sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

(SG) Sessão 139

A herança de Ranmat

     Anabel havia desaparecido na frente do grupo e, agora, eles planejavam qual seria o próximo passo. Depois de algumas horas discutindo, eles resolveram permanecer em Âmien e explorar mais para o sul, a fim de coletarem informações sobre Rantag e Ranmat, pai e avô de Landalfo, vinculados aos protetores da Ponte de Palier.

    A Ponte de Palier é, supostamente, um caminho direto que conecta Âmien com o reino do deus da sabedoria. Os aventureiros estabeleceram o objetivo de chegar neste local a fim de convencer a divindade em reenergizar o Cetro Dourado, considerando a delicada situação que Tagmar se encontrava ao enfrentar os demonistas mais uma vez.

    Os aventureiros entraram no cerne do reino de Âmien com o Passo Etéreo. As limitações do feitiço impediam Landalfo de levar o grupo para dentro da Cidade Dourada. Porém, já nas proximidades da antiga residência de Rantag, o alquimista abriu alguns portais e levou o grupo até o destino, tendo em vista que ele residira no local há poucas décadas, e assim sabia a localização.


     O grupo começou a investigar minuciosamente a residência. Pedodes ativou alguma coisa ao remover um objeto da parede, embora esta coisa não tenha se revelado imediatamente. 

    Passados alguns minutos, depois dos aventureiros terem encontrado alguns objetos típicos que um alquimista possuiria, como poções e ervas, eles se depararam com alguns golens prontos para combatê-los. O confronto foi inevitável, mas não foi um grande desafio.

    A exploração levou a uma sala secreta cuja chave para abrir sua porta encantada fora descoberta em um dos quartos. Dois construtos protegiam o recinto e precisaram ser combatidos. Durante esta luta, no entanto, o grupo percebeu que alguns elfos se aproximavam da residência, alertados por algum alarme que, o grupo então percebeu, fora ativado por Pedodes. Para atrasá-los, Landalfo criou uma passagem dimensional sobre a porta de acesso.

    Os aventureiros entraram todos para a sala secreta e se trancaram nela. Eles possuíam a única chave de acesso, mas os elfos também eram versados em magia e iniciaram tentativas para arrombar a porta. O grupo vasculhou a sala o quanto pode e se deparou com um portal para um destino desconhecido. Sem muitas alternativas, os aventureiros entraram. No entanto, Pedodes fez um último gesto na casa de Rantag. Ele convocou um enviado de Cruine e pediu que ele recolocasse a cabeça que ele removera da parede no seu devido lugar.

    O destino do portal foi uma pequena sala repleta de livros, estatuetas e outros objetos pessoais de um alquimista. Ela estava claramente muito longe da Cidade Dourada, como os aventureiros podiam perceber ao simplesmente olharem pela janela, que revelava uma cordilheira de montanhas sob a floresta. 

    Uma nova vasculha na pequena sala revelou um robe típico dos sacerdotes de Plandis, algumas escrituras fazendo referência ao Caminhante das Nuvens, um broche com o símbolo de Palier e um diário de Rantag, relatando o trabalho que ele realizava naquele local que ele chamava de laboratório.

    Entre as anotações importantes que Landalfo encontrou no diário, estava a menção a um presente dado à Rainha Enora, uma estatueta capaz de servir como receptáculo chave.

    Por fim, Lanâncoras encontrou um objeto estranho, uma estatueta em formato feérico que emanava uma energia diferente. O grupo demorou a tocar e analisar o objeto, pois decidiu vasculhar todo o restante do laboratório antes.

    Foi Landalfo quem analisou a estatueta. Alguns testes fizeram ela se abrir, dividindo-se ao meio pela barriga, e revelar um disco com uma emanação mágica impressionante. O objeto era alaranjado com algumas mesclas azuis. O grupo logo teve a certeza que se tratava da chave para a Ponte de Palier.

    Para não correr o risco de se revelar, Landalfo voltou a fechar a chave na estatueta, selando assim a energia que ela emanava e que poderia ser facilmente detectada pelos místicos de Âmien.

