montanha. James permaneceu na Imperatriz Errante como retaguarda.

     A aproximação do ponto de instalação foi tranquila. Não havia sinais de inimigos próximos. TR e Star desembarcaram, desta vez equipados com trajes ambientais reforçados, capazes de suportar por horas o hostil clima do polo de Hades — embora nada pudesse ser feito quanto à péssima visibilidade. Van permaneceu no veículo, monitorando os arredores para certificar-se de que não havia sinais de hostilidade.

     Star montou guarda ao lado de TR enquanto o guerreiro psi montava os equipamentos. Van usou os sensores do VTT e identificou a presença de animais do gelo abaixo da montanha, os mesmos que haviam atacado o veículo na incursão anterior.

     Star calibrava os equipamentos e ligava os fios conforme o manual. O som da ventania atravessava até mesmo o reforçado capacete e se misturava com o som do respirador. Quando concluiu a série de comandos e pôs o equipamento para funcionar, três animais do gelo haviam se aproximado do veículo e o estavam atacando — por sorte, do lado oposto da entrada principal. Star e TR entraram rapidamente; Van acelerou e passou por cima de uma das criaturas. Não demorou para o condutor colocar todos em segurança novamente.

     A instalação do equipamento desgastou a capacidade psiônica de Star e TR. Por isso, o grupo resolveu retornar à nave e recobrar as energias antes de partir para a caverna, já que esta seria uma área inexplorada.

     Para a nova incursão, James organizou quatro drones para desembarcarem junto com o grupo. O piloto reserva ficaria no monitoramento das máquinas enquanto os demais se aventurariam na caverna.

     O VTT desembarcou novamente da Imperatriz Errante e entrou na caverna. Um dos drones permaneceu na entrada a fim de repetir o sinal que o grupo enviaria das profundezas.

     Assim que estavam em um ambiente menos gelado, TR percebeu uma espécie de eco psíquico que ressoava da mesma direção de onde o ponto de destino parecia estar. O grupo seguiu sua descida em espiral por algum tempo, vagarosamente.

     Van percebia que os túneis encolhiam à medida que avançavam. James resolveu enviar um sinal para que os drones fossem na frente e explorassem a caverna. Os quatro partiram e, embora não conseguissem enviar sinais claros de suas câmeras, os registros de localização davam uma boa noção ao grupo de como era o caminho a ser seguido.

     James concluiu que as cavernas se desenvolviam como uma espiral em fractal. Apesar da aparência intocada, a formação não parecia ter sido criada por forças naturais. Também foi possível perceber que o VTT não conseguiria avançar muito mais longe, devido ao estreitamento do caminho. Van resolveu seguir parte da rota em marcha à ré, para facilitar sua saída em caso de emergência.

     Dos quatro drones enviados, James ficou algum tempo sem sinal de um deles. Outro pareceu ter se perdido durante o percurso. Os dois restantes chegaram bem perto do ponto de destino e pararam. Com o sinal de retorno, todos retornaram inteiros, embora os dois que chegaram ao destino apresentassem sinais de alguma alteração.

     Os viajantes desembarcaram e seguiram o último trecho a pé. Encontraram uma bifurcação no caminho que parecia artificialmente iluminada. Com cautela, Star olhou pelo canto e viu algo que se parecia com uma central de energia. De uma espécie de terminal elevado, uma esfera de energia permanecia ativa, conectada em forma de X a quatro pequenos terminais físicos. Estes, por sua vez, estavam ligados a robôs com carcaça metálica e um interior visível, aparentemente repleto de energia.

     Enquanto Star observava, Van se aproximou dos terminais. TR usou sua clarividência para observar a porta atrás das máquinas: uma porta de alta tecnologia com entradas biométricas para acesso.

