sexta-feira, 27 de maio de 2022

(SG) Sessão 116

O Cetro Dourado

• Frente a frente com uma hidra furiosa. Esta era a situação do grupo que se encontrava abaixo da Cidade Dourada, em Âmiem, e desejava ser discreto e não usar magias. Analisando suas alternativas, notaram que jamais seriam discretos se entrassem nessa luta. Assim, Landalfo abriu um portal para longe da criatura, mesmo temendo que seu gesto arcano pudesse chamar a atenção das patrulhas élficas.

• O grupo viajava pelo solo pantanoso em busca do tronco do Palácio de Âmiem, o mesmo que lhes deu acesso da última vez em que estiveram ali. Desta vez, no entanto, haviam guardas protegendo a passagem secreta que Landalfo usara. Deixando de vez sua discrição mágica, o alquimista tornou-se invisível, intangível e ativou seu voo para tentar passar despercebido. Seu movimento rápido foi o suficiente para impedir que os guardas o notassem, pelo menos momentaneamente.

• O restante do grupo ficou aguardando o retorno de Landalfo. Eles vigiavam a entrada secreta pela qual o aliado entrou e viram quando um rastreador e uma maga chegaram, atraídos pelos rastros místicos deixados pelo alquimista. No entanto, Landalfo conseguira cerca de 1 hora de dianteira e, com um pouco de sorte, atingiria seu objetivo antes de ser encontrado. Mas o cronômetro girava.

• Os corredores secretos e estreitos do palácio da Cidade Dourada levaram Landalfo até Marcos Calisto, o ex-conselheiro real, destituído de tal título depois que o príncipe Gáltilo assumira o comando do reino. Mas o elfo possuía muito prestígio e principalmente conhecia sua morada. Ele guiou Landalfo disfarçadamente até o quarto da rainha.

• Enora estava muito debilitada. A rainha disse a Landalfo que seu filho se perdera guiado por Fariel, mas que ela desejava o bem a ele. No entanto, era imprescindível que o mal fosse expurgado e, para isso, deu ao alquimista a chave da tesouraria real, o local onde o Cetro Dourado estava sendo guardado. Chegar até lá seria uma tarefa perigosa. Gáltilo e seu agora conselheiro Fariel estariam na sala do trono, que deveria ser atravessada para chegar no repouso do Cetro.

• Calisto ajudou Landalfo mais uma vez. Embora tivesse sido deposto do título que ocupava há séculos, seu prestígio no palácio ainda lhe garantia muitos amigos, o que lhe permitiu guiar o alquimista até os arredores da porta de acesso da sala do trono sem ser abordado. A acompanhante de Kiara fora vista em um corredor, mas foi ignorada em prol da missão. Marcos Calisto se despediu do mago dizendo que os guardas a frente eram fiéis a Gáltilo e Fariel, e que ele não poderia ser visto ali.

• Para atravessar a protegida sala, Landalfo encolheu-se até o tamanho de uma barata e passou por baixo dos guardas e da porta. Cruzou o amplo salão sem ser notado até a passagem que dava acesso ao corredor da tesouraria. Fariel, então, tentou enfeitiçá-lo. O alquimista sentiu sua aura enfraquecer com o poder que era vítima, mas sua força de vontade se sobrepôs e ele resistiu. Fariel o perseguiu junto com a guarda. A fuga era curta, pois a sala dos tesouros estava logo a frente e Landalfo tinha a chave. No entanto, enquanto tentava abri-la, um novo feitiço de Fariel foi lançado. A concentração do alquimista estava toda em sua tarefa e sua resolução o fez resistir, heroicamente, a mais um feitiço de seu maior inimigo. Enfim, a sala do tesouro.

• O Cetro Dourado estava colocado dentro de uma redoma de vidro. Outros diversos tesouros e objetos mágicos se encontravam ali, mas Landalfo só tinha olhos para o artefato que aprisionara Morrigalti. Quebrando a redoma com um objeto, o mago pegou o cajado em suas mãos e sentiu quando um grande poder de supressão mágica foi ativado em todo o palácio. Toda a manipulação de mana estava impedida e objetos mágicos desativados.

• A porta que separava o alquimista de seus inimigos cederia cedo ou tarde. Mas o Cetro Dourado não era um objeto mágico comum. O artefato, presente da própria Maira, mãe Natureza, para Enora, era um artefato além da compreensão dos filhos sobre a magia, e ele estava funcionando. Com um gesto, Landalfo abriu um portal para a compahia de seus aliados e, furando até mesmo a barreira dimensional que circundava o palácio, escapou.

