quinta-feira, 27 de março de 2025

(RR) Sessão 023

O Moinho

     O grupo se dirigiu até o Moinho à beira do rio para procurar pelos objetos de valor que Gurpos havia solicitado. O lugar estava claramente abandonado. A roda d'água estava emperrada em algum objeto, com seu movimento estagnado e repetitivo sendo bloqueado.

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    O grupo iniciou as investigações pelo primeiro andar, onde o moinho e algumas caixas com armazenamentos envelhecidos e apodrecidos se encontravam. Os aventureiros exploraram cômodo por cômodo, subindo ao terceiro andar e identificando todas as passagens.

    Torlam encontrou uma esfera de pedra encantada em meio às cinzas do forno e da lareira dos quartos, no último andar. O objeto era o cerne de um autômato que eles encontraram ao redor do vilarejo. Porém, estas pareciam bastante danificadas.

    Alguns pergaminhos com várias mensagens em um idioma local também foi encontrado. Jean os colocou sobre uma mesa e passou a analisá-los para compreender o que o idioma estrangeiro revelaria.

    Depois de um tempo, o feiticeiro compreendeu que dois dos pergaminhos eram cartas enviadas para alguém de fora. Elas mencionavam parte da história do Aqueduto, como o fato dele ter sido construído com o auxílio dos construtos. Porém, em algum momento, o pergaminho mais recente também revelava que algo não estava bem com o funcionamento dos autômatos.

    Além das cartas, Jean identificou dois relatos da situação financeira do vilarejo e um memorial descrevendo a construção do Moinho. Com ele, o grupo teve a certeza que havia um porão, e que este era utilizado para o armazenamento de bens mais preciosos.


    Torlam também encontrou um cofre bem trancado e pesado dentro de um pequeno armário. Uma chave e uma senha eram necessários para abri-lo, mas o ladino já tinha a chave, e Jean trabalhava nas cartas para tentar extrair o que poderia ser o código.

    O feiticeiro chegou em algumas possibilidades de senha para o cofre. Torlam foi quem tentou abri-lo. O ladino falhou em duas oportunidades, e viu um gás saindo de dentro do compartimento de senha que quase o sufocou. Jean tentou uma única vez e acertou a senha, abrindo a arca sem nenhum outro empecilho.

    O cofre protegia dois pergaminhos de rituais valiosos, Ressurreição e Guardiões Invisíveis. O mago pegou ambos. Embora ele seja capaz de convocar os guardiões, nenhum membro do grupo é capaz, por enquanto, de invocar Ressurreição. Mesmo assim, o grupo manteve o pergaminho consigo em local seguro.

    O próximo objetivo do grupo seria remover um cajado que trancava a rotação da roda d'água. Torlam havia percebido ela ao se transformar em um gato e subir no telhado, mas estava difícil alçá-la. Com a ajuda do servo invisível de Dannael, o objeto foi trazido para suas mãos.

    O cajado é uma haste de madeira sólida e muito resistente. Em sua extremidade, uma rocha esverdeada polida em uma esfera perfeita, lembrando muito o cerne dos autômatos. Uma análise determinou que o cajado era de um objeto mágico de categoria 9 com a seguinte lista de magias:

  • Daze (cantrip);
  • Command (categoria 1);
  • Stupefy (categoria 2);
  • Phantom prison (categoria 3);
  • Confusion (categoria 4);
  • Wave of despair (categoria 5);

    Mas nem tudo foi positivo. Assim que o cajado foi removido da roda d'água e o moinho voltou a funcionar, Urodam e Klaus, que guardavam a porta de entrada, perceberam que os dois autômatos que estavam do lado de fora foram ativados e os atacaram. Klaus ainda tentou se defender, enquanto Urodam atacou, mas a criatura se mostrou resistente. O campeão foi agarrado e atirado para fora do primeiro andar do moinho. Logo ele se viu cercado por dois construtos enormes, e se pôs em posição defensiva.

    Danael e Jean deduziam que o funcionamento do moinho havia afetado diretamente a atividade das criaturas. Mas o cajado nas mãos de Danael era poderoso e tentador, e além disso parecia ter sua própria consciência. O mago não queria largá-lo e buscava uma alternativa para interromper outra vez o funcionamento do Moinho. Enquanto a indecisão tomava conta no andar superior, Torlam reunia os tesouros surrupiados do moinho e preparava-se para fugir.

sexta-feira, 21 de março de 2025

(RR) Sessão 022

O dirigível

    Os aventureiros deixaram a residência de Aeton satisfeitos com seus negócios. Dannael havia obtido uma coleção de fórmulas que lhe permitiria montar sua tão sonhada loja de itens mágicos.