     O doutor Van começou a mexer em um dos terminais e percebeu que os sinais da central haviam mudado. A luz, que antes era branca, tornava-se agora vermelha. Seus dedos rápidos digitavam comandos sem muita certeza do que esperar. Um terminal virtual surgiu à sua frente com um idioma desconhecido, mas seus anos de estudos o ajudaram a tirar conclusões com pouco. Alguns instantes depois, a fonte de energia parou de alimentar o robô no qual ele havia desligado o terminal.

     Julgando que havia sido mais por sorte do que por competência, Van correu dali, enquanto o segundo robô era ativado pela fonte de energia, agora enviando um sinal completamente vermelho. Uma troca de tiros começou entre a máquina e Star. TR também participou, mas acabou atingido. Van gritou: “Tentem atirar no núcleo! Vamos voltar para o VTT!”. Seus berros, embora abafados pelo capacete, foram o suficiente para provocar uma instabilidade nas galerias subterrâneas. Rochas ruíram, e parte da estrutura desabou.

     Quando Star conseguiu disparar um golpe derradeiro no robô estranho, este foi engolido pelo próprio núcleo de energia que o alimentava. Os viajantes decidiram sair dali antes que os outros dois robôs fossem ativados. Retornaram ao VTT e contataram James. Precisavam de alguma ideia nova.

Sistema Hades, data imperial 16-1100

sexta-feira, 4 de julho de 2025

(EE) Sessão 04

Custo-benefício

    Van, TR e Star aguardavam ansiosamente pela Imperatriz Errante. A instalação dos dispositivos eletrônicos contratados pela missão havia se tornado uma tarefa muito mais complicada do que haviam planejado inicialmente.

    No espaço, James recebia algumas instruções de Van sobre como executar a manobra Razor, uma técnica de pilotagem tudo ou nada, que Van recomendava para aterrissar a nave próximo ao grupo. No entanto, o militar não se sentia à vontade para realizar a manobra sugerida e respondeu que executaria a aproximação utilizando seu próprio repertório de manobras.

    A aproximação da atmosfera revelou-se o primeiro desafio. Baraccus conseguia manter os sensores operacionais, mas, mesmo assim, James tinha dificuldades em manter a nave no ponto de destino, pois as fortes tempestades empurravam a Imperatriz para longe.

    Os tripulantes em solo avistaram a nave cortando as nuvens poucos instantes após o último contato com James. A Imperatriz surgiu distante, voando em baixa altitude, com muita oscilação. James lutava para manter o curso, enquanto Baraccus se esforçava para estabilizar os computadores. A manobra do piloto reserva parecia fadada ao fracasso, mas, no último instante, os propulsores cumpriram seu papel e, com uma retomada poderosa, James conseguiu trazer a Imperatriz junto ao solo e aterrissá-la muito próximo do restante do grupo.

    Ainda assim, James não teve um sucesso absoluto. Na retomada, a nave acabou colidindo com o solo. O impacto foi majoritariamente absorvido pelos escudos e pelo casco, mas os danos à estrutura certamente custariam mais do que o grupo estava preparado para gastar.

    Reunidos novamente na órbita de Hades, os viajantes calcularam os prejuízos e avaliaram se seria prudente continuar a missão. Ao consultarem o porto, descobriram que os reparos custariam cerca de Cr$ 75.000. Diante disso, decidiram renegociar os termos com Kael.

    TR e Star desembarcaram no porto espacial de Hades, distante do local onde Arturus havia autorizado a aterrissagem deles alguns dias antes. A dupla utilizou os elevadores magnéticos subterrâneos e seguiu rapidamente até o centro financeiro, onde o prédio do Barão Theron se destacava entre os demais.

     O não humano que guardava a entrada autorizou a passagem dos dois sem questionamentos, como se o prédio fosse frequentemente visitado, apesar de estar vazio naquele momento. Os dois se viram em um amplo saguão, diante de um balcão de atendimento onde meia dúzia de mulheres trabalhava, a maioria ocupada em conversas por comunicador.

    A conversa com a recepcionista foi rápida. O grupo solicitou uma reunião com o Sr. Kael e, poucos minutos depois, recebeu a confirmação de que seriam atendidos. Contornaram a grande coluna central do saguão e acessaram os elevadores, cujas entradas ficavam discretamente na parte traseira da coluna.