    Quando a estatueta se fechou e ficou inteira novamente, ela abriu os olhos e dirigiu-se a Landalfo. Uma rápida conversa revelou que ela era Lili, a irmã que Landalfo vira morrer em seus braços. A caçula do alquimista não sabia como havia chegado naquele estado. Ela também não sentia-se exatamente como antes, pois parte de sua memória estava apagada, ao mesmo tempo em que ela lembrava-se de coisas que claramente não tinha vivido como elfa. No entanto, ela sentia que possuía uma missão atribuída a ela quando foi selada neste corpo.

    Lili afirmou lembrar-se com clareza de algumas palavras, proferidas antes dela abrir os olhos pela primeira vez nesta forma: "Seu destino ainda não foi cumprido, mas uma parte da sua jornada está completa. O sofrimento será recompensado se todas as partes do mosaico se encaixarem. Você verá a luz mais uma vez antes de ter a sua chance como aquela que ilumina."

    Os aventureiros sabiam que o mosaico mencionado por Lili possuía três partes. Uma delas, Lili revelou através de versos que ela aprendera durante sua transferência para o novo corpo: "Sei que meu corpo sucumbiu, mas que minha alma não partiu; sei que você busca vingança, mas que também é uma chama de esperança; sei que Ranmat, nosso avô, construiu este corpo enquanto ainda era um mago a provar o seu talento; e sei que Plandis, o louco, sem juízo, deixou três marcas neste mundo para que os navegantes do Abismo cumprissem o destino a eles atribuído; eu sou uma delas, mas que não abrirá porta alguma sem as outras duas, que serão descobertas por vocês, Caminhantes das Brumas."

 Âmiem, Basvo, dia 24 do mês da Paixão do ano de 1501.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

(VP) Sessão 104

O fim e o começo

• A estátua feminina com muitos braços escorria o veio negro das rachaduras que Duque provocara. Isso fez Tolman repensar a ideia de destruí-la e o bárbaro não prosseguiu. Resolveram, então, subirem para o altar do andar de cima e verificá-lo mais uma vez.

• De frente para o altar, Tolman abriu o frasco com a poção de Vush e o gotejou sobre a rocha sólida. O líquido escorreu pela superfície do altar e fez um furo profundo. Tolman, então, continuou despejando mais do líquido e viu o altar se desmanchar pouco a pouco.

• Enquanto ele cumpria a primeira parte da missão de Vush, a de derramar a poção sobre o altar, um grupo de criaturas do vazio surgiu. Elas atacaram o grupo e tentaram interromper as ações de Tolman. O feiticeiro foi protegido por seus companheiros o tanto quanto foi possível, e ainda conseguiu evitar os golpes que conseguiam chegar até ele. Tudo sem perder o foco em sua tarefa principal.

• O altar já estava praticamente destruído antes de todas as criaturas inimigas serem derrotadas. A poção de Vush fazia um buraco profundo e abaixo dele não haviam rochas, mas uma espécie de portal dimensional. Quando todos os inimigos foram derrotados, o grupo ficou a ponderar sobre o que fariam.

• Baseado nas ordens de Vush, a de que o grupo precisaria gravar a adaga no local mais profundo, Tolman concluiu que deveria entrar no portal. Saltou. O restante do grupo ficou alguns segundos em choque, mas Duque não precisou de um comando para saltar atrás de seu líder. Tao, um pouco mais reticente, também foi. Já Drake exitou. O draconato considerou fortemente retornar daquele ponto, mas lembrou que estava a centenas de metros abaixo do mar e teria dificuldades para sair dali sozinho. Saltou.

• O destino do portal foi uma caverna gigantesca e aparentemente vazia. Porém, não demorou para uma critura colossal surgir. Era aproximadamente esférica, tinha tentáculos e muitos olhos vermelhos, sendo um maior do que os outros ao redor de sua carapaça. O monstro se aproximava e entrou em contato mental com Tolman, embora todos tenham entendido: "Você teve sua chance, agora irá desaparecer".

• O feiticeiro tinha a adaga e acreditava que ela deveria ser cravada na criatura. Mas antes que pudessem tomar qualquer ação uma onda de choque foi disparada pelo olho principal da criatura. A pressão na carne dos aventureiros os arremessou para trás, ferindo-os.

• Foram obrigados a se recomporem logo e traçaram um plano: Duque iria subir a criatura e cravar a adaga no olho do monstro. Tolman, enquanto isso, recitaria os versos do pergaminho que Vush lhe dera. Começaram, Duque correu em direção ao monstro com a adaga em mãos.

