As mentes atormentadas
Landalfo caiu sangrando sobre o tomo depois de lê-lo e entrar na mente de Oraxus. O mago não parecia ter ferimentos evidentes, mas continuava inconsciente. Por garantia, Pedodes verificou se alguma marca havia surgido no corpo do companheiro e, confirmando que nada de diferente sugira, tratou de invocar alguns milagres para recuperar sua saúde.
Apesar de ter deixado o livro e estar inconsciente, o alquimista ainda experimentava lembranças vívidas como consequência do tomo. Ele via o Oraxus em sua frente o ameaçando, dizendo "Deixe-me a mim e a minha Anabel. Pare de olhar para a minha mente!"
Landalfo atacou com toda a sua força, lançando mão de seus mais poderosos feitiços. Apesar de sentir os ataques, Oraxus não parou e, com a Adaga da Essência em sua mão, avançava sobre o alquimista dizendo que absorveria sua alma. Mas, antes que o inimigo conseguisse alcançá-lo, Landalfo despertou graças a um milagre que Pedodes estava invocando sobre ele.
Faria não era uma opção para ser o próximo alvo da imersão, pois a página com sua história havia sido arrancada. Assim, concluindo que o próximo alvo da pesquisa deveria ser Ledâm, Landalfo sentou-se novamente à frente do tomo e começou a se concentrar no necroarcano.
A primeira cena que Landalfo presenciou ao encarnar na mente do seu alvo foi o assassinato de Anabel com a Adaga da Essência. O alquimista pode sentir a fúria de Ledâm e ver a arma do crime cair depois de absorver os corpos de sua amada e de seu mentor.
Ledâm buscou por décadas por uma forma de trazer Anabel de volta, até que concluiu que precisaria seguir os passos de Oraxus se quisesse entender o feitiço que ele fez e, assim, desfazê-lo.
Porém, o conhecimento que Ledâm acumulou para se tornar um necroarcano o modificaram desde o cerne e confundiu sua mente. Em algum momento nessa história, Ledâm largou o punhal usado no assassinato de sua amada na própria cena do crime.
Desta vez, Landalfo conseguiu retornar são da imersão na mente de Ledâm, possivelmente porque não explorou as memórias até o seu limite, como fizera com Oraxus.
Lanâncoras foi quem tentou uma nova imersão, mas desta vez visando Kiara. O elementalista presenciou Ledâm no quarto de Anabel lamentando-se pela morte dela; presencioou o choque que Kiara sentiu ao perder a irmã; e também toda a história que ocorreu até a criação da magia de ilusão que foi capaz de gerar a acompanhante de Kiara com a exata aparência do corpo de Anabel; ele sentiu, e compartilhou em seu âmago, a ira que a ilusionista acumulava pelos deuses, especialmente por Palier, por eles não permitirem que ela trouxesse sua irmã de volta; e como ela conheceu Fariel, o elfo que lhe sugeriu uma forma de fazer Palier cair através da invocação de Morrigalti para Tagmar.
Por fim, descobriram que Kiara estava em Treva no presente, com pretensões de ir até Âmiem. Ela confiava em Fariel para abrir os portais e convocar Morrigalti já em seus próximos passos.
Diferente de Landalfo, Lanâncoras não foi tão bem sucedido em sua emersão. Ao retornar, uma parte da essência de Kiara estava contaminando sua alma. O elementalista trouxe consigo uma parte da ira que a ilusionista carregava pelos deuses. Esses sentimentos eram agora parte dele, pois os acontecimentos trágicos faziam parte de sua vida tanto quanto faziam da vida de Kiara.
O grupo percebeu esta alteração, mas nenhum argumento pode convencê-lo a mudar.
Ao deixarem a Academia dos Versos Etéreos os aventureiros seguiram de volta à Galhaçal e, pelo rio, foram para o Bosque de Monda. Cóquem levou consigo da biblioteca o conhecimento de um encantamento ancestral que poderia ser útil no futuro.
Os aventureiros chamaram por Monda ao chegarem em seu Bosque. Uma entidade surgiu da vegetação, alegando que ela era, na verdade, o todo que ali se encontrava. Ela era uma titã segunda, cria de Maira e de Maná, aprisionada naquele mundo por Palier.
O grupo revelou para a titã segunda que desejavam derrubar Fariel, e souberam que ela também era um inimiga daquele mago, pois ele havia levado algo dos domínios dela.
Monda informou que o Oraxus que os aventureiros encontraram era um eco maligno, assim como muitos outros que viram pelo caminho, aprisionados em momentos desgraçados de suas vidas. Porém, a essência maligna destes muitos ecos presenciados são uma consequência da contaminação pelo eco do necroarcano.
Sobre a missão de Fariel, ouviram que ele deseja abrir uma série de portais que, reunidos, formariam uma passagem grande o suficiente para permitir a travessia de Morrigalti para Tagmar.
Também souberam que abrir os portais exige uma quantidade gigantesca de energia mágica e que, para impedi-la, além de, obviamente, impedir quem está cumprindo as tarefas, seria preciso dispender uma quantidade igualmente grande de energia a fim de selar os portais abertos. Para isso, seria necessário um objeto capaz de armazenar todo este poder, e o Cetro Dourado é um artefato capaz disso, desde que completamente carregado.
A explicação de Monda sobre como carregar o Cetro Dourado foi clara. Os aventureiros precisariam retornar até Âmiem e subir a Ponte de Palier até alcançarem o reino divino, pois apenas o mago supremo seria capaz de fazer o cetro energizado novamente.
Por fim, o grupo pediu ajuda com Lanâncoras, pois o elementalista queria ver a morte de Palier. A titã segunda disse que poderia isolar a parte contaminada da alma do mago, mas isso traria sequelas. Ela executou seu milagre e Lanâncoras voltou a ser quase o que fora, pois uma parte de sua essência foi perdida juntamente com a parte contaminada pela essência de Kiara.
Ao ser questionada sobre como eles poderiam sair de Dartel, Monda ensinou para Landalfo e para Lanâncoras uma magia ancestral poderosa, Passos no Éter, que lhes permitiria criar uma passagem de volta para Tagmar.
Dartel, O Bosque de Monda, Calcato, dia 18 do mês da Paixão do ano de 1501.