    TR e Star subiram até o terceiro andar, onde encontraram um ambiente tipicamente corporativo. Havia muitas salas com portas fechadas, e uma delas, a 307, era a de Kael. Após anunciarem-se, entraram e encontraram o representante do barão em aparente bom humor.

A conversa rapidamente tomou um tom mais sério. TR solicitou mais créditos, argumentando que a missão havia se revelado muito mais difícil do que Kael sugerira no início. Convencido pelos argumentos do psi — que sabiamente não utilizou seus poderes para influenciar a negociação —, o representante alterou os termos do contrato:

    A conversa com ele logo tomou um rumo sério. TR pedia mais créditos, pois a missão se revelara muito mais difícil do que Kael havia sugerido no começo. Convencido pelos argumentos do psi, que sabiamente não fez uso de seus poderes para influenciar a conversa, o representante mudou os termos do contrato:

  1. A Imperatriz Errante seria reparada dos danos sofridos até então, sem custos para o grupo;
  2. Os viajantes receberiam o valor dos bônus e mais, totalizando Cr$ 240.000, caso concluíssem a missão com sucesso;
  3. No entanto, o novo prazo foi fixado em 5 dias. Se não cumprido, os viajantes não receberiam nada.

    TR levou os novos termos a seus companheiros, que hesitaram. Porém, após avaliarem os riscos e considerando que já conheciam o novo ponto, decidiram aceitar.

    Enquanto TR negociava, Van dirigiu-se à loja de aluguel do VTT para devolvê-lo. Chamou novamente Nyra para intermediar o processo, e ela conseguiu ativar o seguro contratado. Depois, o piloto alugou um novo veículo, idêntico, para que a próxima expedição pudesse ser realizada. Star preocupou-se em adquirir trajes mais adequados ao ambiente hostil do polo, garantindo que o grupo estivesse totalmente equipado para a perigosa missão.

    Nyra foi novamente contratada para cuidar da documentação que autorizaria os viajantes a deixarem o porto. Com a rota traçada para o polo norte mais uma vez, alçaram voo rumo à órbita.

Sistema Hades, data imperial 15-1100

sexta-feira, 27 de junho de 2025

(EE) Sessão 03

O Polo Norte 

    Com todos os preparativos concluídos, a Imperatriz Errante partiu rumo ao polo de Hades. Van pilotou a nave até a órbita, onde pôde alcançar uma velocidade mais alta, chegando logo aos arredores de seu destino. No entanto, ao reentrar na atmosfera, deparou-se com uma tempestade severa e com interferência nos sensores, o que prejudicou bastante sua capacidade de controlar a nave.

    Alguns instantes após reentrar na estratosfera, Van perdeu o controle da Imperatriz Errante. Os sensores acusavam forte interferência eletromagnética devido à intensa radiação externa. O piloto conseguiu manobrar o suficiente para realizar uma aterrissagem segura, mas a nave encontrava-se a 1.100 km do destino mais próximo. Além disso, os sensores estavam com precisão muito baixa por causa das condições ambientais.

    O grupo decidiu que Baraccus e James permaneceriam na nave, enquanto Star, TR e Van desembarcariam com o Veículo para Todo Terreno (VTT) alugado. Embora tivessem pouco mais de 48 horas para concluir a missão e receber o bônus de Cr$ 20.000, acreditavam que conseguiriam percorrer toda a distância, instalar os dispositivos e retornar antes do prazo se esgotar.

    A jornada foi dividida em várias etapas. Van, o único que conhecia os comandos para pilotar o VTT, tornou-se peça essencial do grupo.

    Os primeiros 400 km foram percorridos sem grandes problemas além dos esperados: terreno acidentado e interferência extrema nos sensores. Star operava os eletrônicos e mantinha condições mínimas para que Van pudesse manobrar o VTT com segurança. No entanto, TR não conseguia prever o terreno, o que tornava a viagem bastante turbulenta. Com isso, o veículo sofreu alguns danos devido à velocidade, mas todos estavam, até então, seguros.