• Tao partiu ao apoio de Duque na tentativa de escalar a criatura. O enorme tentáculo os atacou, mas o bárbaro, mesmo sofrendo com o impacto pesado, teve forças para agarrar-se na criatura pegajosa e espinhenta e subir seu apêndice até perto do corpo principal. Tao não teve a mesma habilidade e foi arremessado de volta ao lado de Tolman.

• O feiticeiro abriu o pergaminho e não entendeu uma palavra do que estava escrito. Seu elmo de nada adiantaria agora. Ele se concentrou, puxou da memória cada conhecimento solto de arcanismo que já havia absorvido e viu os símbolos começarem a fazer sentido. Mas não havia muito tempo. Duque ainda tentava se equilibrar sobre o monstro e chegar no olho principal quando a onda de choque o atingiu e por pouco não o derrubou de volta para o chão. Drake usou uma magia para mesclar ele e Tolman com o plano etéreo, tornando-os imunes a ataques puramente físicos, o que acabou por salvar a pele dele e do companheiro quando o monstro os atacou com seu tentáculo colossal.

• Quando Duque finalmente chegou ao olho do monstro, atacou. Apunhalou com a adaga o mais forte que pode e viu uma rachadura surgir, a arma cravar. Veios negros surgiram nos olhos do monstro semelhantea aqueles da estátua na construção submersa. Foi só então que as palavras de Tolman na leitura do pergaminho começaram a surtir efeito. Um portal começou a ser aberto atrás da entidade e conectar-se com o punhal. Mas a luta ainda não havia terminado.

• Um enorme portal dimensional surgiu a algumas dezenas de metros dos aventureiros. Dele, dúzias de Ilithids caíam vagarosamente e se preparavam para proteger a entidade.

• Tolman teve muita dificuldade para compreender complemtamente o pergaminho arcano, mas quando conseguiu concluir sua interpretação fez com que um portal vermelho e grande o suficiente para passar a entidade fosse aberto. O monstro interplanar começou a ser dragado para dentro dele pelo ferimento da adaga. Duque estava sobre o monstro e saltou para o chão dali mesmo. No limite de sua força vital, o bárbaro usava seus últimos suspiros para sobreviver e não ser banido para seja qual fosse a prisão que seu inimigo estava sendo levado.

• Tudo estava prestes a desmoronar. A caverna colossal em que eles se encontravam estava sendo dragada por inteiro para dentro do portal de banimento aberto por Tolman e Duque não estava conseguindo vencer a força que o puxava. Vush surgiu atrás dos aventureiros dizendo-lhes para recuarem com ela. Tolman, vendo a situação sem saída a que se submeteriam se ficassem ali, ordenou: "Vão, eu vou resgatar Duque." Drake não exitou, entrou no portal de Vush antes que Tolman terminasse sua sentença. Tao pensou em ficar, mas não conseguiria contribuir com muito. Sua sombra seria facilmente dispersada pela força que os dragavam. Recuou com Vush.

• Tao e Drake foram levados até Lodaçal, na pocilga de Vush. Ela parabenizou-os pela missão cumprida e pediu que eles fossem embora. Drake abriu imediatmente um portal para o Lobo do Mar.

• O fechamento do poral de Vush concluiu a partida de Tao e Drake. Tolman estava longe o suficiente do portal de banimento para resistir facilmente à pressão, mas ele precisaria se aproximar se quisesse salvar seu companheiro. No caminho teve de lidar com os primeiros Ilithids que tocavam o solo. Invocou seu poder natural para desintegrar seus inimigos e, auxiliado por uma onda poderosa e selvagem de mana, conseguiu extinguir dois dos 4 que se aproximavam. O contra-ataque que um deles ainda teve a petulância de lançar não foi capaz de incapacitar o feiticeiro, que começava a se aproximar do companheiro.

