sexta-feira, 11 de abril de 2025

(RR) Sessão 025

 A roda d'água destruída

    O grupo ainda não havia decidido o que faria com os objetos mágicos encontrados no moinho. Jean não conseguira descobrir todas as funções da lamparina mágica, que parecia ser o objeto de interesse de 09 e Gurpos.

    Torlam subiu pelo poço para investigar o que os autômatos faziam ao redor do moinho. Viu que ambos estavam recolhendo os destroços da casa desmoronada e os organizavam ao lado, junto ao rio. O elfo não se arriscou muito e retornou rapidamente para junto de seus companheiros.

    Os aventureiros decidiram que precisavam destruir o eixo que conectava a roda d'água ao moinho e, com isso, parar o funcionamento dos autômatos. Dividiram as tarefas: Urodam usaria o bastão metálico para atacar o eixo, enquanto o restante do grupo vigiava os autômatos. Kaval ajudaria todos a se deslocarem pelo rio sempre que necessário. O boggard ficou próximo de Urodam enquanto ele se preparava para destruir a conexão.

    Urodam desferiu um golpe forte no eixo metálico. Porém, nem um arranhão foi notado na madeira estranhamente resistente. O orc tentou novamente e percebeu que isso começava a chamar a atenção dos autômatos. Mais um golpe, desta vez mais potente, foi suficiente para entortar o mecanismo e apressar a ação dos autômatos.

    O grupo se moveu rapidamente. Kaval se posicionou para tentar defender Urodam; Klaus atraiu um dos autômatos com um disparo de arma de fogo; Danael tornou-se invisível e se afastou da área de combate; Jean também desapareceu, mas permaneceu nos arredores; Torlam transformou-se em um gato e se afastou.

    O autômato atraído por Klaus aproximou-se rapidamente, com um salto que quase esmagou o gato Torlam. O ataque veio devastador. O velho paladino interpôs seu escudo, mas a proteção foi despedaçada pelo impacto. Enquanto isso, Urodam continuava tentando desferir o golpe destruidor no eixo do moinho, mas a resistência encontrada era muito além do esperado.

    Jean tentou uma nova estratégia. O gnomo convocou um duende capaz de usar feitiços que despedaçavam objetos. O truque foi um sucesso. Urodam conseguiu resistir a um dos ataques dos inimigos, mas, antes que precisasse realizar um ataque certeiro, um feitiço lançado pelo duende quebrou o eixo e separou a roda d'água do moinho. Os autômatos se apressaram para segurar a roda e impedir que ela se perdesse no rio. Porém, seus movimentos foram se tornando progressivamente mais lentos, até que ambos congelaram segurando a roda, cada um de um lado, protegendo-a da queda, mas impedindo que ela girasse.

    Com a vitória garantida, o grupo retornou ao túnel subterrâneo a fim de recobrar suas energias. Eles descansaram por uma noite e, na manhã seguinte, Jean tentou analisar a lamparina novamente. Com a mente descansada, conseguiu descobrir todos os poderes do poderoso objeto mágico.

    A lamparina mágica era uma fonte quase inesgotável de energia mágica. No entanto, o gnomo não sabia, na prática, como extrair essa energia. O objeto também podia iluminar o caminho que se desejava seguir, servindo como uma espécie de bússola. Por fim, tinha a capacidade de criar uma janela mágica para um destino conhecido. A janela se materializava no fim da iluminação esverdeada que ela projetava e podia se manifestar tanto em um sentido quanto em dois. Neste último caso, também permitia comunicação irrestrita.

    Conhecendo os recursos do objeto, os aventureiros decidiram não entregar a lamparina a Gurpos. Em vez disso, a manteriam e apenas comunicariam ao gnomo que havia um objeto de interesse para ele nos escombros do moinho — uma peça de metal que poderia servir para a reconstrução do dirigível.

    O próximo destino era o Forte Kram.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

(RR) Sessão 024

Abaixo do moinho

    O combate contra os autômatos rapidamente revelou-se perigoso. Klaus estava sozinho entre as duas criaturas e havia conseguido resistir à investida de um deles. Num lampejo de fúria, Urodam avançou sobre uma das máquinas, mas seus ataques não foram capazes de danificá-la.