    Os próximos dias no vilarejo de Tip seriam de preparo. Torlam tinha a missão de aprender algumas técnicas que lhe seriam necessárias nas próximas aventuras, enquanto os outros encontraram outras atividades para cumprir.

    Jean procurou o carpinteiro para solicitar um projeto especial. O feiticeiro desejava construir uma carroça que fosse grande o suficiente para comportar o laboratório-oficina de Dannael e para que o grupo conseguisse negociar os bens que fossem construídos durante a viagem.

    Depois de acertados todos os detalhes, Jean comprou todas as peças solicitadas pelo artesão que construiria o veículo, adquiriu os cavalos necessários e aguardou a obra ser concluída, em um total de 10 dias. A estrutura superior, que serviria de cobertura, seria a etapa mais demorada do serviço. Uma lona para expansão da loja ainda foi adquirida a fim de ampliar o espaço da loja quando o grupo estivesse estacionado.

    Algo inusitado ocorreu antes do final do prazo de construção. Jean presenciou um tipo de balão, ou dirigível, cair nas montanhas à nordeste de Tip. Ele reparou que os aldeões da cidade não pareceram tão surpresos com o ocorrido, e logo descobriu que aquele veículo transitava por ali eventualmente

    Reunidos os companheiros, o grupo resolveu subir a montanha e descobrir o que havia acontecido. Eles viajaram até o Aqueduto do Fracasso onde presenciaram a cena de um dirigível preso contra as colunas de um aqueduto em ruínas.

    Os aventureiros cruzaram o vilarejo abandonado sob o aqueduto. No caminho eles viram enormes construtos. Alguns testes depois eles perceberam que as criaturas encontravam-se inativas, embora não completamente desligadas.

    Com cautela, os aventureiros prosseguiram até chegarem na enorme nave voadora que estava suspensa pelo balão preso entre as colunas. Alguns objetos estranhos foram encontrados logo abaixo dela, e foram pegos e guardados pelos aventureiros.

    Com uma escalada rápida, Torlam subiu até o convés da embarcação e atirou uma corda para seus companheiros o seguirem.

    Jean e Dannael foram os próximos a seguirem o ladino. Uma vez lá em cima, antes que Urodam e Klaus os seguissem, um gnomo surgiu bradando ofensas. Ele disse que os aventureiros estavam invadindo para roubar seus bens.

    O grupo, liderado por Jean e sua oratória, conseguiu conduzir a conversa para acalmar Gurpos, o gnomo. Em diversas ocasiões o dono da nave convocou seu companheiro mecânico Kortos, um anão, mas ele permaneceu mudo.

    O grupo estava curioso para saber de onde eles tinham vindo, e assim ouviram sobre uma cidade perto de Porto Gelo, muito ao norte de onde eles estavam. Segundo o gnomo, sua nave não era a única, pois ele mesmo desenvolvia outras.

    A conversa prosseguiu até revelar que um terceiro membro da tripulação de Gurpos havia descido da nave e ido buscar por peças para que Kortos pudesse fazer o conserto necessário. 09, como o gnomo chamou este companheiro, havia lhes deixado há muitas horas e não tinha dado qualquer sinal de vida.

    Gurpos também pediu ao grupo que fosse encontrar as peças que a nave precisava para ser consertada. Em troca, ele disse que os aventureiros poderiam ficar com todo o tesouro que encontrassem, e que ainda poderiam ganhar uma carona até sua cidade natal.

    O acordo pareceu bom para o grupo, e os aventureiros o fizeram. Agora, eles precisavam achar uma peça que não sabiam exatamente o que era em um vilarejo em ruínas, repleto de autômatos antigos e inativos.

sexta-feira, 14 de março de 2025

(RR) Sessão 021

 Espólios da incursão

    A serpente se ocultou no profundo e escuro lago e o grupo a caçava. O duende invocado por Jean e o esqueleto trazido por Danael mergulharam no lago atrás do inimigo. No entanto, o monstro engoliu ambos, beneficiando-se de sua vantagem em perceber os inimigos sob a água.