• O monstro colossal estava praticamente engolido pelo portal dimensional, e Duque iria em seguida. Tolman usou uma mão de Bigby para impedir que um momento de fraqueza do companheiro permitisse que ele fosse sugado para a outra dimensão. Tolman percebeu que ele próprio não seria capaz de resistir à força que Duque tentava resistir, e para piorar os Ilithids estavam se aproximando. Sem pestanejar, usou um transporte interdimensões para retornar ao Lobo do Mar. Mas algo deu errado. A proximidade com aquele portal de banimento embaralhou a teia ao seu redor e os dois foram enviados para o plano elemental do fogo, na ilha que um dia enfrentaram um gladiador. Duque estava morrendo, sua fúria esgotada, mas uma poção que Tolman carregava o salvou.

• A Fairgrass havia conseguido banir uma entindade interplanar divina, impedindo-a de destruir os mundos que eles habitavam. O resultado ainda era desconhecido, mas os efeitos já provocados não seriam revertidos. Drake e Tao veriam estas consequencias primeiro, ainda no Lobo do Mar, mas Tolman e Duque precisavam,antes, saírem da Ilha de Fogo. Se é que ela mesma não estaria afetada. Os problemas da Fairgrass já deixaram de estar em apenas um mundo há muito tempo...

Sul de Aguasprofundas e plano desconhecido, ano de 1490.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

(SG) Sessão 138

O último eco

    O grupo estava frente a frente com as árvores amaldiçoadas na Floresta Preta. O confronto contra os monstros se mostrou muito desafiador, levando ao limite a capacidade do grupo. Torin acabou perecendo ao ter seu pescoço quebrado por uma das criaturas que lhe atacou de forma surpreendente.

    Pedodes e Cóquem conseguiram proteger o corpo de Torin enquanto o restante do grupo manteve os inimigos sob controle até que, enfim, a vitória pudesse ser alcançada.

    Durante o confronto, os aventureiros presenciaram uma luz no céu que se parecia com uma estrela que cairia sobre o campo de batalha. A luz não se revelou por mais algum tempo, e o grupo ficou apreensivo.

    Cóquem usou seu anel com a magia de ressurreição imbuída para trazer o anão de volta à batalha. Imediatamente, Torin sacou seu protótipo de espada criada a partir do metal das névoas e voltou a tentar cortar a madeira, uma vez que seu machado não havia conseguido talhar nem uma parte da árvore. A estratégia deu certo, pois aquela lâmina cortava a árvore como o planejado.

    Pouco antes de Torin conseguir derrubar o tronco da madeira preta, a luz no céu revelou-se sendo a criatura que o grupo havia enfrentado na casa do Morto-Que-Não-Sabe. Rapidamente, Landalfo começou a preparar o Passo no Éter, a magia que havia aprendido com Kétil Monda, para tirar o grupo dali. O combate contra as árvores malditas continuava, mas Torin já estava quase derrubando o tronco enquanto os outros davam cobertura ao guerreiro e ao alquimista.

    Quando a criatura enfim tocou o solo e mostrou sua hostilidade para o grupo, a área de névoas sobrenaturais criada por Landalfo já estava preparada. Torin e alguns companheiros ergueram o enorme tronco e o transportaram através da fenda dimensional direto para Kétil Monda. Assim que a travessia dos aliados foi concluída, Landalfo iniciou a dissipação do feitiço, o que enfraqueceria rapidamente a passagem e talvez impedisse os inimigos de segui-los.

    Uma árvore maldita e a criatura que caíra do céu seguiram os aventureiros através do Passo no Éter. A árvore chegou ao seu destino atrás do grupo, mas foi rapidamente destruída. O outro monstro, no entanto, não surgiu no destino. Landalfo percebeu que ela, em razão da imprevisibilidade da magia em desvanecimento, fora transportada para algum lugar incerto, em qualquer possível plano de existência. Por ora, o grupo estava a salvo dela.

     Antes de retornarem para Tagmar, o grupo conversou um pouco com Kétil Monda e voltou à Galhaçal, onde dedicaram alguns dias para confeccionar o cabo da espada de Torin e quarenta flechas com a madeira preta obtida do tronco que Torin derrubou. Cóquem também conseguiu negociar o excesso de madeira por mais metais das névoas, que também foram trabalhados para fazer chocalhos para o bardo.

