sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

(SG) Sessão 53

O cavaleiro no fundo do abismo

• A sensção de malignidade não havia desaparecido dos magos nem de Pedodes. Ao contrário, o sacerdote tinha certeza de que o fundo do enorme buraco à frente do grupo era a fonte de todo aquele mal que ele sentia.

• Lanâncoras foi quem sugeriu o modo que acabou sendo adotado para o o grupo descer. O elementalista passou a criar degraus que saim da parede circular do abismo e, um atrás do outro, eles desceram. As excessões foram James, que permaneceu de guarda, e Alcax, cuja energia negativa impedia o enviado de entrar. O mago também se preocupava em fechar os pequenos buracos que existiam nas paredes e que zumbis certamente habitavam.

Sombras

• A descida não foi tão tranquila quanto eles esperavam. As criaturas que estavam nos buracos das paredes não pareciam contentes de estarem sendo trancadas e batiam nas tampas criadas pelo elementalista. Surpreendendo Torin e Jeff, uma das armaduras animadas, dois zumbis arrebentaram estas tampas e os empurraram abismo abaixo. A dupla só não morreu graças à Lanâncoras e Landalfo que os seguraram em pleno ar com suas magias de levitação enquanto o restante do grupo dava conta dos zumbis que saíram daqueles estreitos túneis.

• O grupo teve de lidar com assustadoras sombras ainda antes de chegarem ao fim do abismo que desciam. As criaturas mortas-vivas atacavam com um toque gélido e aterrorizante que se mostrava muito perigoso.

• Quando finalmente no fundo do poço, o grupo percebeu que existia um altar no centro do área circular, e uma pequena capelinha encravada em uma das paredes com um ídolo de Ricutatis repleto de oferendas ao seu redor. Para protegê-lo, outro cavaleiro etígio se colocava ante os aventureiros, convocando mais sombras malignas e bradando que eles eram hereges ao seguirem o caminho dos deuses.

Cavaleiro Etígio

• O duelo que seguiu foi duro. O cavaleiro etígio, auxiliado pelo reforço da energia maligna emanado pelo ídolo de Ricutatis, era implacável e visava principalmente o sacerdote de Cruine, a quem demonstrava um ódio irracional. O restante do grupo enfrentava as sombras e era alvo constante do toque aterrorizante de suas garras.

• Pedodes acabou sucumbindo aos ataques do cavaleiro, mas fora resgatado por Cóquem, que lhe ministrou uma poção de cura. As armaduras animadas pouco podiam fazer contra as sombras, que eram intangíveis para armamentos não mágicos. Landalfo e Lanâncoras atiravam suas magias como podiam, mas também eram vítimas dos ataques inimigos em um abiente o qual pouco podiam fazer para fugir. Torin e Éperus resistiam bravamente ao combate, mas nem mesmo o anão suportaria por tempo demais aquela árdua condição, muito menos o inexperiente aspirante à rei. O alvo principal dos aventureiros era o ídolo do demônio, na esperança de que sua destruição acabasse com a maldição, mas ele estava bem protegido pelas criaturas.

• Apesar do difícil enfrentamente, Pedodes conseguiu, com muito esforço, destruir o ídolo utilizando seu bastão de luz. A quebra do artefato demoníaco fez desmoronar a maldição e a onda de energia negativa que assolava o ambiente ao redor dos personagens ─ embora ela não tenha desaparecido por completo. Os inimigos, embora enfraquecidos, não pararam de lutar, e Landalfo, que havia sido fundamental ao remover a paralisia lançada pelo cavaleiro sobre o Sacerdote de Cruine, dando a ele a possibilidade de alcalnçar o objeto profano, fora abatido por uma sombra maligna e caiu sem vida no abismo demoníaco. Logo sua algoz foi destruída, assim como as outras sombras.

O símbolo do demônio

• O cavaleiro Etígio se mostrou um adversário terrível, mas a quebra da maldição o enfraqueceu e removeu sua moral. Quando Cóquem mergulhou como um falcão do alto do abismo para atacá-lo com seu cajado, o inimigo distraiu-se para bloquear o ataque vindo de cima, abrindo uma brecha definitiva para que Torin, inquebrantável, conseguisse parti-lo ao meio em dois golpes de sua Espada Bastarda Vermelha: o primeiro para tirar-lhe o sangue sombrio ao mesmo tempo em que cauterizava o corte; o segundo, para destruí-lo de forma derradeira, separando os membros inferiores do tronco como um raio flamejante.

• A batalha teve um alto custo para os heróis de Dantsem. No entanto, também trouxe glória frente à Cruine. Alcax, que agora pode descer ao fundo do abismo profano, tornou-se pura luz e incorporou-se à Pedodes, concedendo a ele o poder de lançar um milagre ancestral: O Retorno do Mártir. Com ele, o sacerdote foi capaz de trazer o alquimista mais uma vez dos jardins de Cruine. Desta vez, porque eles haviam concluído uma tarefa hercúlea aos olhos do Juiz das Almas.

• O grupo ainda investigou aquele lugar desconfortável antes de achar uma forma de sair. Sobre a plataforma em que estava o símbolo de Ricutatis o grupo encontrou diversas oferendas para o demônio. O pior, porém, estava debaixo do altar. Mumificado, os restos mortais de um sacerdote de Cruine foram encontrados por Pedodes. Ele fora torturado em vida, cravejado com espinhos em diversos pontos não letais e deixado para morrer naquele lugar profano, possivelmente como forma de concluir o ritual que criara aquela maldição.

• Para sair daquele buraco profundo, Landalfo abriu um transporte dimensional que todos atravessaram. Eles ainda pretendiam explorar o restante do templo, mas estavam esgotados para fazer isso naquele momento. Assim, resolveram recuperar suas energias na sala anterior ao abismo. No entanto, enquanto descansavam e ainda sem condições de enfrentar um novo desafio, James lhes alertou que um grupo de seis pessoas vinham de Verrogar em rápida cavalgada até as ruínas. Não tardou para que chegassem e, enquanto o grupo discutia o que fariam, eles avançavam passo a passo seguindo os rastros que o grupo deixara.

• Finalmente, percebendo que não teriam outra opção senão fugir para terem condições de lutar outro dia, Landalfo abriu novo portal para longe dali e os aventureiros o atravessaram. No entanto, Pedodes tinha a certeza que sua missão naquele local não estava concluída. Seu último olhar para o templo profanado de sua divindade guardou bem na memória o lugar que um dia ele retornaria para terminar de cumprir sua missão sagrada.

Marana, madrugada e manhã do dia 11 do mês da Justiça do ano de 1500.

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