     Vendo que mergulhar atrás do monstro, por mais fraco que ele estivesse, não seria uma boa ideia, Jean criou uma parede de espinhos dentro d'água. A barreira dividiu o lago em dois e, mesmo que não abrangesse toda a profundeza de onde a serpente se deslocava, ela acarretava em um empecilho para seu movimento em razão de seu tamanho enorme.

    Os aventureiros se beneficiaram do estado grave que o monstro se encontrava, e o plano surtiu efeito. Alguns instantes depois de erguer a parede, a criatura se enroscou nos espinhos e não resistiu aos ferimentos provocados.

    Com o corpo da criatura boiando na superfície, os aventureiros começaram a fazer planos. Depois, removeram o monstro do lago e o  destroçaram, separando partes valiosas que poderiam ser comercializadas.

    O grupo trocou a escama dura da criatura por moedas com o coureiro. Ele pagou uma grande quantia em ouro para o grupo. Depois, foram até Aliin argumentar sobre as medidas exploratórias que ela tem mantido com aqueles que trabalham para ela. A discussão acabou revelando que Bubibrok a estava enganando e mudou a concepção que ela tinha de seu próprio trabalho.

    Por fim, o grupo perguntou a ela se havia algum alquimista na região. Ela informou que Aeton vivia fora da cidade, no bosque próximo, e recebia os aldeões oferecendo seus serviços de alquimia.

    Munidos da cabeça da serpente, os aventureiros foram ao bosque e encontraram a cabana no fim da trilha. Era uma casa pequena, mas bem mantida, que ostentava alguns objetos de valor do lado de fora. Uma luz do lado de dentro revelava que ela não estava vazia.

    O alquimista abriu a porta. O humano confirmou seu nome e disse ao grupo que aceitaria negociar com eles. O inventário que ele possuía era enorme. O grupo pode experimentar objetos que almejava já há bastante tempo. As pedras alquímicas que eles trouxeram carregadas das minas, assim como a cabeça do monstro, foram negociadas por bens com o homem.

    Embora o grupo preferisse receber em moedas de ouro, o humano não dispunha de uma vasta quantia sem sua cabana. Em vez disso, ele ofereceu ao grupo 30 moedas de ouro, mas permitiu que eles adquirissem até 5.000 moedas em objetos negociados por ele.

    A lista de itens obtidos pelo grupo foi:

  • Runa Preparação.
  • Runa Sombria.
  • Runa Extensível.
  • Runa Impactante 2.
  • Duas runas Potência de Armadura.
  • Runa Potência de Arma 2.
  • Fórmula para runa Potência de Arma 2.
  • Fórmula para runa Potência de Armadura 2.
  • Fórmula para runa Potência de Armadura 1.
  • Fórmula para runa Impactante.
  • Fórmula para runa Astral.
  • Fórmula para Poção de Cura Moderada.
  • Fórmula para Munição Golpe de Magia.
  • Uma varinha mágica com a magia de ranque 2 Invisibilidade.
  • Uma varinha mágica com a magia de ranque 2 Cura.
  • Uma varinha mágica com a magia de ranque 3 Bola de Fogo.

terça-feira, 4 de março de 2025

(RR) Sessão 020

O monstro no fundo da mina

    Depois de concluírem as tarefas na oficina de Aliin, o grupo perguntou para a ferreira se ela tinha algum serviço que pudesse render algumas moedas para os aventureiros. Dannael estava claramente interessado na mulher, embora ela não parecesse compartilhar da mesma vontade e foi bem direta em oferecer que eles buscassem seus materiais na mina ao norte pelo valor de 15 moedas de prata.

    O grupo acabou aceitando a tarefa oferecida por Aliin e foi até a mina com uma carroça e um burro cedido por ela. Junto com o material, levaram um anel de diamante para ser entregue para Bubibrok atirar no fosso, embora a razão disso não tenha ficado claro. Já o transporte e o animal seriam parte do pagamento depois que o serviço estivesse concluído, então os aventureiros cuidaram da criatura, preocupando-se em deixá-la perto da água e do feno ao deixá-lo na entrada da mina.

    A mina era um túnel de 4 metros de largura sustentada por pilastras de madeira envergadas pelo peso. Jean preocupou-se com a qualidade da estrutura e provocou um pouco de medo no grupo, especialmente depois que Klaus também demonstrou preocupação em entrar ali. No entanto, eles foram convencidos a entrar pelo pagamento que receberiam.