    Dali, os aventureiros foram para New Tecst, em Verrogar, um pequeno vilarejo nas proximidades da Crássia. O grupo tinha o objetivo de chegar na casa de Oraxus e Anabel, em Finlaril, Âmien, e aquele era o local conhecido mais próximo de onde eles imaginavam que encontrariam a residência ou as ruínas dela. O objetivo último do grupo nesta missão era encontrar e destruir a Adaga da Essência que, até onde eles sabiam ainda se encontrava no quarto em que Anabel fora assassinada.

     Do vilarejo, os aventureiros voaram sobre Âmien até o local onde supunham estar a residência de Anabel. Landalfo tinha uma vaga ideia da localização, tendo em vista que vivera a vida de Oraxus e Ledâm enquanto lia suas histórias na biblioteca. Isso permitiu ao grupo chegar ao local imaginado e encontrar, em seus arredores, um grupo de soldados patrulhando.

    Uma preocupação acabou surgindo. Os movimentos militares de Âmiem davam a entender de que ela estava apoiando Verrogar na guerra. No entanto, não havia nenhuma prova real de que isso fosse verdade, uma vez que essa dedução foi feita apenas observando os movimentos dos soldados e das tropas que foram avistadas durante o movimento aéreo dos aventureiros.

    Para encontrar a Adaga da Essência, Landalfo utilizou a Bússula mais uma vez, mentalizando o objeto que desejava encontrar depois que já estava no quarto onde o crime ocorrera. Neste momento, a aparição de Oraxus se revelou e atacou o grupo. Ela foi rapidamente subjugada e expulsa pelo grupo, que teve, então, liberdade para seguir com seu plano.

    Landalfo tentou mais uma vez concentrar-se no objeto mágico, mentalizando a Adaga da Essência e esperando por orientação. Foi então que percebeu que essa ação estava convocando o espírito de Oraxus para a presença dele. A aparição surgiria sempre que ele repetisse sua tentativa.

    O grupo resolveu encontrar a adaga sem meios mágicos. Kaiser começou a vasculhar todo o quarto até que revelou um alçapão sob a cama. Dentro dele, uma caixa com um cadeado. Após Cóquem abri-lo, uma adaga de metal enegrecido foi encontrada. Era a Adaga da Essência, o objeto que aprisionava a alma de Oraxus e de Anabel.

    A fim de destruir a arma, o grupo a posicionou no chão e Torin preparou seu golpe. Landalfo criou uma barreira de cristal para que todo o restante do grupo se protegesse, caso alguma onda de choque fosse provocada pela destruição do objeto mágico poderoso.

    Quando Torin desferiu, após concentrar toda a sua força, o golpe derradeiro, a lâmina negra foi atingida e o chão sobre ela se quebrou. O objeto foi lançado com força para o primeiro andar, mas permaneceu inteiro.

    O grupo concluiu que precisaria colocar a arma sobre um suporte mais resistente. Eles colocaram, então, sobre um pedaço de madeira preta que Landalfo carregava.

    O próximo golpe de Torin foi tão forte quanto o primeiro. Desta vez, porém, a adaga se partiu. Uma energia enorme foi liberada, como o esperado. A barreira de cristal que Landalfo havia criado novamente não serviu para impedir que todos fossem arremessados alguns metros para trás, mas ninguém se feriu gravemente.

    A luz que foi emitida da Adaga da Essência destruída libertou a alma de Anabel e de Oraxus, que tiveram alguns instantes para conversar com o grupo antes de partirem sabe-se lá para onde, uma vez que Pedodes não conseguiria concluir se ela e ele foram, de fato, para os reinos divinos.

    Oraxus amaldiçoou o grupo como pode e logo sua alma esvaneceu. Anabel conversou amigavelmente e deu um presente a Landalfo: um colar de uso pessoal que, segundo ela, seria a única coisa que faria Kiara se lembrar.

    A partida de Anabel foi emocionalmente dolorosa. Mesmo que o grupo não a tenha conhecido em vida, a ligação que criaram com ela em razão das conexões mágicas através do contato no Bosque de Monda, mas especialmente a criada por Landalfo e Lanâncoras na Biblioteca de Palier, fizeram com que sua partida fosse profundamente sentida. O desaparecimento da alma de Anabel para o puro éter deixou uma sensação de perda, como se a última lembrança de alguém querido estivesse sendo destruída na frente deles, mas nada pudesse ser feito para impedir.

Âmien, Basvo, dia 24 do mês da Paixão do ano de 1501.