Uma missão por Osmópole
O festival de homenagens a Grande Mãe estava ocorrendo em Osmópole, como ocorre em todos os anos.
Aquiles, um guerreiro habilidoso, mas de inteligência questionável, já havia se classificado entre os sessenta e quatro melhores, assim como Leofiel e Tigg, um elfo e um anão que competiam um contra o outro mais do que contra o restante do campeonato.
Zuri, um devoto de uma divindade estrangeira, agia discretamente para não revelar os dons divinos que recebia dela. Sua cura era utilizada com eficiência e foi desta maneira que ele conheceu o guerreiro Aquiles depois de uma das lutas dele.
Poppie, um estranho boneco que ganhou vida há algumas semanas, narrava as lutas com uma desenvoltura que surpreendia a todos que relacionavam a voz que ouviam ao pequeno de pouco mais de 30 cm.
Já era o quarto dos cinco dias do Festival de honra à Primeira Mãe quando todos os participantes das lutas no festival foram convidados para um jantar especial na taverna.
Antes que a cerimônia fosse interrompida por qualquer organizador, Zuri reconheceu o estranho animal que descansava sob a cadeira de Leofiel. Era um dinossauro. Um draemossauro, especificamente, como Zuri foi capaz de reconhecer. O clérigo se interessou e convidou Aquiles para se aproximar, embora o guerreiro parecia mais interessado nos peculiares trejeitos do anão, que mais tarde revelaria ter dons mágicos.
Poppie, um boneco que ganhou vida e que se acostumou desde sua não existência a ser o centro das atenções, incomodou-se com a plateia que o draemossauro angariava. Ele se aproximou da criatura e a provocou, quase sendo engolido inteiro. Não foi um bom começo para os dois, mas o não foi possível amenizar muito a situação porque as ações na taverna logo foram interrompidas por Conardi, o encarregado do festival.
O humano apresentou as homenagens a todos os recém chegados. Disse que todos ali tinham o respeito da Grande Mãe por terem alcançado tão expressiva marca, mas que ela precisava de heróis. Ele convocou aqueles que se interessassem a realizar uma missão em nome da Igreja. Como foi anunciado um pagamento e glória, Aquiles e os outros se interessaram.Conardi, o encarregado do festival
Os recém conhecidos se aproximaram de Conardi depois de passarem por uma ligeira fila. Poppie estava sobre o ombro de Aquiles, que o havia resgatado das garras de Lefty, o draemossauro de Leofiel.
O encarregado lhes disse que apenas dez pessoas se interessaram na missão. Outros cinco já haviam sido designados e os cinco restantes, ou seja, Aquiles, Tigg, Zuri, Leofiel e Poppie, ficariam responsáveis por outra tarefa, mesmo que Conardi tenha desdenhado do fato de Poppie participar.
A missão que o grupo recebeu foi simples: viajar para o leste até a vila de Rigoton e descobrir o que está acontecendo. Aquiles mal esperou o encarregado terminar de falar e se afastou. O restante do grupo ouviu os detalhes e então decidiram partir já no dia seguinte.
A viagem até a aldeia de Rigoton levaria dois dias. Os aventureiros acamparam na primeira noite, depois de uma longa jornada a pé. Leofiel, na última guarda da noite, presenciou uma carriuagem desgovernada atravessando o bosque. Ele foi atrás e percebeu que ela se chocou contra as paredes de uma caverna. O elfo retornou ao grupo antes de explorar o lugar.
Com todos em alerta, eles se aproximaram do local do acidente e perceberam que os animais que puxavam a carruagem haviam sido assassinados. Uma mulher humana também restava entre as vítimas. Pegadas indicavam que algumas criaturas pequenas, como goblins ou gnomos, haviam escapado para dentro da caverna. O grupo avançou com cautela.
Leofiel conseguiu detectar uma armadilha em uma passagem estreita dentro da caverna. O elfo a desativou, mas não sem alertar um trio de gnomos que não parecia nada amigável com suas armas em punhos.