    Os aventureiros entraram na mina fazendo uso de uma única fonte de luz gerada por um truque de Dannael. Eles chamavam pelo nome Bubibrok sempre que cruzavam com algum mineiro em seu carrinho carregado sobre os trilhos, mas não o encontraram facilmente.

    A mina descia para as profundezas e o ar se tornava cada vez mais rarefeito. O grupo passou por algumas cavas abertas e abandonadas, tomadas por água que formava um lago, já aparentemente esgotadas dos minerais de interesse.

    Após uma bifurcação que levava para um declínio acentuado para ainda mais fundo na mina, Jean voltou a ficar preocupado com a estrutura que mantinha o lugar inteiro. Assim, o grupo retornou para o cruzamento e encontrou uma orc com seu carrinho cheio de minério. Eles a indagaram sobre Bubibrok e ela foi direta em dizer que ele estava para as profundezas. Quando perguntada se lá era seguro, ela afirmou apenas que o gnomo é louco.

    Enquanto conversavam, Urodam lançava um olhar penetrante para a orc, que correspondeu. O trabalho pesado e a caverna invocaram sensações libidinosas ancestrais em ambos, que agarraram-se na penumbra da mina e copularam enquanto seus companheiros apenas assistiam em choque.

    Trocadas as experiências, o grupo seguiu em silêncio para mais fundo na mina. Eles desceram o chão íngreme até chegarem em um pequeno elevador e uma escada de mão. Ao descê-la, foram necessários poucos passos para que chegassem uma grande cava de mineração em que encontraram o gnomo Bubibrok.

    A primeira pergunta que fizeram para o gnomo foi sobre o anel de diamante. Antes que qualquer resposta fosse dada, porém, Bubibrok o arrancou da mão de Jean com uma agilidade impressionante. Ele analisou o diamante encrustado nele e afirmou em voz alta "Azam, nosso pagamento chegou!"

    Jean se indignou com a reação do gnomo, mas ele não conversou mais com os aventureiros. Em seu lugar, uma gnoma de nome Azam apareceu e deu continuidade ao assunto com o grupo. Ela explicou que eles trabalham para Aliin levando ferro e cobre para a superfície, mas que também coletam um mineral diferente que é utilizado como material alquímico.

    O mineral que eles coletam está nas profundezas da mina, onde uma criatura perigosa vive nos lagos subterrâneos: o local onde eles se encontravam agora. Porém, eles não ofereciam qualquer tesouro para a criatura. Em vez disso, eles pegavam os objetos que Aliin enviava para oferenda como forma de compensação pelo trabalho duro que nenhum outro mineiro aceitava fazer, mas ela não pagava a mais. A criatura que eles mencionavam não representava uma ameaça se não perturbada, razão pela qual o trabalho era executado com extremo cuidado.

    Vendo que a ferreira estava sendo enganada, o grupo encontrou uma oportunidade de extorquir os dois gnomos ao ameaçar revelar a história deles. Os argumentos não surtiram efeito no começo, mas uma negociação mais elaborada acabou por convencê-los. Enfim, o grupo propôs se livrar da criatura que assolava o lago na mina. Com isso, eles poderiam extrair o minério alquímico com mais facilidade e menos precaução.

    Com o acordo fechado, os aventureiros pegaram o anel de diamante e ficaram na mina enquanto os dois gnomos retornaram para a superfície. Eles agitaram a água do lago algumas vezes, até que uma serpente gigante enfim surgiu. Deslocando-se por túneis submersos abaixo da superfície onde eles estavam, o monstro apareceu quase no meio deles e atacou Urodam e Klaus. A luta teve início.

    Urodam e Klaus tomaram a vanguarda da batalha, segurando as investidas perigosas do inimigo enquanto seus aliados davam apoio da retaguarda.

    O monstro desferia golpes muito poderosos com sua cauda e presas. Urodam precisou do apoio de Torlam por algumas vezes para conseguir manter-se em combate até o final. A criatura, imobilizada em sua pequena abertura conectada com o lago, não conseguia alcançar a todos.

    Depois de alguns segundos em que ataques violentos foram trocados, o monstro enfim foi ferido. Ele fugiu de volta para seu buraco e desapareceu da vista dos aventureiros, que também se encontravam bastante desgastados.

    Apesar da dificuldade, vislumbrar o prêmio que receberiam logo em seguida os mantinha em alerta para conseguir uma prova de sua vitória.