    Poderosos, os autômatos reagiram aos ataques do orc e contra-atacaram com golpes devastadores, nocauteando-o rapidamente. Torlam correu para ajudar, mas manteve-se cauteloso ao se aproximar.

    Enquanto isso, Dannael buscava uma alternativa para trancar a roda d'água do moinho. O mago desmontou uma mesa e retirou dela uma barra metálica de 1,30 m. De forma hábil, ele arremessou a haste metálica na roda d'água e trancou seus movimentos. Mas a força do rio era tremenda, e o metal não suportaria por muito tempo. Percebendo isso, o mago logo começou a desmontar outra mesa para obter mais uma haste. Com o reforço, o mago tinha a certeza de que a roda permaneceria estática por pelo menos algum tempo.

    Jean tentava outra estratégia. O feiticeiro arremessava pedras no eixo do moinho, na esperança de quebrá-lo. Já havia tentado atear fogo na roda, mas as chamas se espalharam por quase toda a construção — exceto onde ele queria.

    Com a parada da roda d'água, depois da intervenção de Dannael, os construtos pararam imediatamente de se mover. Isso ocorreu pouco antes de atacarem Torlam, que ficou aliviado. Dannael gritou por ajuda de Urodam, pois sabia que a situação ainda não estava totalmente controlada. O orc saltou um andar com a força de suas pernas e chegou rápido ao andar onde estava o mago. Ele usou seu espadão para impedir definitivamente a roda d'água de girar. Depois, acabou vítima de um desmoronamento, pois o chão onde ele estava ruiu com as chamas. Ele caiu sobre o moinho, no primeiro andar, e queimou-se com o fogo provocado por Jean, mas rapidamente se recompôs.

    Dannael se juntou ao grupo depois de escalar a estrutura do moinho pelo lado de fora. Com os inimigos paralisados, o grupo observava o moinho em chamas, refletindo sobre o próximo passo. Torlam já considerava a missão um fracasso, quando Kaval mergulhou no rio e percebeu que havia um afluente subterrâneo que levava para uma área abaixo do moinho.


 

    Guiando cada membro do grupo em sua natação, o homem-sapo levou primeiro Urodam e depois cada um dos outros membros do grupo para uma caverna escavada que era uma espécie de base abaixo do moinho. Uma porta grande estava trancada à frente deles. Antes de avançar, os aventureiros resolveram recuperar suas energias naquele local.

    Enquanto Torlam tratava os ferimentos de Urodam e depois os de Klaus, os aventureiros decidiram que precisariam do espadão de Urodam. O orc foi recuperá-lo enquanto Torlam terminava o tratamento dos outros aventureiros.

    Durante a espera, os aventureiros ouviram gemidos abafados e arranhões vindos do outro lado da porta. Urodam chegou e já queria partir para o arrombamento, mas Torlam tinha a chave e abriu a passagem sem problemas. Quando os aventureiros revelaram o que estava do outro lado, viram uma mulher sentada em uma cadeira, ferida e surpresa.

    A mulher se apresentou como Tália, disse que era uma antiga moradora do vilarejo e que estava ali atrás de algumas coisas que havia deixado para trás. Ela revelou que havia sido atacada por um estranho enquanto procurava e que acabou ferida.

    Jean manteve-se desconfiado. Dannael, por outro lado, parecia convencido. Os outros estavam mais preocupados em investigar a área.

    O feiticeiro começou a interrogar a mulher sobre como ela realmente tinha se ferido, sobre sua relação com o vilarejo e sobre o que ela estava buscando, especificamente, naquele local, além de como havia chegado ali. Tália repetiu que foi ferida pela "criatura" trancada no quarto, um homem que não sangra; que foi uma moradora do vilarejo, mas que o deixou há muito tempo; que buscava apenas itens pessoais; e que entrou pelo poço. Enquanto ela respondia, Torlam cuidava dos ferimentos mais sérios da moça, percebendo que eles eram oriundos de cortes de espada e algum esmagamento.