    O trecho seguinte, de mais 400 km, foi mais perigoso. A falta de sensores fez o grupo se perder no vasto e tempestuoso deserto. Quando Star finalmente conseguiu recuperar um sinal estável, já haviam percorrido muitas horas além do planejado. Van, o único condutor, estava esgotado pela dificuldade do trajeto e decidiu que fariam uma pausa para descansar.

    TR foi o responsável pela vigília enquanto Van e Star descansavam. Porém, o guerreiro psi não possuía grandes habilidades para operar os sistemas do veículo e não percebeu a aproximação de feras enormes — animais nativos da região, marcada por radiação e frio extremos.

    As criaturas, de seis patas e chifres adaptados para o choque, começaram a golpear o veículo, aparentemente com a intenção de virá-lo. As batidas acordaram os outros dois ocupantes, que se assustaram. Star abriu a escotilha superior, projetada para uso de uma arma montada, e tirou metade do corpo para fora a fim de disparar com seu rifle. Contudo, o frio intenso logo começou a afetá-lo, mesmo com o traje preparado para o frio espacial. Como consequência, não conseguiu acertar nenhum disparo.

    Percebendo que a situação não melhoraria, TR tentou amedrontar as criaturas com sua telempatia. Obteve um sucesso razoável, fazendo ao menos uma delas hesitar nas investidas. Mas isso não foi suficiente para impedir que o veículo continuasse sofrendo danos. Além disso, Star corria risco de morrer congelado se não fossem mais ágeis.

    Van tentou reiniciar o veículo, mas os sistemas estavam congelados. O condutor agiu rápido, abaixou-se para interagir diretamente com os sistemas e conseguiu uma ligação direta, fazendo o VTT funcionar. Ele acelerou e o grupo se afastou das criaturas, embora uma delas tenha tentado persegui-los por algum tempo.

    Assim que despistaram o animal, buscaram abrigo nas montanhas mais próximas. Encontraram uma caverna repleta de pequenos animais, que não foram perturbados. Na manhã seguinte, já tendo perdido um dia inteiro, prosseguiram com as buscas.

    Atrapalhados pela interferência no sinal, Van acabou se desviando da rota por algumas horas. O grupo retomou o trajeto depois disso e conseguiu se aproximar do destino. Antes de chegar lá, no entanto, depararam-se com uma clareira de sinal — um local onde foi possível contatar a Imperatriz Errante uma última vez.

    Os equipamentos disponíveis não forneciam precisão suficiente para localizar os sinais com exatidão. No entanto, o apoio dos sensores da nave, enquanto estavam na clareira, foi essencial para obter uma posição mais próxima do destino. Assim, seguiram para o primeiro ponto de instalação de um sensor atmosférico.

Ao se aproximarem, detectaram que a montanha estava povoada por animais semelhantes aos que atacaram o VTT. Por isso, mudaram a rota para o primeiro ponto sísmico. A viagem até lá foi difícil, com o veículo sofrendo danos pelo terreno hostil, mas os viajantes conseguiram alcançar o local e se prepararam para instalar o primeiro dispositivo.

    Antes de saírem do abrigo do veículo, ensaiaram como seria a instalação no frio e árido polo de Hades. Não tiveram muito sucesso em prever as condições externas, e Star teve sérios problemas durante sua missão.

    O guerreiro psi Star Lord foi o designado para desembarcar e instalar o sensor sísmico. Seriam necessários 4 minutos e meio de calibragem. Depois disso, ele teria 30 segundos para inserir os códigos de ativação, ou precisaria repetir esse último processo.

    A missão, que parecia simples, revelou-se um desafio perigoso e quase mortal. O frio brutal do polo quase congelou o corpo de Star. Com a mente embaralhada, o guerreiro precisou do auxílio de Van para inserir os códigos e ativar o sensor após os 4 minutos e meio. Ao retornar ao veículo, Star necessitou de apoio médico, além de usar seus poderes psíquicos para recuperar sua energia vital.

