quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

(SC) Sessão 038

Borsalino à bordo

Assim que passou pela porta e chegou na sala com dispositivos holográficos, o grupo se deparou com um ysoki de mãos para cima, rendido. O pequeno se apresentou como Borsolino e disse que era um mecânico a serviço daquela nave quando o acidente aconteceu. Ele foi o responsável por isolar os compartimentos e manter ativo o suporte de vida da área em que estava, sendo esse o único motivo por ele estar vivo até agora.

Depois de algumas perguntas, o grupo descobriu que a caixa-preta da nave se encontrava na sala do gerador, ao lado. Karlag foi o primeiro a chegar lá e encontrá-la. Borsolino o acompanhou de perto por alguns e viu o verthani e teve a oportunidade de se gabar dos equipamentos que possuía antes que um fio fosse cortado e uma contra-medida começasse a apagar todos os dados da caixa-preta.

Pensando rapidamente, Borsolino resolveu desligar completamente a fonte de energia da nave, já bastante danificada. Ele atravessou um corredor em curto que dava acesso às baterias centrais e as desconectou, o que também desconectou o gerador e toda a energia de Karin. Junto com a energia, a iluminação e até o oxigênio começaram a ser consumidos.

No entanto, a atitude drástica serviu para interromper o apagamento dos dados da caixa-preta, que pode então ser removida e levada para Charlie para uma análise detalhada.

Antes de partirem, os exploradores ainda encontraram uma materializadora intacta dentro de Karin. A máquina era capaz de copiar equipamentos com facilidade, desde que concedida a matéria-prima. Assim, o grupo resolveu levá-la junto. Hotspoth abriu mais um rombo da fuselagem da nave em destroços e por ele passou a materializadora. Depois, voou até a Charlie e puxou um cabo magnético para conectar à máquina e, através dele, também trouxe alguns de seus companheiros. Por fim, todos retornaram para a Charlie.

Em segurança na própria nave, o grupo tratou de apresentar a tripulação para Borsolino, que se mostrou grato por ter sido salvo. O ysoki explorou um pouco a nave enquanto aqueles que tinham se ferido no confronto contra os sarcesianos fizeram uso da ala médica para acelerar sua recuperação, ao passo em que aguardavam o computador central da Charlie decriptografar os dados da caixa-preta, um serviço que levaria cinco horas.

Os dados da caixa-preta mostraram-se extremamente volumosos. Karlag conseguiu filtrá-los em parcelas compreensíveis e obteve muitas informações novas.

Inicialmente, foi descoberto que Karin conseguia manter até três meses de dados de tráfego espacial em seu disco de armazenamento. Na caixa-preta, no entanto, esse volume estava limitado a alguns dias. Karlag percebeu, analisando as informações e as propriedades da nave, que ela não era compatível com uma nave comercial, como era reconhecida. Seus equipamentos eram muito mais adequados para uma operação de espionagem.

Quanto as informações de tráfego em si, a caixa-preta revelava um trânsito intrigante de naves viajando da vastidão para o Espaço Próximo e vice-versa. No entanto, estes visitantes nunca se afastavam muito da estrela do sistema que visitavam, raramente visitando qualquer entreposto, nem mesmo para abastecimento. A origem da maioria destas naves na vastidão era uma região denominada de Império Azlante.

Muitos dados também marcavam faróis de deriva como ponto de interesse das naves visitantes. Não está claro a razão do interesse, mas um registro deixado pelas naves era recorrente, a mensagem "Inspecionado, marcado e transmitido." Esta mensagem foi captada em muitos destes sistemas visitados, sempre no idioma azlante. O destino da mensagem era incerto.

Mapa da nave


Sobre registros pontuais, Karlag conseguiu filtrar dois dados de interesse para o grupo. Um deles apontava para a nave deles exatamente, desde que deixaram Kerius-Minui, o que, supostamente, comprovava que Tritã08 estava sendo monitorado. O registro da localização dele estava marcado como "PAR-T8 Classe B". O verthani também constatou viagens suspeitas da nave de escolta do senador Uvien, de Castrovel e do conselho dos Mundos do Pacto. Os dados indicavam que a comitiva dele visitou, em diversas ocasiões, os mesmos sistemas visitados pelas naves azlantes, sempre com alguns dias ou semanas de antecedência.

Os exploradores ainda ficaram confusos com todas as informações recebidas. Hotspoth não parecia satisfeito, pois esperava mais da tal "verdade" que Marigin disse que eles encontrariam naquele asteroide. No entanto, o grupo resolveu juntar as informações e conversar de novo com o conselho no Vagante. A viagem de retorno levou 3 dias e eles foram recebidos diretamente na doca central, bem perto da sala de reuniões. Ao entrarem, foram recebidos por Marigin anunciando "─ Eu lhes disse que encontrariam a verdade!".

Diáspora, o Vagante dos Libertários, de 31 de Pharast até 3 de Gozran de 318 DL.

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