    Ao notar os muitos objetos mágicos da mulher, Jean tornou-se mais incisivo. Ele insistiu em várias perguntas para ela, deixando claro que ela não poderia ser uma qualquer para estar naquele lugar. Tália disse, então, que seus trajes encantados foram confeccionados por um tecelão habilidoso no Forte Kram e que seu objetivo ali era encontrar algum tesouro perdido, mas, como foi atacada, ela teve seus planos frustrados. Depois de um momento tenso, o grupo deixou que ela partisse levando o barco que se encontrava junto ao rio subterrâneo que deu acesso ao lugar, mas eles a avisaram para tomar cuidado porque, como o moinho estava funcionando, os autômatos estavam ativos.

    O grupo voltou a dedicar esforços à busca de objetos de interesse. Jean detectou objetos mágicos nos arredores, enquanto Dannael foi investigar a adega em busca de vinhos de qualidade. A suposta criatura presa na sala trancada foi deixada para depois.

    Jean abriu uma das caixas do armazém e lá encontrou um outro cajado com propriedades mágicas. Um bastão de ferro maciço, com quase dois metros de comprimento. Ele tinha um gancho em uma extremidade e uma esfera metálica na outra, e o feiticeiro identificou que ele era especialmente capaz de afetar estruturas.

    O feiticeiro coletou o objeto e já cogitava entregá-lo para Urodam, mas o manteve, por ora.

    Ainda percebendo a presença de magia no ambiente, o grupo começou uma vasculha. A sala ao lado, que se parecia com um ambiente de tortura (embora Tália tenha dito que não era o caso), possuía muitas caixas empilhadas e, por eliminação, Jean concluiu que ali se encontrava o outro objeto mágico do local. Segundo seu sentido sobrenatural, este objeto ainda não encontrado seria muito poderoso, alcançando ranque 8.

    Depois de revirar todos os objetos, Jean encontrou uma lamparina mágica. Ela possuía uma coroa dourada em sua parte superior. O receptáculo era de vidro fosco e o interior emanava uma tênue luz esverdeada. O objeto era adornado e transmitia uma impressão de poder. Dannael ficou com ele.

    Na mesma sala onde se encontrou a lamparina, Jean descobriu uma algibeira de couro com algumas pequenas pedras preciosas polidas e alguns objetos secos, que não identificou. Ele guardou tudo para depois.

    Antes de finalmente se dedicarem à porta trancada, os aventureiros resolveram investigar o poço. No fundo havia água. Dannael lançou uma luz no poço, mas nada de relevante se destacou. A água era turva e não permitia que enxergassem as profundezas. Para cima, viram a tampa de madeira selando a saída. Tália disse que havia entrado por ali, e que alguém havia cortado a corda por onde ela escalou para descer. Quem fez isso deveria ter colocado a tampa.

    A porta trancada onde a tal criatura se encontrava foi aberta com habilidade por Torlam. O elfo não teve trabalho em destrancá-la, mas foi Urodam quem foi na frente.

   Assim como as outras salas daquele ambiente, o cômodo revelou um quarto com uma pequena cama e uma mesa de cabeceira ao seu lado. Sobre a cama, um homem jazia inconsciente. Sobre a mesa, duas espadas longas, uma embainhada e outra livre. Klaus se adiantou e usou sua imposição de mãos para curá-lo, o que o fez acordar imediatamente. O homem pôs-se sentado com uma agilidade impressionante e perguntou quem eles eram, dando início à conversa.

    O homem ferido revelou ser 09, a pessoa que Gurpos procurava. O grupo disse que viera até aquele local para procurar por objetos para consertar o dirigível, o que coincidia com os interesses do homem ferido. Ele, então, pegou suas armas e saiu do pequeno quarto. Torlam reparou imediatamente que 09 não era humano, embora não tenha ficado clara a sua natureza.

    Depois de uma discreta busca, 09 disse que precisava encontrar uma lamparina com uma tênue chama verde. Os aventureiros desconversaram, enquanto Dannael, discretamente, guardava a lamparina no saco sem fundo.

    O homem partiu em direção ao dirigível, mas também foi alertado sobre a ativação dos autômatos. Ele deixou os aventureiros a sós mais uma vez para pensarem no próximo passo. O grupo tinha um objeto mágico poderoso que parecia ser de interesse tanto de 09 quanto de Tália. Apesar de eles não saberem como utilizá-lo, também ficaram tentados a mantê-lo.