    Apesar do sufoco, o grupo havia conquistado uma vitória. Garantiram Cr$ 25.000, embora tivessem certeza de que não conseguiriam cumprir o prazo para obter o bônus. Seguiram então para o ponto inicial, onde se localizava o sensor atmosférico.

    O local, antes habitado por animais, agora estava vazio. Contudo, uma tempestade elétrica se aproximava, e o grupo resolveu registrar outro ponto atmosférico antes de retornar àquele. A viagem ao terceiro ponto foi mais tranquila do que às anteriores, embora tenham cruzado a tempestade de raios e sofrido novos danos no veículo.

    A instalação do sensor atmosférico (o segundo, considerando que deixaram o da montanha para depois) ficou a cargo de TR. O guerreiro psi concentrou sua energia e ampliou sua resistência ao máximo para suportar o frio extremo do polo de Hades. Ele desembarcou e foi até o ponto exato para ativar o equipamento.

    Diferente de Star Lord, TR não sofreu os efeitos do frio nos primeiros minutos. Contudo, o impacto veio repentinamente. Já perto de inserir os códigos, o frio afetava todo o seu corpo. Seu raciocínio estava lento. Para piorar, Star detectou sinais de animais se aproximando.

    Para ganhar tempo e segurança, Van tentou sair do veículo para reparar os sensores danificados. Mas não conseguiu permanecer nem 10 segundos no exterior antes de ser forçado a retornar pelo frio. Enquanto isso, TR usou toda sua concentração remanescente para inserir os códigos e voltar ao VTT. O guerreiro estava em estado ainda pior do que Star havia retornado da missão anterior.

    O grupo garantira Cr$ 50.000, mas havia perdido o bônus que julgavam fácil de alcançar e já estavam há mais de 60 horas em missão desde o desembarque. Decidiram retornar à Imperatriz Errante antes que alguém morresse. Voltaram à clareira de sinal e pediram ajuda a James, piloto reserva. O militar respondeu que voaria o mais próximo possível, mas seria um pouso arriscado.

    Mais arriscado seria permanecer ali por mais algumas horas — pensavam Van, Star e TR...

Planeta Hades, Solomon Rim, registrado em 013-1100.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

(EE) Sessão 02

Calculando os benefícios

    Os viajantes resolveram retornar à Cidadela Érebus, onde haviam firmado o contrato de coleta de dados de assinaturas subterrâneas. O comerciante pagou os Cr$ 160.000, conforme combinado. Depois disso, James passou um dia tentando consertar os drones e as motos gravitacionais. No entanto, a dificuldade da tarefa o impediu de concluir o trabalho como esperava. Eles venderam os veículos e conseguiram Cr$ 46.200, aumentando os lucros da missão.

    O ancoradouro de Hades cobrou o preço padrão de Cr$ 2.000 por diária, e eles desembarcaram.

    Os cálculos que fizeram sobre a ida até o Cinturão de Cérberus para investigar sinais de anomalia psíquica mostraram que os custos seriam inviáveis. Assim, decidiram procurar mais atribuições em Hades que pudessem render créditos. O objetivo deles era garantir um lucro maior, considerando que já haviam reservado os créditos para pagar a hipoteca da nave no mês corrente.

    A busca por um novo contratante não foi fácil, mas o grupo conseguiu entrar em contato com Kael, um representante do Barão Theron Vance, que buscava uma equipe capaz de cumprir uma tarefa delicada. O barão pretendia instalar sensores sísmicos e atmosféricos nos polos de Hades. Porém, as regiões apresentavam um terreno acidentado e clima extremamente hostil, com ventanias e exposição frequente à radiação solar aumentada.

