A misteriosa Pedra Rasa
Após desmantelar o acampamento dos bandidos na estrada, os aventureiros recolheram todos os tesouros que puderam encontrar e os levaram de volta para o Forte Kram. Jean foi escolhido como líder naquela manhã e, portanto, seria o representante do grupo diante do General Kovotelo.
Os aventureiros viram sua carroça-oficina do lado de fora dos muros do Forte, conforme combinado com a guarda. Kaval estava dentro dela, organizando alguns materiais. Os aventureiros o encontraram e o ouviram resmungar sobre o dia: os aldeões não possuíam ouro para pagar. Diante disso, explicaram a Kaval que ele não precisava receber apenas em ouro, mas em qualquer forma de moeda.
Após deixarem o desnecessário, os aventureiros foram até os portões do Forte. Jean tentou argumentar para que abrissem o portão, mas foi Klaus quem, mostrando o antigo documento de convocação do General Kovotelo, conseguiu que os guardas liberassem o acesso para eles.
O general já não estava mais com sua farda típica de serviço, mas com um traje mais confortável. Ele recebeu os aventureiros em sua sala e ouviu sobre o sucesso em matar o orc Uzão. Urodam entregou-lhe a cabeça do orc, e ele ordenou que ela fosse espetada na entrada do palácio como demonstração da justiça realizada.
Como Jean liderava, Kovotelo acabou confundindo-o com uma espécie de "contador" do grupo, uma vez que considerava Klaus como o líder, e ninguém lhe havia explicado sobre o complexo mecanismo de troca de liderança que os aventureiros adotaram após a deposição de Klaus da posição permanente.
Após tratarem e receberem pelo feito contra os bandidos, os aventureiros apresentaram-lhe o machado Gudistron. Kovotelo pareceu conhecer o clã de anões a que pertencia. O general indicou Pitax como a origem do clã, mas não sabia quem era a pessoa específica "Garbar do Hecti" a quem a inscrição remetia.
Por fim, os aventureiros deixaram o palácio e voltaram para a carroça-oficina. Ali, dividiram-se novamente: Jean, Dannael e Urodam foram para a taverna do lado de fora dos muros, enquanto Torlam realizava algumas tarefas na carroça e Klaus foi dormir. Kaval resolveu acompanhar o trio até a taverna, mas não demorou muito para retornar, pois sentiu-se deslocado naquele lugar.
A taverna era ampla, toda de madeira e com dois andares. Um enorme candelabro hexagonal estava suspenso no centro do teto e iluminava o ambiente com seis grandes velas. Outras lamparinas estavam espalhadas ao redor das várias mesas retangulares, dispostas em paralelo. O balcão do taverneiro ficava junto à parede de entrada e se estendia por toda a sua extensão.
Os aventureiros escolheram uma mesa no canto, dentre as poucas que ainda estavam disponíveis. Dannael buscava uma mulher interessante e encontrou uma mulher de cabelos pretos e sobretudo vermelho, sentada e negociando com um elfo. O mago aproximou-se, apresentou-se e teve um início de conversa promissor. Seu interesse era romântico, o que irritou o homem com quem ela negociava. Educadamente, a mulher disse que concluiria o acordo e encontraria Dannael junto ao balcão em alguns minutos.
Enquanto isso, Jean observava atentamente todos os presentes. Ele tinha um objetivo claro naquela noite: queria saber se a cidade era controlada por alguma forma de submundo. Em suas análises, percebeu um grupo de guerreiros planejando um ataque contra a Fortaleza. Aparentemente, um deles conhecia uma abertura nos muros externos, enquanto outro sabia como acessar uma passagem secreta para dentro do palácio. Jean não se revelou, mas guardou a informação preciosa para uso posterior.
Esses assuntos não interessaram a Kaval, que se reencontrou com Torlam na carroça. Os dois tiveram uma conversa amigável, em que o ladino o orientou a vender seus artesanatos. O boggard sentiu-se realmente estimulado a colocar seus bens à venda, mas ainda não sabia como precificá-los.
Quando Nala, a mulher que Dannael estava cortejando, aproximou-se, os dois conseguiram avançar para assuntos mais pessoais. O mago descobriu que ela era uma viajante que vinha do leste e seguia para o oeste. Ela cruzaria todos os Reinos Fluviais e retornaria para sua terra natal. Dannael deu poucas informações sobre si — nem mesmo seu nome foi revelado — e a conversa terminou sem o desfecho que ele esperava. Dannael pediu que se conhecessem melhor e mais intimamente já naquela oportunidade, mas a mulher disse que partiria cedo pela manhã e afirmou que teriam essa oportunidade quando se reencontrassem em seu retorno.
Os aventureiros se reuniram na manhã seguinte para levantar acampamento. Decidiram informar Kovotelo sobre a tentativa de invasão do Forte Kram e deixar Kaval com a carroça-oficina no Forte enquanto viajavam para o norte, em busca da pele de quimera.
Kovotelo agradeceu pela informação. Ele ofereceu um pagamento ao grupo, mas os aventureiros rejeitaram. Contente, disse que seriam bem-vindos quando voltassem.
A viagem para o norte não teve percalços. Apenas uma ponte velha se mostrou um obstáculo, mas Jean garantiu que ela não seria um problema ao lançar um de seus feitiços. Assim, dois dias após partirem do Forte Kram, os aventureiros chegaram a Pedra Rasa.
A primeira visão que tiveram no vilarejo de Pedra Rasa foi um arco com as inscrições "Bem-vindos a Pedra Rasa". Em seguida, o grupo viu um templo de Abadar, diante do qual Klaus parou e ajoelhou-se aos pés da escadaria. O campeão ficou aguardando alguém do templo aparecer, enquanto o restante dos aventureiros prosseguiu sua exploração.
Ao perguntarem a um aldeão sobre um local para ficar, foram direcionados a Kazimir, um fazendeiro que dispunha de um local para alugar a viajantes. O grupo foi recebido por uma criança, aparentemente sua filha, e logo o encontraram.
Kazimir demonstrou gentileza com o grupo. Ele disse que o vilarejo estava se preparando para o festival do plantio e que eles poderiam pernoitar ali caso ficassem para a festa no dia seguinte. O grupo aceitou, desconfiado. Segundo o aldeão, eles ganhariam comida à noite, sem custos.
Os aventureiros foram levados a uma grande construção de madeira, e Jean notou que a tranca ficava por fora. Dannael olhou ao redor e não enxergou qualquer janela de saída. Havia camas de palha confortáveis, mas, uma vez lá dentro, eles não teriam saída.
Enquanto isso, Klaus foi recebido por Amelia Moons, a sacerdotisa responsável pelo templo de Abadar. O campeão entregou toda a sua riqueza ao templo, e ela o convidou para tomar um chá. Klaus aceitou, e ambos dirigiram-se a uma sala ao fundo do templo. A conversa durou vários minutos e, quando Klaus levantou-se para ir ao encontro de seus companheiros, sentiu as pernas fraquejarem. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu uma das mãos de Amelia em sua cintura e a outra cobrindo-lhe o rosto com um tecido com forte odor, tão intenso que o fez desmaiar.