• Sem muito tempo para explicar para seus companheiros o que havia acontecido, Landalfo abriu uma sequência de portais e tirou o grupo dos arredores da Cidade Dourada. Depois caminharam, pois sabiam que os rastros mágicos poderiam levar os amienses a eles. Quando finalmente sentiram-se seguros, voaram transformados rumo à Porteval para entregar o artefato para Siviâm.

○ ○ ○

• A naturalista começou a usar o artefato para fechar o portal, que voltou a se agitar assim que ela deixou sua posição para mantê-lo estático. O Cetro Dourado tinha uma energia que parecia infinita, mas o ritual de fechamento do portal provocou uma violenta emanação de energia. Cóquem surtou neste momento, dominado por seu "amigo". O napol avançou sobre a passagem para os reinos inferiores e entrou nela, se perdendo. O restante do grupo tentou de toda forma segui-lo para tentar impedi-lo, mas ondas de energia impediam a todos, exceto o bardo, de se aproximar.

O "amigo" antes da transformação

• Cóquem viu a materialização de seu amigo depois de entrar no portal. Ele o desafiou para um duelo naquele cenário apocalíptico e se dirigiu para chão, quando viu seu adversário se transformar em uma criatura gigantesca com treze tentáculos e olhos escuros espalhados por sua superfície sem face. Era o próprio Morrigalti (ou um avatar) do mais poderoso dos Príncipes Infernais.

• Vendo que a ideia do duelo não havia sido muito brilhante, Cóquem tentou fugir de seu inimigo. Mas os tentáculos o agarraram e estavam prestes a destruí-lo. A criatura invadiu sua mente e disse-lhe que voltaria ao plano material usando o corpo do napol como passagem.

• No último momento, em que a esperança era a única sobrevivente, Cóquem foi salvo. Siviâm, com o poder do Cetro Dourado, entrou na dimensão profana e atingiu a criatura com uma magia poderosa, libertando o napol dos tentáculos. Livre, voou apavorado para o céu, onde a saída do portal se encontrava. Seu voo irregular pelas correntes de energia o deixavam mais lento. Alguns tentáculos do inimigo ainda tentavam agarrá-lo, embora a maioria estava ocupado com Siviâm. Por fim, o bardo atravessou a passagem e se viu de volta à frente de seus companheiros.

• O grupo ainda tentava se aproximar da fenda dimensional. Eles podiam ver sutilmente Siviâm e seu inimigo, mas ainda tinham dificuldades para conseguir vencer a força que os repelia. Kaiser atirou a flecha de Maira no corpo do monstro que sentiu o ataque, mas não foi derrotado.

• Repentinamente a repulsão parou e a energia se concentrou. Siviâm sumiu na fosca travessia dimensional. O grupo correu na direção do portal, mas uma explosão veio em seguida. Uma luz intensa foi emanada, todos foram arremessados com violência. No fim, o portal se fechara, mas, com ele, Siviâm estava perdida. O Cetro Dourado, por outro lado, caíra desenergizado onde a passagem fora selada.

• Apesar da vitória gloriosa sobre um inimigo poderoso, um clima fúnebre assolou os Heróis de Dantsem. Gálegor, Azuma, Éperus e os outros se aproximaram com o fim da batalha. Eles elogiaram os aventureiros pela luta que ecoará pelas era. O povo começava a se aglutinar, bradando o nome deles depois do portal maligno ter sido fechado.

• Ainda havia muito o que ser feito, apesar de tudo. Kaiser falaria com Azuma e Éperus assim que tirasse um tempo para descansar e realinhar seus pensamentos. Landalfo estava muito emocionado com a perda de Siviâm e queria passar o luto com Gálegor e os outros elfos. Cóquem, indignado com a perda da aliada, contataria Errol para transmitir uma mensagem à Perse: a de que não enviasse mais ajuda para Dantsem antes de ver a parte deles do acordo ser cumprido e os acordos comerciais com o reino dos napois serem efetivados. Lanâcoras, como forma de homenagem, construiu um memorial para Siviâm no local do selamento do portal: uma enorme e perfeita estátua da elfa.

• A noite seria de comemoração para o povo e para os reis, mas de luto para os bravos aventureiros.

Dantsem, dias 9 a 14 do mês do Ouro do ano de 1501.

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