    Os viajantes foram alertados de que precisariam de equipamentos de proteção especializados e de um veículo adequado. O pagamento acordado foi de Cr$ 25.000 por sensor instalado, com um bônus de Cr$ 5.000 por sensor caso concluíssem as quatro instalações em menos de três dias.

    Com o acordo feito, o grupo passou um dia procurando o veículo mais adequado para a missão. Alugaram um Veículo para Todo Terreno (VTT), ideal para o desafio. Também adquiriram trajes de proteção para a tripulação. Em seguida, precisaram superar a burocracia governamental, que exigia autorizações para entrada nas áreas dos polos, consideradas de acesso restrito. Para isso, recorreram novamente a Nyra, a burocrata que havia destravado a papelada dos planos de voo da missão anterior.

    O grupo desembolsaria um total de Cr$ 6.000 por dia de aluguel do VTT e precisou pagar a Nyra mais Cr$ 600 pelas autorizações. Depois, para o novo plano de voo, gastaram um total de Cr$ 700, uma vez que o pedido inicial foi indeferido, e Nyra precisou ingressar com um segundo pedido e uma argumentação diferente da primeira para obter o documento de exploração.

    Com toda a burocracia vencida, os viajantes alçaram voo, com três diárias já pagas no hangar da Cidadela Érebus. Traçaram a rota para o polo Sul e partiram. No caminho, no entanto, receberam uma mensagem do Sr. Arturus com uma nova missão:

 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

(EE) Sessão 01

O misterioso Eco em Hades

    O salto da Imperatriz Errante até Hades correu sem problemas, mas o planeta árido é satélite de um gigante gasoso, forçando a chegada a ocorrer centenas de milhares de quilômetros do destino. Isso deu aos viajantes algumas horas antes da aproximação da atmosfera.

    Hades sofre constantes bombardeios de radiação, e Van, o piloto, percebeu uma tempestade no local da entrega. O prazo apertado os impedia de esperar condições melhores.

    O Sr. Arturus, destinatário da valiosa encomenda que transportavam, tentou informá-los pelo rádio sobre a situação em solo, mas a interferência das tempestades tornava a comunicação difícil.

    Quando Van entrou na atmosfera, nuvens de tempestade e relâmpagos roxos cortavam o céu, enquanto ventos caóticos empurravam a nave para fora de seu curso. Os computadores acusaram uma interferência extrema e recomendaram intervenção manual. Van recorreu às suas habilidades psiônicas para melhorar suas chances e manteve a nave tão estável quanto possível.

    Um clarão seguido de uma onda de choque desligou os sensores. Sem visão e sem dados, coube a James, engenheiro da tripulação, ativar os protocolos de emergência. Com reflexos rápidos, restaurou os sistemas, permitindo que Van manobrasse até o hangar subterrâneo do Sr. Arturus.

    O vento atingia violentamente a plataforma de atracação. Van precisou alinhar sua nave com precisão, mas uma rajada intensa a jogou contra uma torre para-raios. Com esforço, corrigiu o curso e aterrissou suavemente.

    Meus caros viajantes! Que bom que chegaram! Sem tempo para rodeios, entrem! Precisamos nos abrigar! — exclamou Arturus, enquanto uma equipe ancorava a nave no local. — Vamos ao meu escritório. Há uma tempestade solar, e não queremos ser alvos da radiação.

    O escritório do anfitrião era luxuoso e confortável. Ele serviu bebidas e conversou amigavelmente, mas não deixou de cobrar Cr$ 3.000 pela torre danificada. James negociou a venda de animais vivos trazidos na nave e garantiu Cr$ 9.000, além dos Cr$ 100.000 acordados pela entrega secreta.

    Van, porém, estava distraído. Uma presença sutil, quase imperceptível, sussurrava na mente dele—a sombra de um eco psíquico que parecia emanar de Arturus.

