O Covil da Bruxa
Torlam saiu da cabana de Idina rapidamente, evitando que a menina o visse no retorno para casa. Enquanto isso, Jean seguia a jovem elfa desde a taverna até a residência dela. O gnomo se encontraria com os companheiros que estavam nos arredores.
Torlam foi até a taverna de forma apressada e percorreu o caminho pelo campo, fora da estrada principal, para evitar os olhares curiosos. Ao chegar ao seu destino, invadiu o quarto de Klaus sem muita cerimônia. O elfo anunciou ao campeão de Abadar que o grupo precisava dele, pois haviam descoberto o covil da bruxa.
Klaus Karl não demonstrou muito entusiasmo com a preocupação de seu subordinado. Ele começou a vestir sua armadura calmamente, mesmo percebendo a pressa do elfo, que partiu, de novo, de forma apressada.
Idina entrou em sua casa e desapareceu. O grupo, que se reuniu sem Klaus, uma vez que o campeão não tinha pressa em alcançá-los, resolveu entrar na residência da criança de forma forçada.
Urodam colocou-se à frente da porta e empurrou com força. Ele não a abriu na primeira tentativa, embora tenha anunciado sua chegada, mas a segunda investida derrubou a porta.
Torlam já conhecia o que havia do lado de dentro, mas os outros não. Uma rápida investigação se sucedeu, enquanto o ladino foi direto para debaixo do tapete para revelar o alçapão trancado. A chave não estava na urna onde Torlam a havia deixado, e seria necessário encontrar uma forma alternativa de abrir a passagem.
Sem a chave para abrir o alçapão, Danael pediu que Urodam o fizesse com sua arma. No entanto, o orc pegou o machado debaixo da cama, como Torlam o orientou, e partiu o alçapão em pedaços. Isso ocorreu bem a tempo da chegada de Klaus.
A escadaria até a porta vermelha e mágica era estreita. Os aventureiros foram um atrás do outro, com Urodam liderando o caminho e Klaus e Torlam ficando para trás. Ao encontrarem o obstáculo, Jean tomou a frente e começou a analisar as inscrições místicas para encontrar uma forma de entrar.
Enquanto Jean buscava o segredo para abrir a porta, o restante do grupo se reorganizava para invadir. Quando o gnomo finalmente descobriu as palavras mágicas, a porta vermelha se abriu e deu acesso a uma sala com um cheiro de carniça muito forte, diversos cadáveres no chão e um caldeirão.
Os aventureiros começaram a investigar a sala. Com exceção de Torlam, que preferiu ficar na escadaria vigiando a entrada, os outros se espalharam e começaram a procurar por sinais de Idina. Eles perceberam que um dos corpos no chão parecia-se muito com a elfa Idina, o que sugeriu para Jean de que aquele fora o corpo que a bruxa usou como padrão para criar a aparência atual.
O caldeirão tinha uma chama acesa e cozinhava um produto fedorento e estranho, que emitia um gás esverdeado. Klaus estava se dirigindo para ele quando a porta de entrada se fechou repentinamente. Torlam ouviu o barulho e, entre ele e a saída, surgiu uma velha mulher humana, de longos cabelos e aparência que lembrava a de Idina.
"─ Vocês não deviam ter vindo até aqui", disse a velha. "─ Agora vão morrer".
Torlam não hesitou e partiu para cima da humana. Ele tentou enganá-la com seus movimentos rápidos, mas não foi capaz de fazer isso. Embora a aparência de sua adversária fosse de uma velha humana, seus movimentos se mostraram rápidos e sobrenaturais. O elfo atacou três vezes, e nas três foi defletido. Os contra-ataques se mostraram letais. As garras venenosas da bruxa o pegaram pelo pescoço e feriram. Em alguns segundos, Torlam estava inconsciente.
Enquanto isso, o restante do grupo se viu preso no covil. O vapor esverdeado do caldeirão começou a se propagar e algumas bonecas de brinquedo que estavam de posse dos cadáveres se ergueram e atacaram os aventureiros. Uma luta começou entre eles e os brinquedos assassinos.
A batalha contra as bonecas armadas com lâminas não durou muito. Mesmo mostrando que elas eram perigosas, os aventureiros conseguiram destruir todas elas sem receber ferimentos muito graves. Porém, o vapor esverdeado ainda se mostrava uma ameaça.
Jean conseguiu diminuir a velocidade com que o vapor se espalhava ao absorver o fogo sob o caldeirão. Já Danael teve uma estratégia muito mais drástica. O mago criou uma esfera flamejante a fez destruir uma viga de sustentação do covil. Com isso, em alguns instantes, uma parte do teto desabou desde a superfície.
Urodam foi soterrado no desmoronamento, mas foi salvo por seus companheiros. Quando saíram de volta para a superfície do vilarejo, viram a cabana de Idina em chamas. Como não viram Torlam nos arredores, Urodam correu para dentro da cabana ruindo e resgatou o companheiro que ainda jazia inconsciente na escada.
Os aldeões de Kai ajudaram a acalmar as chamas da cabana. Depois disso, Jean levou todos para o salão comunitário e explicou a situação de Idina ser uma bruxa. A história demorou a convencer a todos, mas a habilidade do gnomo fez a diferença, e todos acabaram convencidos e assustados por terem tido uma bruxa vivendo por tanto tempo entre eles.
Os aventureiros, especialmente Torlam, queriam encontrar a bruxa foragida. Mas a primeira etapa seria remover os corpos em decomposição do covil para comprovar a história do gnomo para os aldeões.
A noite de Kai foi longa. Os aldeões ajudaram os aventureiros a removerem os destroços tanto da cabana de Idina quanto do covil. Rever fragmentos de seus antigos conhecidos foi difícil para muitos.
Os aventureiros encontraram algumas moedas e objetos mágicos entre os mortos e os bens da bruxa. Eles guardaram tudo para si, pois Jean e Danael os avaliariam em momento mais oportuno.
Pensando tanto em um plano para encontrar Idina quanto em uma forma de criticar a imprudência de Karl em ter aceito o pedido dela, o grupo resolveu descansar por algumas horas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário