sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

(RR) Sessão 018

De volta ao Marco do Norte

    Os aventureiros haviam conseguido dois ovos de dragão com o ancião Gipo no pequeno vilarejo de Santo Markon. Com isso, sob o comando de Jean Kward, resolveram retornar até o Marco do Norte onde experimentariam expor os ovos ao ambiente mágico, uma vez que eles pareciam ter a capacidade de absorver o mana.

    Antes de partirem, no entanto, visitaram o ferreiro Iros. O homem foi logo questionado se poderia alugar sua forja por três dias. Pego de surpresa, ele pediu alguns minutos para pensar no assunto. Enquanto ele fazia seus cálculos, o grupo começou a conversar sobre o que fariam com a oficina.

    Iros exigiu 10 moedas de ouro para dispor sua oficina por três dias para os aventureiros. O grupo aceitou o negócio e iniciou o trabalho. Klaus e Torlam ficaram auxiliando o trabalho de Danael, que focava-se em modificar a arma que haviam encontrado e substituir as runas que encontraram a fim de fortalecer a arma de Urodam.

    Enquanto Danael e os outros trabalhavam, Jean, Kaval e Urodam fizeram algumas moedas. O feiticeiro se apresentou algumas vezes, mas a cidade não era uma boa fonte de renda para artistas. Urodan e Kaval tentaram ajudar na reconstrução do salão comunitário. O boggard teve algum sucesso, mas Urodam causou mais destruição do que ajudou e foi proibido de voltar ao salão.

    O grupo deixou Santo Markon acompanhado de Gipo assim que concluíram suas tarefas. Eles se dirigiram para o Marco do Norte em uma jornada que levou 2 dias. Eles chegaram em seu destino no meio de uma tarde nebulosa, já tendo descoberto que os ovos eram de Dragões da Fortuna, uma espécie particularmente afeita a magia.

    Jean abriu a caixa dos ovos de dragão perto da torre central do vilarejo. Imediatamente, ele percebeu que a casca mudava sua tonalidade para uma cor mais quente, enquanto manchas se movimentavam em sua superfície. Torlam notou rapidamente que expor os ovos à magia iniciava o processo de incubação que, em algum período incerto, resultaria em fazê-los chocar.

    Preocupados com o que estava prestes a acontecer, o grupo fechou a caixa dos projetos de dragões. Gipo estava bastante apreensivo, pois ele ainda considerava aqueles ovos como seus. Porém, uma tempestade se formando no céu alto parecia anunciar que o dragão da fortuna que atacou o vilarejo já havia encontrado sua prole.

    Os aventureiros perderam a paciência com o velho Gipo, tanto ele reclamou do risco que todos estavam correndo ao manusear mal seus ovos de dragão. Com isso, Jean e os outros lhe entregaram a caixa mágica fechada e o enviaram de volta para Santo Markon, certos de que os aldeões não gostariam de seu retorno.

    Para garantir a má recepção do ancião, Danael enviou mensagens os aldeões de Santo Markon. Cada uma destas mensagens se manifestava através dos sonhos dos receptores, e dizia:

Que esta profecia se revele diante de ti como um sonho distante, mas imortal em sua essência. O vilarejo de Santo Markon está à beira da destruição, ameaçado pelas ações de seu próprio líder. Gipo, o homem em quem a confiança foi depositada, agora detém um par de ovos de dragão, prole do terrível algoz que assola a vila. A tempestade que devastou as casas e destruiu o salão comunal não é castigo da divindade da natureza, mas a fúria despertada pela ganância de Gipo, que roubou a descendência do dragão, criatura que agora se enfurece, atacando as moradias em busca do que lhe foi tomado. 

Os ovos permanecem ocultos no baú que Gipo carrega, outrora enterrados sob o assoalho de sua própria casa. Para que o vilarejo tenha alguma chance de sobreviver, estes ovos devem ser devolvidos ao seu legítimo dono. Apaziguem a ira do dragão, sobrevivam. Boa sorte.

    Danael enviou 6 destas mensagens e ficou na expectativa de que a notícia se espalhasse rapidamente para que, assim que Gipo chegasse, fosse recepcionado com a desconfiança que merece.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

(RR) Sessão 017

Uma tormenta em Santo Markon

    Jean havia conseguido os objetos com os ladrões de Marginha e eles estavam se afastando. Danael revelou sua presença para o companheiro e a dupla retornou para a taverna para resumir seu descanso até o dia seguinte.

    Pela manhã, Klaus foi escolhido como o líder. Com isso, decidiu que o grupo seguiria a viagem rumo ao Forte Kram. O paladino não esquecera que uma pista sobre um velho companheiro apontava para o forte.

    A jornada no dia seguinte foi tranquila. O grupo optou por seguir pelo norte, através das colinas, de forma a evitar o Lago Margem.

    Danael usou a noite para investigar sobre a arma que encontraram com os ladrões. O objeto era uma pistola mágica capaz de afetar seres incorpóreos, mas nem o mago nem Jean sabiam como operá-la, pois nunca haviam se deparado com uma arma de fogo antes. Klaus era o único dos aventureiros que já havia encontrado um armamento como aquele, mas optou por deixar Danael dedicar horas tentando sozinho, sem sucesso, descobrir como fazer a pistola funcionar.

    Apesar do esforço gasto, as tentativas não foram completamente em vão. Danael descobriu como fazer a arma disparar, mas ainda não havia encontrado uma forma segura de carregar a munição, já que não possuía nem nunca tinha visto qual era o objeto utilizado como munição. O que ele experimentou e constatou que não servia, porém, era um objeto qualquer, tal como um graveto.

    O segundo dia de caminhada não seria concluído. Uma tempestade violenta se formava no caminho, e o grupo resolveu se proteger no primeiro vilarejo que encontrou.


    A vila possuía algumas dezenas de casas e apenas uma pequena propriedade que servia como estalagem. Os proprietários, em verdade, nem cobrariam pela estadia, visto que ela seria em uma sala ampla com sacos de dormir no chão, mas o grupo apreciou e ainda experimentou os embutidos que eles preparavam. Klaus observou que as paredes tinham muitos afrescos com representações de missões divinas. Deuses como Iomedae e Abadar estavam representados em imagens espalhadas em várias obras decorando quase toda a parede.

    A tempestade estava se tornando mais violenta com a passagem dos minutos. Antes que o meio dia chegasse, o grupo presenciou um relâmpago atingir o salão principal, no centro da vila. As chamas se espalharam rapidamente, apesar da chuva, mas logo um segundo relâmpago atingiu novamente a estrutura.

    O segundo raio sobre o mesmo lugar chamou a atenção dos aventureiros, que resolveram se aproximar. Eles perceberam que o lugar pegava fogo e que vários aldeões fugiam para se esconder. Eles perguntaram se havia alguém do lado de dentro que não conseguira escapar e ouviram que sim. Urodam, então, abriu um pedaço da parede lateral para ganhar acesso ao salão.

    A estrutura do salão comunitário já estava em decadência. O fogo havia enfraquecido colunas, que caíram, derrubando também parte das tesouras que sustentavam o telhado. O acesso principal estava obstruído e obstáculos formados por destroços em chamas estavam no meio do salão. 

    Klaus percebeu uma pessoa debaixo de uma coluna caída e resolveu partir ao seu resgate. O paladino se aventurou no salão em chamas e atravessou os obstáculos. Tudo isso lhe custou muito esforço, mas ele não desistiu. Ele removeu com suas próprias mãos a coluna que caíra sobre o homem ferido e amenizou os ferimentos dele com suas mãos abençoadas. Com isso, pode ouvir que o ancião estava na sala ao lado, a única do salão comunitário além do salão principal.

    O homem resgatado foi ajudado por Ossinho, uma invocação de Danael, enquanto Klaus partiu para o resgate do ancião. A sala ao lado estava tomada pela fumaça. A golfada forte que veio quando o paladino abriu a porta de acesso quase o fez cair, mas ele resistiu e seguiu sua missão. Ao encontrar o velho ancião, o fez ficar de pé e ambos saíram dali.

    Enquanto isso, Torlam havia entrado no salão e ajudado a resgatar o homem do salão principal, já que Ossinho não conseguiria atravessar os destroços. O elfo teve mais sucesso e o homem ficou à salvo.

    Quando Klaus finalmente conseguiu sair do salão em chamas, um terceiro relâmpago irrompeu o céu e atingiu, mais uma vez, o salão comunitário. Um violento trovão e sua onda de choque vieram em seguida, provocando pânico em todos os aldeões próximos e também em Klaus, que já se encontrava muito ferido. O paladino e os outros amedrontados correram para buscar abrigo, enquanto os  outros aventureiros, que foram capazes de manter a calma, levaram o ancião para dentro de outra residência.

    Enquanto se dirigiam para um local seguro, Torlam teve uma visão preocupante. Ao olhar para o céu, por entre as nuvens de tempestade em espiral que se carregavam sobre o vilarejo, o ladino enxergou um dragão. Ele não conseguiu identificar que dragão era esse, mas teve a certeza que se tratava de uma criatura do tipo.

    Danael e Jean foram quem mais fizeram perguntas para o ancião Gipo. Ele dizia que a tempestade era porque as oferendas para Gozreh não haviam saciado o deus, mas estas respostas não convenceram o mago e o feiticeiro. Algo ainda estava errado. Tendo a informação de Torlam ao dispor, Jean disse que o dragão estava claramente agindo contra a cidade, não o deus da natureza. Ao pressionarem Gipo, conseguiram fazê-lo ceder.

    Gipo levou o grupo até sua residência. Ele removeu alguns móveis e levantou um tapete. Debaixo dele, revelou um alçapão secreto que guardava uma caixa. Ao abri-la, o ancião revelou dois ovos grandes que disse ser de dragão.

    O grupo logo ligou os pontos e compreendeu que o dragão enfurecido na tempestade deveria estar se vingando. Jean ainda percebeu que os ovos tinham uma estranha propriedade mágica: eles absorviam o mana ao redor e se aproximavam da condição para serem chocados.

    Gipo disse ao grupo que encontrou os ovos há 15 anos atrás, em uma caverna nas colinas ao norte. Ele revelou que explorava o lugar quando os encontrou, mas nunca esperava que fosse haver alguma represália. O gnomo pegou os ovos, dizendo que resolveria a situação. Mesmo um pouco contrariado, Gipo permitiu.

    Os planos do grupo ainda eram nebulosos. Embora tenham dito a Gipo que iriam salvar o vilarejo, Jean parecia tentado a colocar os ovos no Marco do Norte, especulando que as propriedades de absorver magia que eles possuem poderiam revelar algum segredo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

(RR) Sessão 016

 Seguindo para Marginha

    O grupo pernoitou a uma distância segura do perímetro mágico do Marco do Norte. Durante a guarda, eles notaram uma espécie de luz que vagava pelas ruínas, embora não tenham sido capazes de descobrir do que se tratava.

    O grupo conversou na manhã seguinte sobre o que tinham visto nas ruínas e resolveram que não iriam explorar o lugar. Danael era o mais decidido: o mago não ousaria explorar um lugar com magia tão caótica. Como a Pedra da Liderança escolhera Torlam como o líder do momento, a ideia do mago foi acatada e os aventureiros resolveram seguir viagem.

    Antes de partirem, porém, eles investigaram os dois objetos que haviam encontrado nas ruínas, a faca ornamental e o saco de roupas.

    Quanto a faca, perceberam que se tratava de um objeto de valor pela sua bela construção e bainha, mas que não possuía propriedades mágicas.

    Quanto ao saco, Jean utilizou sua detecção de magia antes de abri-lo e não detectou nenhum encantamento. Ao abri-lo, uma decepção, não havia nada do lado de dentro. Frustrados, os aventureiros lançaram a faca ornamental no interior do saco e deram o os objetos para que Urodam o carregasse.

    A rota traçada pelos aventureiros evitava o cruzamento de todos os rios possíveis. Com isso, eles percorreriam a margem de um dos rios e iriam até Marginha, um cidade central localizada junto ao lago Margem.

    A viagem até a cidade levou dois dias. Ao chegarem lá, notaram de imediato que tratava-se de uma cidade em decadência, com as paliçadas exteriores envelhecidas e com brechas. A guarda era pouca, apesar da cidade ser grande.


    O grupo se dirigiu até um guarda junto ao portão. O homem conversava tranquilamente com uma cidadã quando foi chamado pelo grupo. A conversa não demorou, e o guarda foi educado. Os aventureiros perguntaram algumas informações básicas sobre a cidade, sobre quem governava o lugar e onde poderiam encontrar o comandante. Receberam as informações que os Cortamarés são os nobres responsável pela cidade, e que o comandante poderia ser encontrado no quartel, perto do palácio.

    A primeira parada dos aventureiros foi uma taverna chamada Olho D'Água, um local aparentemente destinado para a alta sociedade. Na mesa de refeições, receberam ofertas dos mais variados pratos, mas que possuíam custos muito elevados. No entanto, acabaram optando pelo pão com caldo de frango. A escolha pelo mais barata opção do menu decepcionou o velho atendente que, apesar da educação distinta, vestia trajes envelhecidos e que deveriam já ter sido substituídos por vestimentas mais novas.

    O grupo deixou o Olho D'Água para buscar uma estalagem com preços melhores Eles acabaram na Visão de Desna, um estabelecimento junto ao porto que claramente tinha um público menos abastado.

    Depois de reservarem seus quartos, Torlam, Klaus e Urodam se retiraram. Jean e Danael ficaram para assistir a apresentação musical que era performada por dois artistas, uma mulher tocando um órgão e um homem com um bandolin.

    A atração era agradável, mas Jean percebeu um encantamento afetando toda a plateia, exceto Danael que, assim como ele, resistiu ao poder do feitiço. O público afetado ficou mesmerizado pela dupla, mas Jean notou que uma terceira pessoa percorria o salão se aproveitando da distração da multidão e roubava seus pertences, colocando todos os bens em um saco sem fundo. O feiticeiro aguardou a ladra sair e foi atrás dela. Danael seguiu seu companheiro e se manteve invisível.

    A ladra dobrou uma esquina da escura viela no porto e aguardou até que seus dois companheiros a seguissem. Antes disso, porém, Jean e confrontou e a prendeu em um encantamento ilusório. Kassandra, como se chamava, não largou seus objetos e ganhou tempo até que seus companheiros chegassem.

    Jean começou a negociar com Marin, a ladra que tocou o órgão dentro da estalagem, e acabou conseguindo um acordo. A mulher daria o bem mais valioso que encontrasse dentro do saco mágico que Kassandra usou para roubar os clientes da estalagem e o próprio saco sem fundo. Em troca, o gnomo deixaria ela e seus comparsas saírem sem delatá-los.

    Virando do avesso o saco mágico, o grupo se deparou com um estranho objeto em formato de L. Era uma arma de fogo, que foi o objeto escolhido assim que Jean notou suas propriedades mágicas. O feiticeiro e o trio de ladrões ainda estavam na viela, e Danael ainda se ocultava sob seu manto de ilusão, mas o acordo parecia concluído.