    O anfitrião revelou que colecionava peças dos antigos anciãos, especialmente artefatos psiônicos. Segundo ele, essa civilização dominava habilidades psíquicas e tecnologias avançadas, e Hades era um de seus antigos pontos de interesse. Porém, Arturus acreditava que o Cinturão de Cérberus, no mesmo sistema, guardava relíquias ainda mais valiosas. Por motivos de discrição e especialização, ainda não havia explorado a área, mas deixou claro que pagaria muito bem por qualquer artefato encontrado.

    Os viajantes decidiram buscar uma missão para arrecadar fundos antes de seguir para o Cinturão de Cérberus. Conseguiram um trabalho com um geólogo, que precisava mapear cavernas naturais em Hades. Um grupo de exploradores havia entrado alguns dias antes, mas perdeu sinal a 1.200 metros de profundidade e nunca retornou.

    Devem estar mortos, — afirmou o contratante.

    Mesmo sabendo dos riscos, os viajantes aceitaram. O pagamento seria de Cr$ 20.000 por cada 100 metros mapeados. O objetivo era pelo menos igualar a profundidade atingida pelos desaparecidos.

    Antes de partirem, precisaram preencher documentos de autorização, mas nenhum deles era familiarizado com burocracia. Contrataram uma especialista por Cr$ 400 para cuidar da papelada, enquanto Van planejava a rota de voo.

    A viagem até o sítio demorou poucos minutos. Encontraram uma grande cratera, mas a entrada era estreita demais para a nave. O avanço precisaria ser feito por drones de sondagem.

    James enviou um dos equipamentos para mapear o interior. O plano funcionou inicialmente, mas uma interferência magnética começou a afetar a transmissão dos dados. Depois de 300 metros, o sinal se perdeu completamente. O drone tinha autonomia e protocolo de retorno, então decidiram aguardar.

    Enquanto esperavam, seis errantes chegaram ao local. Quatro motos gravitacionais estacionaram próximo à abertura da caverna, e três dos recém-chegados desceram ao subterrâneo. Todos estavam armados, mas ignoraram a nave estacionada acima deles.

    Quando as 20 horas que James estipulou passaram sem notícias do drone, enviaram um segundo dispositivo. Porém, antes mesmo de tocar o solo, os errantes remanescentes na superfície abriram fogo e o destruíram.

    Star, o guerreiro psíquico da tripulação, colocou sua armadura e botas magnéticas e subiu ao casco da nave. Em resposta ao ataque, abriu fogo e matou um dos inimigos rapidamente, forçando os outros dois a buscar cobertura. O tiroteio se intensificou, e Star chegou a ser atingido, mas sua proteção absorveu o dano.

    James tomou uma decisão drástica. Ordenou que Van virasse a nave, expondo as torretas laser. O disparo queimou um dos inimigos até os ossos, deixando a última sobrevivente em pânico. Ela correu para sua moto gravitacional e fugiu.

    Com a área segura, enviaram um terceiro drone. Os errantes que estavam dentro da caverna perceberam sua presença, mas foram advertidos a não atirar. A corda de escalada deles havia caído, deixando-os presos. Sem alternativa, aceitaram largar suas armas e receberam ajuda dos viajantes para subir.

    Libertos, puderam partir. Os viajantes confiscaram duas das motos gravitacionais para posterior revenda.

    Então, algo inesperado aconteceu: o terceiro drone—perdido como o primeiro—finalmente retornou. Ele trazia consigo os destroços do primeiro equipamento, mas estava severamente danificado e parou antes de emergir completamente.

    Decidiram enviar dois novos drones para recuperar os danificados. Desta vez, a operação ocorreu sem dificuldades.

    A análise dos equipamentos mostrou que o primeiro drone estava completamente inutilizado, sem possibilidade de recuperar seus dados. O terceiro, porém, ainda podia ter suas informações extraídas e reparado com facilidade.

    James conseguiu recuperar um mapeamento de 800 metros de profundidade, garantindo ao grupo Cr$ 140.000 pela missão. As motos confiscadas também representavam lucro potencial, dependendo da negociação.

    Com os créditos assegurados, os viajantes deixaram o local pensando na próxima etapa: o Cinturão de Cérberus.