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domingo, 13 de julho de 2025

(LA) Sessão 1

O encontro na neve

    O inverno de 1502 era particularmente rigoroso. A aldeia Zumi de Nesfes lutava contra as adversidades, com seus aldeões muitas vezes resgatados de condições de frio quase letais. Era o dia 3 do mês da Paixão quando uma tempestade severa ameaçava assolar a região.

    Nesfes, porém, tornou-se um ponto de encontro para viajantes inusitados. Garuk, um Sekbete com uma criação peculiar por um Napol, residia na aldeia há vários dias, pagando com seus serviços braçais pela estadia após concluir a escolta de um aldeão. Rector, um Napol eremita que viajou para o norte a fim de se abrigar de seus algozes, os elfos sombrios, residia nos arredores do vilarejo, ajudando os aldeões com suas misturas curativas e misteriosas. E O Guia, como ficou conhecido o Sekbete de aparência singular, Goragar, havia chegado escoltando uma caravana de comerciantes e ali se hospedava em uma fazenda, aguardando por um clima mais ameno para prosseguir sua viagem.

    Uma violenta tempestade se aproximava de Nesfes. Os aldeões estavam apreensivos, mas o líder Arvend tinha a solução: ele convocou a todos para a casa grande, a residência central da vila, onde estariam seguros. O local era quente e se provaria resistente à tempestade.

    No entanto, nem todos os aldeões conseguiram chegar antes que a tempestade se intensificasse. Arvend notou a falta de um casal e de um velho fazendeiro. O Guia prontificou-se a buscar o casal primeiro. A mulher, em seus últimos momentos de gravidez, não teria resistido à nevasca repentina, mas sobreviveu graças à intervenção dos três estrangeiros.

    Dagomir, o fazendeiro, foi encontrado tremendo de frio em seu depósito. O homem segurava uma chave, aparentemente tentando salvar algo de seus pertences pessoais naquele lugar. O Guia, porém, não encontrou nada que a chave pudesse abrir.

    Pouco tempo depois de terem retornado para a casa grande, e mesmo com um feitiço de Rector para manipular o clima hostil, a tempestade se acentuou. Durante a nevasca, uma criança bateu à porta da casa grande e foi recebida pelos aldeões. Ferida e com frio, a menina, Iuna, implorou por ajuda para sua irmã, Olgaria, e um amigo, Ivan, que foram atacados por goblins em um desfiladeiro a algumas horas dali.

    Iuna não era de Nesfes, mas também era Zumi. No entanto, Arvend não parecia conhecê-la. Segundo a menina, a irmã carregava uma mensagem importante.

    O Guia, Rector e Garuk decidiram ajudá-la. Eles embarcaram em uma perigosa jornada de cinco horas sob uma nevasca intensa para resgatar Olgaria e Ivan. Ao chegarem ao desfiladeiro, depararam-se com o grupo de goblins cercando uma pequena fenda na rocha.

    Uma luta feroz se desenrolou. O grupo atacou os goblins com tudo que tinha. Garuk, O Guia, Rector e sua aliada Sombra (a loba), atacaram os inimigos por todos os lados. Os goblins tentaram resistir, mas caíram um a um, oferecendo pouca ameaça ao trio de aventureiros. Com a maioria de seus companheiros abatidos, dois goblins tentaram escapar. O Guia conseguiu alcançar um deles e destroçá-lo com suas garras, mas o outro desapareceu na nevasca.

    Com os inimigos derrotados, o grupo teve caminho livre para explorar a fenda no desfiladeiro. O local apresentava uma temperatura mais amena, e Olgaria se escondia ali. Ivan, seu amigo, estava encostado na parede, sentado no chão, e foi O Guia quem deu a triste notícia de que ele já estava sem vida.

    Junto ao corpo de Ivan, O Guia encontrou um prisma cristalino que irradiava um calor estranho e magia. Rector se interessou pelo objeto, mas não conseguiu deduzir muitas informações sobre ele. Olgaria então revelou que a pedra estava ligada a uma profecia de sua matriarca, Herda:

Quando o Vazio se abrir, e a Luz se extinguir, 
Um eco ancestral, no éter irá surgir.
No cerne do Cristal, a chama adormecida, 
Despertará um poder, pela Mão Escolhida.
 
Seja o guardião da Aurora, ou da Noite o arauto, 
Seu destino traçado, em um único ato. 
Pois o brilho que emana, segredos ocultará, 
E só quem o desvenda, o mundo salvará.

    Depois de terem discutido sobre a origem do cristal, sem chegar a algo definitivo, o trio sepultou Ivan e resolveu pernoitar ali na fenda para não viajar à noite. Rector criou uma casa dos sonhos, uma passagem dimensional que lhe permitia descansar em um local seguro. O Guia não aceitou o convite para entrar, mas Olgaria e Garuk o fizeram.

    Pela manhã, eles retornaram para Nesfes sob um clima mais ameno, apesar de ainda hostil. Olgaria reencontrou sua irmã, Iuna, e ambas lamentaram a morte de Ivan. Depois, a jovem revelou que trazia consigo uma mensagem para Batel'Mor. A carta, escrita por Herda, foi pedida pelos aventureiros. Ela entregou primeiro para Arvend, que depois a passou para Rector, que a leu:

"Recebi um sinal, um sinal através da minha joia, onde o éter é solidificado. Algo está acontecendo, algo está despertando. Precisamos reunir os clãs. Ouço sussurros que trazem palavras muito além de mim. Tenho visões, tenho percebido que algo está rasgando o tempo. É algo maior do que todos e precisamos nos reunir. Esta mensagem deverá ser enviada a todos os líderes de clãs, mas preciso do seu apoio antes de todos."

    Embora os três viajantes fossem de locais distantes e alheios às culturas dos humanos, eles sabiam que um pedido de aproximação entre clãs tão diversos era, no mínimo, incomum. Porém, Olgaria revelou que não entregaria a carta, pois tinha a pretensão de levar a pedra que Ivan encontrou de volta para sua matriarca em Odrenvil, seu vilarejo. Apesar da importância da mensagem que entregaria, a jovem acreditava que a pedra fosse ainda mais vital.

    Tanto O Guia quanto Rector e Garuk disseram que a escoltariam até o vilarejo, pois o grupo também parecia interessado na verdadeira origem daquela pedra. 

Terras Bárbaras, dias 3 e 4 do mês da Paixão do ano de 1502 Depois do Cataclismo.


 

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